sábado, 14 de outubro de 2006

De onde veio o dinheiro?

Carta Capital desta semana vem com matéria acusando a mídia de um complô sobre o dossiêgate. A prisão da gangue do dossiê ocorreu na noite de 14 de setembro. Dia seguinte, por volta das 13h o jornalista Cláudio Humberto sabe da notícia e publica no seu site. Entrou em contato com as direções do PT e PSBD querendo uma entrevista. O PSDB, mais esperto parte para a PF e encontra com as outras equipes de jornalismo. Isso se dá cerca de 3 a 4 horas depois da primeira nota de CH. Só que não foi CH o primeiro, a saber. Está provado que dentro do PT havia um SNI que durante muito tempo foi comandado pelo José Dirceu. O resto é disse me disse entre vocês jornalistas, guerra de vaidades entre quem trabalha e ganha bem, e quem não tanto. Se as campanhas de Serra e Alkmin pagam bem a ex-jornalistas da Globo, que paguem também. Competência não é só marketing do João Santana – preferível jornalistas bem informados a serviços de informação partidários usando dinheiro de origem não identificada para comprar informações. Querer dizer que a matéria de Carta Capital é apartidária como dizem alguns não bate com a realidade pois no site da revista, ao invés do delegado Bruno ou da montanha de dinheiro tem uma logomarca que mistura um tucano com o símbolo da Globo. Se for assim quando do infernal astral do Alckmin com o caso PCC a imprensa era petista? O mais radical dos partidos de esquerda que concorreram no primeiro turno, o PCO gastou todo seu horário político dizendo que havia um complô da Imprensa para eleger o Lula. O "Complô da Imprensa" é a mais bem urdida tese da "Central de Teses" do PT. Primeiro foi o Guilherme Wanderley dos Santos com a "não existência do mensalão", agora esta da Marilena Chauí. A propósito: para compor a matéria a Carta Capital ouviu o Claudio Humberto, equipes Serra/Alkmin, Globo e outros veículos ou ele apenas acha que foi assim que ocorreu? O bom jornalismo implica em ouvir o outro lado do fato. Daí sim poderia fazer suas ilações. Parafraseando o Josias de Souza "o resto é parolagem para encobrir a interrogação que remanesce pendente de resposta: de onde veio o dinheiro."

Controladores poderiam ter evitado a tragédia do vôo da Gol

Este Blogue como o de Luis Nassif nunca aceitaram a versão da exclusiva culpa do Legacy (continuo achando que tem uma forte motivação política). Agora a CBN acaba de anunciar que a comissão que investiga o caso acha que os controladores de vôo poderiam ter desviado o avião da Gol da sua rota como os técnicos ouvidos pelo Luis Nassif (e O Globo ontem) indicaram.

De autores a vítima

Ainda da matéria da Revista Veja quadro publicado com a contestação para a versão do casoi do dossiê que o PT tenta apresentar:
"DE AUTORES A VÍTIMAS
Como Lula e o Partido dos Trabalhadores tentam transformar-se em vítimas de um escândalo patrocinado por eles mesmos
OS FATOS...
1. Uma dupla de petistas foi flagrada comprando por quase 2 milhões de reais um conjunto de denúncias falsas contra tucanos. Com o dossiê nas mãos, o partido pretendia eleger um governador em São Paulo e, em nível nacional, disparar um tiro de morte contra José Serra
2. Os dois petistas carregavam 1,7 milhão de reais, dinheiro cuja origem (ainda incerta) pode resultar na impugnação da diplomação de Lula, caso seja reeleito, ou estimular a instalação de um processo de impeachment pelo Congresso Nacional
3. Os mandantes têm laços com a campanha reeleitoral do presidente Lula e com a própria instituição da Presidência da República

...E COMO O PT TENTA DISTORCÊ-LOS
1. O presidente absolve seu partido da armação sob o argumento de que ele, na condição de candidato, saiu prejudicado. Como se golpes desse tipo nascessem para dar errado. Na verdade, se tudo tivesse dado certo, Lula seria o maior beneficiado
2. Julgando-se vítima do episódio, o presidente sugere agora a existência de um complô de adversários políticos que, maquiavelicamente, induziram os "meninos" do PT a tentar comprar o dossiê. Por trás desse complô estariam os verdadeiros culpados no episódio
3. Como o PT arriscou o pouco que restou de sua imagem na compra fracassada do dossiê falso contra os tucanos, Lula diz que deve haver "coisas muito boas" dentro dele. "Quero conhecer o conteúdo", diz Lula. Isso não passa de cortina de fumaça: o dossiê é fajutíssimo. "

Anjo Negro coage testemunha


Este é o documento interno da PF que comprova a ida do assessor de Lula a PF para coagir Gedimar Passos, preso com os dólares do dossiêgate.

