quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Mas será o impossível? (2)

As leituras que se podem fazer do Datafolha de ontem, acreditando-se como verdadeiros os números finais, todos dentro da margem de erro são:
1) O Debate da Band agradou a militância do Alkmin e irritou o Lula;
2) O tracking de campanha do Lula é muito bom. Detectou rapidamente o sentimento de uma parcela do eleitor e fixou o contra-ataque na imagem de agressividade do Chuchu;
3) Foi esta imagem que repercutiu na imprensa no dia seguinte. Quem não viu ouviu, e ficou ao lado do Presidente - a vítima -, não do candidato;
4) Se por um lado a dicotomia presidente/candidato afetou Lula emocionalmente durante o debate, não o afetou no dia a dia. Continuou a trabalhar e a fazer política de uma maneira muito mais visível haja vista que abriu as portas do palácio para a imprensa em tempo quase integral;
5) Definitivamente o PFL não é um bom conselheiro. Atrapalha mais do que ajuda o Geraldo, que ficou parado quase 48 horas ao invés de ir a luta logo no primeiro momento. Sua tropa de choque ficou deitada em cima dos louros de uma pseudo vitória como se dissesse ao PFL "dessa vez nós falamos a mesma língua";
6) A estranhar um Datafolha sem a Globo, diferentemente do que vinha ocorrendo desde o início da propaganda política. Será que a divulgação da pesquisa foi precipitada pelo vazamento, ou se trata de uma pesquisa fora da "combinação", o que retiraria dela a credibilidade que o acordo Folha/Globo vinha dando;
7) Fernando Rodrigues é um jornalista muito bem informado. Coincidência ou não na mesma hora em que o resultado vazava ele sutilmente já o anunciava com uma análise da disputa Cristovam/Roriz acontecida em 2002.

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