quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

A Fábula da Roupa Nova do Rei e a Lava Jato

A fábula da roupa nova do rei começa a assombrar a grife "Lava Jato".
Aos poucos vão ficando claras as suas idiossincrasias.
Se antes tínhamos um processo que pretendia investigar a corrupção na Petrobras, praticada por um bando de diretores corruptos em parceria com partidos e políticos, hoje temos um festival de ilegalidades, onde a prova vale pouco diante dos holofotes da popularidade midiática. 
Nunca achei certo a deleção premiada sem o individuo carregar no bolso um documento, uma prova, uma conversa telefônica, um guardanapo com uma anotação.
Apenas a palavra de um corruptor, ou de um corrupto, para mim não tem valor. Pode-se querer criar teses jurídicas diversas, mas para mim não cola.
Na ditadura diante da tortura o sujeito entregava até a mãe, se fosse necessário. Delação sem prova é sinônimo de mentira, de covardia, de vingança pessoal.
Hoje uma citação numa delação premiada vira pauta dos jornais, transformada em manchetes que agitam a vida política e econômica.
O sujeito vai comprar pão, cuidado! Ele foi citado e o dinheiro que paga o padeiro é suspeito, É indicado para um cargo, cuidado! Foi citado e poderá usá-lo em favor de uma súcia qualquer.
Temos que por um paradeiro a esse festival de besteiras que a Lava Jato instalou, incitando as redes a mentira e a depravação moral.
O juiz Moro e os procuradores de Curitiba, ambos com suas vaidades escancaradas pela imprensa mandam e desmandam tomados por uma arrogância absoluta.
Quem assistiu as três horas do depoimento do Eduardo Cunha, e viu o juiz Moro, baqueado diante da inflamada certeza do réu da sua inocência, recorrendo ao noticiário numa tática de pegadinha para colher motivos para sentenciá-lo, se assustou, e viu o quanto o rei está nu, e sua roupa nova só vista por aqueles que querem a volta das turbas ensandecidas a pedir o enforcamento de inocentes.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Moro não é um deus, e a Globo não é a verdade

É preciso tomar cuidado com as aparências, o juiz Sérgio Moro não é um deus, e a Globo nem sempre é a verdade!
No depoimento de ontem do Eduardo Cunha, ficou claro o quanto ele é um juiz midiático, que se apóia no noticiário dos jornais para elaborar suas sentenças, mais que nas investigações e nos autos do processo, para alcançar sucesso em suas decisões de primeira instância.
Alias, esse papel da imprensa como um subproduto do judiciário também deve ser questionado.
A linha de condução de uma entrevista, em que a palavra se sobrepõe ao fato, não pode ser a mesma da argumentação de um juiz, pois muitas das vezes serve mais a vendetas pessoais e econômicas que ao interesse público.
Ao assistir o interrogatório, além do fato de o juiz Moro se prender demais as entrevistas dadas pelo réu aos jornais, uma outra coisa me chamou atenção, o papel da jornalista Cláudia Cruz nesse processo e em relação a Rede Globo.
Pois bem, Cláudia Cruz venceu a Globo em uma disputa trabalhista milionária, em que o elemento de fundo era um desses pilares da imprensa moderna, o trabalho como PJ que exime as empresas de diversas obrigações com os jornalistas que abriga, e leva para os editoriais a responsabilidade pelas opiniões do jornal. Com a figura do jornalista PJ o órgão de imprensa é apenas um organizador de notícias, e não mais o seu criador.  
Sabendo-se da onipotência das Organizações Globo com relação as suas verdades, e da sua vaidade com o que é seu, e que, por conquistas de mercado, já a levou a diversas batalhas "jornalísticas", o elemento da dúvida se faz necessário, cuidado extendido também a tudo aquilo que a imprensa transforma em clamor.
"A quem interessa?" é a pergunta que me faço, sempre que me deparo com uma notícia de jornal, e nesse caso do Eduardo Cunha os interesses não são tão difusos assim para se ter absoluta certeza do que há por trás de tanto clamor.