O anjo negro de Lula

Lula já tem seu "anjo negro". Chama-se Freud Godoy. Matéria da Revista Veja desta semana trás em detalhes o papel desta criatura nos bastidores do escândalo do dossiê. Para quem não sabe "anjo negro" era o apelido do segurança de Getúlio Vargas responsável pelo atentado contra Carlos Lacerda, lider da oposição e que resulto na morte do seu "ajudante de ordens", um major da aeronáutica de nome Vaz. Este episódio precedeu o suicídio de Getúlio em agôsto de 1954. Leia a versão da matéria de Veja publicada no site da revista:
"Nas últimas semanas, uma operação abafa foi deflagrada para tentar apagar as chamas mais destruidoras levantadas pelo escândalo da compra do dossiê. Nessa operação aparece o que pode ser a impressão digital de um personagem muito próximo do presidente Lula. Esse personagem é Freud Godoy, ex-segurança pessoal de Lula e que até sua demissão, há quase um mês, ocupava o cargo de assessor especial do presidente. Freud teve seu nome citado pelo ex-policial federal Gedimar Pereira Passos, aquele que trabalhava com "tratamento de informações" na campanha de Lula e foi preso no dia 15 de setembro passado num hotel em São Paulo junto com o petista Valdebran Padilha. Gedimar e Valdebran foram flagrados com 1,7 milhão de reais para a compra do dossiê falso que serviria para ligar os tucanos à máfia dos sanguessugas. Depois de acusar Freud de ser o mandante da compra do dossiê em seu depoimento inicial, Gedimar recuou, retirando a única referência a Freud feita até agora na investigação do caso. Depois desse recuo, Freud tem desfilado por colunas jornalísticas e eventos sociais como um injustiçado. Tudo graças ao "novo" Gedimar, que agora diz ter sido pressionado a entregar o nome de Freud por métodos de tortura psicológica praticadas pelo delegado que o prendeu – Edmilson Bruno, o mesmo que divulgou as fotos do
dinheiro usado para comprar o dossiê. Bruno será alvo de uma investigação interna da Polícia Federal e pode ser demitido do cargo.
O que fez Gedimar mudar sua versão inicial e inocentar o assessor próximo do presidente da República? A apuração dos repórteres de VEJA mostra que a operação abafa seguiu um padrão mais ou menos constante na crônica policial do governo petista. Primeiro se comete um ilícito e depois se seguem outros ainda mais demolidores na tentativa de encobrir o primeiro. A operação faxina do dossiêgate contou com a colaboração jurídica do ministro Márcio Thomaz Bastos (sempre ele), da mãozinha financeira do tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, e da força bruta de um cidadão até agora distante do caso: José Carlos Espinoza – como Freud, um grandalhão que trabalhou como segurança de Lula e ganhou um emprego no governo. Espinoza trabalhou no escritório paulista da Presidência da República até se afastar para dedicar-se à campanha à reeleição de Lula. Nessa operação, coube a Márcio Thomaz Bastos conversar com Freud quando o escândalo estourou e indicar a ele um advogado de sua confiança (do ministro, é claro). Thomaz Bastos cobrou esforços diários de Freud, do advogado indicado por ele e do tesoureiro do PT no que parecia ser a tarefa mais urgente: convencer Gedimar a recuar.
Seguindo o mesmo padrão dos escândalos do mensalão e da quebra do sigilo do caseiro, a missão principal de Thomaz Bastos foi a de blindar o presidente da República colocando-o a salvo das ondas de choque das investigações. Tão logo Gedimar foi preso, o ministro telefonou para Geraldo José Araújo, superintendente da PF em São Paulo, para perguntar: "Isso respinga no presidente?". Na semana passada, Thomaz Bastos mobilizou-se para defender o governo depois da notícia divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo dando conta de um depósito de 396.000 reais que teria sido feito pelo investidor Naji Nahas na conta bancária de Freud. Partiu do ministro Bastos a orientação final sobre a forma pela qual Freud e Nahas deveriam negar a história. Eles a cumpriram à risca. Não se tem a confirmação do depósito. Essas operações só são verificáveis com a quebra do sigilo dos envolvidos. Isso é uma violência. Ela foi praticada ilegalmente por um ministro (Antonio Palocci) contra um simples caseiro (Francenildo dos Santos Costa), e isso lhe custou o cargo e um processo criminal. Quebrar o sigilo bancário e telefônico de Freud Godoy é uma violência? Com base nos indícios levantados até agora, o Ministério Público Federal decidiu, na semana passada, fazer esse pedido à Justiça.

A atividade do outro segurança e assessor de Lula, Espinoza, também chamou a atenção dos promotores. Ele foi um personagem ativo na negociação do providencial recuo de Gedimar. Foi no apartamento de Espinoza em São Paulo que se colocou de pé um plano e suas bases materiais capazes de dar a Freud a tranqüilidade necessária para enfrentar as acusações de que estava sendo alvo. Bons amigos, Freud e Espinoza são unidos também pelo devotamento total a Lula. Em seu livro Do Golpe ao Planalto – Uma Vida de Repórter, o jornalista Ricardo Kotscho – amigo de Lula desde 1984, seu assessor em diversas campanhas e secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência até 2004 – refere-se a Espinoza como o "faz-tudo de Lula". Em muitas das viagens de campanha, Kotscho dividia o quarto com Espinoza e Wander Bueno, ex-secretário de Governo da prefeitura de Santo André na gestão Celso Daniel.
Segundo um relato escrito por três delegados da Polícia Federal e encaminhado a VEJA, Espinoza e Freud, acompanhados de dois homens não identificados, fizeram uma visita a Gedimar na noite de 18 de setembro, quando ele ainda estava preso na carceragem da PF em São Paulo. A visita ocorreu fora do horário regular e sem um memorando interno a autorizando. Um encontro com um preso nessas condições é ilegal. Ele pode ser encarado como obstrução das investigações ou coação de testemunha. De acordo com o relato dos policiais, o encontro foi facilitado por Severino Alexandre, diretor executivo da PF paulista. O encontro ocorreu logo depois da acareação regular entre Freud e Gedimar, um encontro de cinco minutos que, segundo o relato oficial, transcorreu em silêncio da parte de Gedimar. O mais interessante, no relato dos policiais, viria a seguir. Severino teria acomodado os petistas em seu gabinete e determinado a Jorge Luiz Herculano, chefe do núcleo de custódia da PF, que retirasse Gedimar de sua cela. Herculano resistiu, pretextando corretamente que o preso estava sob sua guarda e que não havia um "memorando de retirada".
A PF é uma organização altamente profissional mas seus delegados são pessoas, eleitores e têm lá suas ligações políticas com o PT e com seu adversário, o PSDB. VEJA procurou esclarecer se os delegados que narraram as cenas citadas o fizeram por motivação política e, principalmente, se elas podiam ser levadas a sério. Em conversas telefônicas com os três delegados da PF, duas delas presenciadas por repórteres de VEJA, Herculano disse ter obedecido a ordem do delegado Severino de levar o preso Gedimar para um encontro com os petistas. Ele alegou na conversa presenciada pelos repórteres que o fez por receio de problemas futuros com seu superior hierárquico. Disse também que receava confirmar o caso a jornalistas e deu a seguinte explicação: "Depois nossos chefes vão dizer que sou louco e vão tentar me demitir, como fizeram com o delegado Bruno", disse ele. Foi nesse encontro que se armou o recuo de Gedimar? Não se sabe. Os policiais da PF não sabem o que se passou na sala fechada. O carcereiro diz que não ouviu nada. Nem gritos, nem sussurros.
Procurado pela repórter Julia Duailibi na última sexta-feira, o carcereiro Herculano não confirmou a história que narrara aos colegas pelo telefone. Mas deu um jeito de dizer que também não a desmentia. O superintendente da PF, Geraldo José de Araújo, procurado por VEJA, apresentou ao repórter Marcelo Carneiro documentos que provariam que não há possibilidade de Freud Godoy ter visitado Gedimar no dia 18 de setembro. Nos documentos – registros manuscritos das visitas recebidas por Gedimar e de sua saída com destino à cidade de Cuiabá – não há nenhuma referência à entrada de Freud Godoy na carceragem do órgão. Verdade. Freud Godoy não entrou na carceragem. Foi Gedimar, segundo a denúncia dos policiais, quem saiu para se encontrar com o segurança de Lula no conforto do gabinete de Severino.
Freud Godoy encontra-se no meio de um turbilhão. A se confirmar sua visita ao preso Gedimar e caso se prove que ela foi instrumental na mudança de 180 graus nas declarações do preso, ele deve muitas explicações à Justiça. A favor de Freud, é claro, se pode levantar a hipótese de que um homem inocente tem o direito de tentar de todas as maneiras, mesmo as mais desesperadas, provar sua inocência. Outros indícios parecem desacreditar a versão do inocente em estado de desespero depois de ver seu nome envolvido em um crime com o qual nada tem a ver. No encontro no apartamento de Espinoza, Freud e o tesoureiro Ferreira conversaram sobre dinheiro e sobre como ele, sempre ele, poderia manter a calma dos implicados de modo que não se sentissem tentados a envolver gente mais graúda no PT e no governo. A quebra do sigilo bancário de Freud Godoy poderia esclarecer muita coisa – inclusive inocentá-lo de vez. Existem suspeitas de que ele e sua mulher receberam dinheiro sujo do "valerioduto", o mesmo que abasteceu as operações de compra de parlamentares chefiadas pelo deputado cassado por corrupção José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo do PT.


A Caso Comércio e Serviços, empresa de segurança em nome da mulher de Freud, recebeu 98.500 reais da SMPB Comunicação, empresa de Marcos Valério. Outra empresa, a Caso Sistemas de Segurança, recebeu 23.000 reais da Duda Mendonça e Associados. Até agora não há explicação convincente para esses pagamentos realizados entre 2003 e 2004.
Freud foi fisgado pelo Coaf, órgão do governo que monitora operações financeiras suspeitas, em pelo menos uma oportunidade. Em 2006, ele depositou 150.000 reais, em dinheiro vivo, na conta da empresa de sua mulher. A operação foi considerada atípica por duas razões. A primeira é que ela ocorreu em moeda sonante. A segunda é que, naquela data, Freud tinha como única fonte de renda declarada o contracheque que recebia do Palácio do Planalto, no valor de 6.650 reais. Por meio de seu advogado, contudo, Freud limitou-se a informar que o dinheiro foi usado para o pagamento de equipamentos de segurança da empresa de sua mulher.
Em sua ficha de serviços prestados à família Lula da Silva, Freud exibe uma série de tarefas comezinhas. Quando Lula e familiares passavam fins de semana em São Paulo, ele providenciava até as refeições deles. Quando os filhos do presidente queriam assistir a um show de rock sem os apetrechos oficiais, Freud providenciava toda a operação – do ingresso ao transporte, como fez, por exemplo, na apresentação da banda U2, em fevereiro passado, em São Paulo. Nisso, já provocou constrangimentos. Foi ele quem arranjou o DVD pirata do filme 2 Filhos de Francisco, exibido no avião presidencial durante a ida de Lula a Moscou, em outubro do ano passado. Certa vez, numa viagem oficial do presidente a Foz do Iguaçu, Marisa quis presentear familiares com bugigangas do Paraguai. Coube a Freud Godoy ir a Ciudad del Este e voltar com vários embrulhos de presentes, entre brinquedos, perfumes e aparelhos eletrônicos.

Mas as atividades de Freud não ficaram restritas ao trabalho de serviçal. Além de ter gabinete no mesmo andar que o presidente no Palácio do Planalto, Freud acompanhava Lula desde a primeira campanha presidencial, em 1989. Era o segurança mais dedicado, o chamado "mosca", aquele preparado para, em caso de um atentado, se lançar na frente do atirador. Logo depois da posse de Lula, ele tentou se integrar ao esquema de segurança do presidente. Acabou se envolvendo em atritos com os militares responsáveis e se afastou. Mas continuou próximo a Lula. Ele era um dos poucos assessores com trânsito livre no Palácio da Alvorada nos fins de semana. Participava dos churrascos e organizava jogos de futebol. Embora tenha se ocupado com outras atividades nos últimos quatro anos, o ex-assessor nunca se desligou das questões de segurança. Em julho, quando o PT alugou o prédio para sediar o comitê reeleitoral de Lula, em Brasília, Freud encarregou-se de checar as condições do local. A empresa Caso, que no papel pertence a sua mulher, foi contratada pelo PT para, entre outras coisas, garantir a segurança das comunicações e prevenir espionagem. Freud incumbiu-se também de escoltar o tesoureiro caído em desgraça Delúbio Soares em suas andanças por São Paulo com malas de dinheiro.
O governo tem feito um esforço, compreensível dada a proximidade de Freud com o primeiro-casal, para tirá-lo da zona de choque do dossiêgate. No fim de setembro, quando a Justiça Federal decretou a sua prisão temporária, a PF estava impedida de cumprir a ordem judicial por força da lei eleitoral. A PF vazou a decisão judicial, dando tempo para que Freud conseguisse reverter a decisão numa instância superior antes de ser preso. Além disso, antes mesmo de examinar os extratos telefônicos de Freud, a polícia deu a entender que ele deixara de ser suspeito no caso da compra do dossiê. Tudo porque, examinando as chamadas telefônicas realizadas pelos petistas presos com o 1,7 milhão de reais, foram encontradas apenas três ligações entre Gedimar e Freud. Como os telefonemas teriam ocorrido em agosto, um mês antes da compra do dossiê, isso inocentaria Freud de qualquer envolvimento no episódio. Sem que nenhuma autoridade policial assumisse a informação, a versão foi plantada pelo governo nos jornais na semana passada. O número de telefonemas entre comparsas não inocenta ninguém. Mas também não incrimina. Para que Freud Godoy possa retomar sua boa vida de fiel assessor do presidente da República, precisa ser exonerado das suspeitas que pairam sobre ele. Suspeitas que não foram fabricadas pelas "elites", pela "nossa querida imprensa" ou pelo PSDB. Foram lançadas sobre Freud pela própria maneira de ser do PT. "

Os melhores anos de nossas vidas(3)

Outro comentário recebido, este de Regina Aparecida da Silva:
"Se eu fosse olhar para meu umbigo como você faz eu diria que os melhores anos da minha vida foram na decada de 70 quando comprei meu 1º carro , construi minha casa, emprego saindo pelas janelas. Estava bom para mim, mas para o povão péssimo, nem por isso eu quero voltar aqueles tempos. No presente momento não esta como eu gostaria, mas analisando vasta matérias sobre as diferenças dos governos PSDB X PT esta claro que com todos os acontecimentos o País melhorou muito em 4 anos a despeito de o congresso não ajudar. Vou te dizer mais não me importa quem seja o presidente, barbudo ou narigudo o que interessa para a maioria são resultados e este trouxe, capiche."

Os melhores anos de nossas vidas(2)

Sobre o meu artigo "Os melhores anos de nossas vidas" publicado aqui no blogue e no Jornal de Debates do Portal IG recebi o seguinte comentário do Sr. Carlos Beltrão:
"É realmente estranho estes tempos em que vivemos, temos um governo que está encerrando seu primeiro mandato (acredito que terá um segundo) mas que esqueceu de crescer! Esqueceu que havia um vácuo na economia mundial e o Brasil perdeu a oportunidade de, também, acompanhar alguns de nossos vizinhos e outros no mundo. Gastou tal qual menino em barraca de doces, deixou de fazer muito, por pura letargia e ainda (hoje mesmo em entrevista) culpa a governos passados por não fazer mais (!!!???). Sabemos que tem gente com saudades de algumas épocas, onde a moeda não possuia valor de fato, e que corroia a capacidade de compra sendo traduzida em certos produtos de qualidade ruim e sem chances no mercado internacional. Mas aqui em nossa Pindorama (como diz o Hélio Gaspari) tínhamos orgulho de ter um fusca "rebaixado", uma Brasília Amarela e outras tralhas que não é nem bom lembrar. O governo que aí está, bem sabemos, tomou posse sem um plano para o país trazendo em suas malas bolorentas apenas as idéias e a velha cartilha dos tempos de sindicato, quando viu o tamanho do pasto ficou de boca aberta e devem ter perguntado uns aos outros: e agora? O jeito foi tocar a música com os instrumentos da orquestra anterior, tenhamos cuidado para não errar as notas! Até que num primeiro momento deu para levar, porém o deslumbre foi à cabeça e começou a operação governar de fato e o que se vê é que sem investir, gasta-se 40% do PIB com o próprio governo, sendo que dentro deste gasto ainda tem os investimentos a "fundo perdido" com estes doidos dos MST, MLST e outros Tês da vida, desta forma ficam os investimentos por conta do investidor privado, que sem garantias ou segurança no que virá pela frente não o faz, então as estradas esburacam, os portos deixam de receber melhorias, a educação vai às favas, a Saúde na UTI, a Segurança de cabeça para baixo e nós aqui a ouvir que o Brasil está auto-suficiente daqui, que fizemos mais que outros governos desde a Proclamação da República e....tome falação! Assim vamos passar mais quatro anos a ver candidato em palanque, a viajar a gastar e o Brasil a marchar o passo de ganso! "

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Manobra e dissimulação

Aécio Neves é um dissimulado. Faz pelo amigo Lula o possível e o impossível. Essa notícia de dossiê contra ele à véspera do primeiro turno nada mais é do que uma manobra para tirar do colo do Lula o escândalo reforçando a tese que a vítima não era o presidenciável Alkmin, mas sim os adversários estaduais. Divulgar uma notícia dessas é um acinte a inteligência humana, um desserviço a democracia num momento em que a disputa pega fogo. Manobra igual só a do Garotinho que conseguiu tirar Sergio Cabral do colo para colocá-lo sentado no Palácio das Laranjeiras.

O retorno nos braços do inimigo

Collor foi um bom presidente. Lançou as bases de um Brasil moderno, e na educação incorporou teses revolucionárias do Brizola. Pena que sua equipe econômica não tenha sido criativa como foi a de FHC, Malan e Palocci para lidar com o monstro da inflação. Durante seu pouco tempo no poder foi alvo do ódio e rancor do PT que viu nele o adversário a sua idéia de estado corruptor. Com Collor quem corrompia eram as empresas querendo obter do estado as benesses gerais. Com Lula que corrompe é o estado querendo calar a voz dos que a ele se opõe, ou animando o bolso de dirigentes partidários. Collor levou o povo para o Planalto. Lula levou os amigos. Pena que com Collor ao lado de Lula teremos um Brasil moderno e nacionalista com um nível de corrupção jamais visto já que, Collor tanto quanto Lula sempre deixou os amigos à vontade para fazer aquilo que sabiam que tinham que fazer por "elles" .

Os melhores anos de nossas vidas

Os quatro anos entre 1994 a 1998 foram os melhores anos para aqueles que, como eu, não se considera da elite e pertencem a chamada classe média, e para uma grande parcela da população que se considera pobre. Íamos aos supermercados cheio de gente fazendo compras porque os alimentos estavam baratos. Consumíamos supérfluos sem nenhum prejuízo do nosso orçamento. O salário mínimo tinha aumentado e o poder aquisitivo do trabalhador também, com uma inflação civilizada. Todo mundo estava empregado ou realizando o sonho de abrir seu próprio negócio. Os pobres não precisavam dos programas sociais pois prestavam serviço para as madames a preços que compensavam, podendo construir sua casa e botar o filho na escola particular. Íamos aos bares e restaurantes lotados nos fins de semana com todo mundo gastando sem parar. Os estacionamentos cheios de carros, todo mundo com o seu comprado a juros zero. Nos shoppings gente se espremendo podendo adquirir os produtos que víamos nos filmes, com a mais alta tecnologia, a preços compensadores. Todo mundo se divertindo, realizando o sonho de viajar para o estrangeiro pela primeira vez. Brasileiros voltavam do exterior às pencas e quase não havia imigração. Não precisávamos das ilusórias ofertas dos cartões de crédito, dos empréstimos bancários e cheque especial com taxas absurdas, e o trabalhador e o aposentando viviam do valor do seu trabalho, sem a faca de dois gumes dos empréstimos consignados, dos juros mais caros do planeta. Naquele tempo os privilegiados banqueiros passavam o maior sufoco com a queda do imposto inflacionário e a falta de clientela. Mas veio 1998, e o governo para se reeleger teve que se juntar ao PMDB e fazer uma atrapalhada desvalorização do real que trouxe de volta a miséria. A classe média começou a empobrecer e o governo teve de criar um "Fundo de Combate à Pobreza" para milhões de famílias que perderam sua renda com o baixo crescimento que viria depois provocado pela volatilidade dos capitais especulativos. E teve de estabelecer políticas compensatórias - que por mal controladas se tornaram assistencialistas -, para combater a fome e a miséria que, primeiro o aumento dos impostos, e depois a corrupção e o aparelhamento do estado criou. Se a máquina pública não fosse tão grande esse dinheiro poderia ser usado para fomentar a pequena e média indústria nacional, os prestadores de serviço, gerar empregos. E a crítica que antes se fazia livre e democrática hoje corre constante risco com o autoritarismo e o populismo, que volta e meia tenta calar jornais e revistas. E a educação, que deveria ser a mola mestra de tudo continua fazendo dos pobres cada vez mais pobres, dando-lhes apenas a ilusão do acesso às Universidades de baixa qualidade de ensino sem transformá-la no entanto, numa prioridade numa verdadeira revolução."
Nota: Para escrever este artigo tive que me valer do comentário de um petista postado abaixo, que na sua míope visão acha que os anos do governo Lula foram os melhores de nossas vidas.

Voando contra a correnteza

Dos blogues que acompanho o de Luis Nassif foi o único a nadar contra a correnteza e questionar a exclusiva versão de culpa dos pilotos do Legacy no caso da tragédia com o avião da Gol. Só esqueceu de fazer menção a posição de natureza política do Ministro Waldir Pires que o tempo todo tentou pegar carona no caso com objetivos "republicanos".

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

A opinião de um profissional

Se o marketing político e institucional do Presidente Lula e nota 10 o mesmo não se pode dizer do PSDB. Desde o tempo do FHC todo mundo falava. Vacilaram tanto que hoje ninguém mais se lembra que tudo de bom ou de pior que hoje Lula tem começou na era FHC. No caso da campanha do Geraldo "Chuchu" aquilo que parecia um grande acerto (e até mesmo eu embarquei nessa), a aliança com os Garotinhos se demonstrou um fiasco. Neste caso vale a pena ler a análise de um profissional em marketing político, o Prefeito Cesar Maia. Leiamos o que remeteu em mailing aos assinantes do seu ex-blog:
O QUE HOUVE NO RIO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1. Este Ex-Blog tem recebido centenas de e-mails preocupados com o que ocorreu no Rio neste início do segundo turno presidencial e qual a posição do PFL-RJ. Bem, quanto a isto não há no que ter dúvidas: o PFL-RJ é Geraldo. Perguntam por que este Ex-Blog o tratava de Alckmin e agora o trata de Geraldo. A resposta é simples: houve efetivamente mudanças aqui e respeitamos as decisões do comando da campanha.
2. Os seniors do PMDB-RJ leram bem os resultados do primeiro turno e viram que o voto contra o Lula foi amplamente majoritário nas duas "capitais" -Rio e Niterói- que representam 48% do eleitorado do estado. Isso pela força agregada de Geraldo, HH e Cristovam. E viram mais: que em importantes regiões do Estado, Geraldo venceu em grande parte do Norte, com exceção de Campos, e com larga margem como nas regiões serranas. Lula ficou com a região dos Lagos e o Sul-Industrial. E claro, com a Baixada Fluminense, área receptiva à prática populista, onde Lula ganha e não precisa do apoio de ninguém.
3. Com este mapa na mão e com apoio do presidente nacional do PSDB e a simpatia do PSDB-RJ -que não esconde que prefere Cabral, que já foi parte integrante do grupo deles como presidente do legislativo. Com isso aplicaram um golpe: parte do PMDB ligada a Michel Temer, numa farsa, apóia Geraldo. Com isso, a prioridade deles -a eleição estadual (dados os riscos que enfrentam numa vitória de Denise Frossard, pelos descaminhos que ocorreram no estado, mais uma vez quebrado) passa a contar com um link presidencial onde a candidatura do PMDB é fraca -boa parte do interior e grande parte da Capital.
4. Com isso Cabral passa a ter dois palanques presidenciais -Lula e Geraldo- onde interessar a eles. Onde Geraldo+Denise são fortes (ou Lula leva uma surra dos demais), e lembro que isso representa 60% do eleitorado do Estado, eles fazem a chapa e o panfleto: Geraldo-Cabral. Onde Lula é forte eles fazem a chapa e o panfleto Lula-Cabral. Ou seja, Cabral passa a ter os dois candidatos a presidente onde eles quiserem.
5. Garotinho e Rosinha tem um desgaste tão grande no Estado todo -e claro terminal nas "capitais"- que por isso Cabral os escondeu no primeiro turno. O PSDB-BR tirou Garotinho da clandestinidade e deu palanque para ele fazer a campanha do Cabral. Imediatamente Garotinho passou a agredir o PFL-RJ e não Lula. Em todas as entrevistas dadas -depois que veio à luz do dia pelas mãos do PSDB- o único foco é agredir o PFL.
6. Se o PSDB queria priorizar a eleição presidencial se equivocou, pois seus novos parceiros usam Geraldo para priorizar a campanha estadual, com a chancela de Geraldo, com direito a fotos e imagens.
7. E mais grave ainda: Lula não venceu no primeiro turno no estado e menos ainda na classe média onde nas "capitais" a chapa Geraldo-Denise obteve mais de 55% em várias zonas eleitorais. O mesmo nas regiões serranas. Mas isso ocorreu também pela votação de Heloisa Helena e Cristovam que somaram quase 25% dos votos. Aliás, um eleitor histórico no Rio que faz um voto pela esquerda ou de rebeldia ou ético.
8. Mas quando Geraldo aparece com Garotinho, esse eleitor passa a fazer o discurso que os ditos artistas fizeram na reunião na casa do showman Gilberto Gil: se todos são iguais fiquemos com Lula que está mais perto do povão. A pesquisa do último fim de semana no Estado do Rio mostrou isso e de forma contundente. Eleitores potenciais de Geraldo como Gabeira, o deputado mais votado do estado, preferem a sombra por enquanto, dado que se integraram à necessidade de mudar o comando político do estado.
9. E o que pode fazer a campanha de Denise Frossard? De um lado coerentemente votar e indicar o nome de Geraldo. E de outro sublinhar uma marca de independência -de candidata de Estado que a caracteriza, como comunicação geral e atuar pragmaticamente em apoio a Geraldo na medida que os constrangimentos da armadilha Cabral-Lula-Geraldo, permitam. O PMDB já faz isso amplamente: faz campanha nas áreas fortes de Geraldo-Denise com um panfleto lastreado pelo PSDB, de Geraldo-Cabral. O PSDB-RJ se articula e se reúne neste esquema.
10. Essas são as questões que este Ex-Blog imagina que todos saibam, mas que pelas centenas de e-mails, muitos não sabiam.

A vitória do marketing político e institucional

Para mim o Lula já venceu as eleições. Não pelas razões elencadas pelo cidadão no comentário que postei abaixo. Sou da classe média morador do Rio de Janeiro cidade onde o PIB per capita teve uma queda de 27% em seis anos e sei o sufoco que foram principalmente os últimos quatro. No entanto não se pode lutar contra a realidade. Lula tem a melhor equipe de marketing que já se viu em 20 anos. Desde a ditadura não se via tamanha competência. Sem contar a eleição do Lula em 2002 onde variáveis econômicas se juntaram a propaganda para favorecê-lo, em todo o seu governo o marketing foi um primor. Não só a propaganda institucional como também o marketing político, o sentido da estratégia e a habilidade da superação das crises, com teses e argumentos que se impõe a realidade de maneira insofismável. Nessa afirmação conta o presidente com uma rede de divulgação política que repercute em massa qualquer máxima contida numa frase ou pensamento saída da cabeça do setor de propaganda. Agora mesmo na conquista do voto do segundo turno agem com extrema sofisticação conseguindo agradar os eleitores do Cristovam e da HH mantendo teses anacrônicas nas quais nem mesmo eles acreditam. Transformaram a derrota no debate numa retumbante vitória ao conseguir transformar as incisivas intervenções do Alkmin em "agressividade", vitimando o presidente e salvando a pele do candidato. Agora, nada disso teria acontecido sem a cabeça do "blockbuster político" chamado José Dirceu que lapidou a guinada do seu guia para o centro, e transformou os social-democratas daqui em retrógrados conservadores. Parabéns a todos, José Dirceu, Duda Mendonça, Gushiken, João Santana, Luis Dulci e outros que nos brindaram com mais quatro anos do senhor Luis Inácio.

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Quem concordar que vote nele

Comentário irônico no Blog do Josias de um eleitor do Lula:
"Cansei, vou votar no Alckmin. Cansei de ir ao supermercado cheio de gente fazendo compras porque os alimentos estão baratos, porque o salário aumentou, porque o poder aquisitivo aumentou, porque tanta gente está empregada. Cansei dos bares e restaurantes lotados nos fins de semana, agora todo mundo pode gastar. Cansei dos estacionamentos sem vagas, agora todo mundo tem carro. Cansei dos shoppings com gente se espremendo, agora todo mundo pode comprar e se divertir. Cansei das ofertas de crédito bancário, de cartão de crédito, de empréstimo consignado com juros baratos para todo mundo - isso antes era privilégio, agora perdeu a graça. Cansei desse governo que distribui dinheiro dos impostos para milhões de famílias sem renda, só para combater a fome e reduzir a miséria - esse dinheiro poderia ser usado para ajudar os empresários endividados da mídia, para editar melhores jornais e revistas. Cansei do PROUNI, que colocou na universidade jovens da classe pobre, misturando-os com os ricos."
Você concorda?

O medo venceu a esperança

A serem verdadeiros os números do último Datafolha parece ter dado certo a estratégia da campanha do Lula de botar medo no eleitor do Cristovam e da Helosa Helena. O que eles mais temem é a volta da privatização do governo FHC que modernizou o estado mas botou muita gente para correr atrás de trabalho pelas chamadas leis de mercado, e que até hoje estão por ai subempregados. Outros tentaram empreender e quebraram a cara com o baixo crescimento econômico pós 1999. Essa "elite" que trabalha para o estado é a unica parcela da classe média que ainda consegue suportar os altos juros e impostos do governo Lula. A outra está quebrada vivendo da esperança que o Lula prometeu.

Mas será o impossível? (2)

As leituras que se podem fazer do Datafolha de ontem, acreditando-se como verdadeiros os números finais, todos dentro da margem de erro são:
1) O Debate da Band agradou a militância do Alkmin e irritou o Lula;
2) O tracking de campanha do Lula é muito bom. Detectou rapidamente o sentimento de uma parcela do eleitor e fixou o contra-ataque na imagem de agressividade do Chuchu;
3) Foi esta imagem que repercutiu na imprensa no dia seguinte. Quem não viu ouviu, e ficou ao lado do Presidente - a vítima -, não do candidato;
4) Se por um lado a dicotomia presidente/candidato afetou Lula emocionalmente durante o debate, não o afetou no dia a dia. Continuou a trabalhar e a fazer política de uma maneira muito mais visível haja vista que abriu as portas do palácio para a imprensa em tempo quase integral;
5) Definitivamente o PFL não é um bom conselheiro. Atrapalha mais do que ajuda o Geraldo, que ficou parado quase 48 horas ao invés de ir a luta logo no primeiro momento. Sua tropa de choque ficou deitada em cima dos louros de uma pseudo vitória como se dissesse ao PFL "dessa vez nós falamos a mesma língua";
6) A estranhar um Datafolha sem a Globo, diferentemente do que vinha ocorrendo desde o início da propaganda política. Será que a divulgação da pesquisa foi precipitada pelo vazamento, ou se trata de uma pesquisa fora da "combinação", o que retiraria dela a credibilidade que o acordo Folha/Globo vinha dando;
7) Fernando Rodrigues é um jornalista muito bem informado. Coincidência ou não na mesma hora em que o resultado vazava ele sutilmente já o anunciava com uma análise da disputa Cristovam/Roriz acontecida em 2002.

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Mas será o impossível?

Bomba! Bomba! Marta Suplicy afirma em comício no Clube Tietê, em São Paulo que Datafolha de amanhã sairá com 56 para Lula e 44 para Alkmin nos votos válidos. Segundo ela Lula cresceu após o debate. A conferir. A notícia está no Blog do Noblat.

Político não tem colaborador, tem interesses

Começa a rolar uma onda em torno do pensamento acadêmico do economista Yoshiaki Nakano tido como "colaborador" do Geraldo Alkmin. Luis Nassif, jornalista e blogueiro de economia e política, que se declara admirador das idéias de Nakano (desvalorização do real, câmbio controlado, drástica redução dos gastos de custeio, etc.) pergunta ao Chuchu se este não vai sair em defesa de Nakano na polêmica com outro economista coroado, Alexandre Schwartzman, aventando a hipótese do candidato vir a perdê-lo como colaborador. Essa história de "perder" colaborador me traz à lembrança aquela propaganda eleitoral de 2002 em que apareciam grupos de "colaboradores" que davam a impressão de estar preparando uma ação governamental espetacular para por em prática assim que o governo assumisse. Como consequência tivemos um ano de recessão e a continuidade, principalmente, da política econômica do governo anterior. Gostaria de saber onde se encontram aqueles senhores e senhoras de então e perguntar se tudo aquilo que os bem intencionados "planejaram" foi aplicado. Luis Nassif que é um jornalista bastante aplicado teve ter acesso a estes arquivos e recuperar quem eram, e se a pessoa a quem eles se reportavam teve dificuldade de enfrentar "divididas", e mandá-los para o chuveiro junto com suas brilhantes idéias.

Soltando fumaça pelo nariz

Gente! Hoje é terça-feira e já faz 48 horas que terminou o debate e o Lula continua soltando fumaça pelo nariz. Parece a encarnação do demônio. O homem abriu o palácio para a imprensa e praticamente a cada meia hora solta uma. Em cada atividade política da sua agenda cria uma frase nova, parte para um novo ataque. Dispensou o Ciro Gomes e começou ele mesmo a destilar o veneno. O "lulinha paz e amor" foi para o brejo. Se antes não sabia quando era candidato ou presidente agora tem certeza que é candidado, e que não gostou de ver o seu lado presidente ser reduzido a um pinóquio ventríloquo. Hoje tem pesquisa e tudo indica que teremos novidade. Afinal quem tinha que estar estrilando e tentando aparecer mais que melancia seria o Geraldo "Chuchu com camarão", que até sexta-feira passada estava perdendo a eleição por 7 pontos de diferença. Notem que toda a bronca é voltada para um assunto que a classe média "nacionalista" tem como tabu: o estado empreendedor, as estatais. Dar uma de "clóvis" e sair por ai assustando funcionários públicos e os de Furnas, Petrobras, Caixa e BB, este o estado necessário, só pode ser desespero de não perder os ex-votos do Cristovam e da HH.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Chega de debate! Falemos de futebol

Luis Nassif em seu blog pede para que se mude de assunto e pare de falar em debate. Também acho! Vamos falar da sensacional partida de futebol que assistimos ontem entre o São Paulo e o Corintians. Os corintianos passaram a semana toda anunciando que iriam partir para cima, botaram o vice de futebol Ciro Cara Feia e o assistente técnico Marco Aurélio Trombadinha para deitar falação e assustar "os bambi". E o que se viu? "Os bambi" partiram para cima e meteram dois gols logo de cara, meu. Os corintianos não sabiam onde enfiar a cabeça. Começaram a chutar as canelas dos são-paulinos, e não acertaram um passe sequer. Parecia que os jogadores tinham treinado com o Íbis e não sabiam o que iam enfrentar. O que mais estranhei foi o Corintians, time de maior torcida, não ter se prevalecido da vantagem que adquiriu com o dinheiro vindo de fora, e ao invés de argumentar como campeão, com a bola no pé e chute ao gol ter ficado com aquela lengalenga de se deixar levar pelo discurso que a diretoria preparou para ele. Jogando assim certamente irá perder. Certo que equilibrou o jogo lá pelo segundo tempo, mas aí o estádio já estava quase às moscas e quase ninguém assistiu. Para quem assistiu ao jogo e torceu pelo São Paulo ficou com a impressão que aquele gol marcado no minuto final deu a vitória. Só que ai a partida já tinha sido interrompida e vamos ter que esperar a continuação do jogo. Espero que vocês tenham assistido esta sensacional partida. Como, não assistiu? Passou na Band ontem às 8:30 da noite.

As sandálias da humildade

A novidade de ontem no debate da Band foi o fato de o presidente em exercício ter que ouvir poucas e boas cara a cara, na "lata". Tivesse Lula se acostumado durante todo seu mandato a conceder entrevistas coletivas, a ir ao parlamento debater com deputados e senadores (só não assume o parlamentarismo do nosso regime quem não quer) teria evitado a catástrofe de termos um presidente nocauteado num estúdio de TV. No poder a platéia é composta normalmente por bajuladores, puxa-sacos, gente que vive para dizer aquilo que o presidente gosta de ouvir - que ele é o maior presidente que o Brasil já teve na sua história, e que nada do que foi construido por ele ninguém pensou antes em fazer -. Bem ou mal Alkmin representou o pensamento de quase metade do povo brasileiro que a muito tempo andava querendo dizer ao presidente "umas verdades". É aquela coisa que os seguranças impedem de deixar você caminhar solto pelas ruas e poder ouvir um impropérios, ganhar um tomate na cara de algum engraçadinho (lembram do José Dirceu levando uma guardachuvada, ou do José Sarney ganhando uma machadada). Só assim um governante desce da sua empáfia e veste as sandálias da humildade.

domingo, 8 de outubro de 2006

Pimenta no dos outros é refresco

Quando começou a propaganda política lembro-me da pressa do prefeito Cesar Maia em querer que o Alkmin partisse para o ataque e "desconstruí-se" o Lula. Os marqueteiros do Alkmin pediam um tempo enquanto os analistas diziam que se demorasse a bater o eleitor não iria aceitar a "baixaria". Agora o Lula acuado no segundo turno começa a partir para a "guerra" depois de um primeiro turno de "propostas". Como reagirá o eleitor diante desta mudança no tempo final, irá considerar ou não "baixaria" os ataques que vem promovendo a oposição?

Quem debateu para quem

Alkmin debateu para o eleitor médio, aquele que ganha acima de 700/900 reais. Lula se defendeu e não debateu para ninguém, a não ser para ele mesmo, coerente com a sua idéia superlativa de ter sido o melhor em 500 anos.

O chuchu virou bicho

O debate pegou fogo! Lula pensou que fosse encontrar um chuchu para fazer uma sopa, e encontrou pela frente um abacaxi pra descascar. Teve que engolir sapo e ouvir o que não queria ouvir. Não sei se perdeu ou ganhou, mas de nada adiantou ter passado a semana toda pensando que fosse encontrar um Alkmin acanhado e medroso. Encontrou um adversário "zen" que bateu pesado e conseguiu colar nele alguns decalques como "mentiroso", "arrogante", "corrupto", "incompetente", entre outros.