domingo, 9 de dezembro de 2012

A TV Rancorosa, o Decadente Repórter e o Escroto Pastor


Um absurdo! 
Um canalha como Guilherme de Pádua ganhar espaço numa rede de teve como se fosse um (bom) mocinho de novela. 
Em nenhum momento reconhece seu erro de não saber conduzir sozinho uma questão de relacionamento extra conjugal, tirando a vida de Daniela Perez, uma menina talentosa que deveria estar aqui entre a gente. 
Está certa Glória Perez quando conduz a defesa da dignidade da sua filha, livrando-a do achaque desse vagabundo, e de um mundo preconceituoso, que acha que a outra é sempre a vadia. 
Covarde, escroto, babaca esse Guilherme de Pádua! 
O que indigna é que ele só conseguiu este espaço por articulações da sua fé, e com um repórter decadente, vendido até a alma ao dinheiro. 
Pobre emissora que se contenta com o rebutalho do jornalismo, e que tudo faz por ódio a concorrente.
Esse tipo de coisa além de indignar, causa nojo a qualquer um que respeita a vida humana.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Infeliz o que, cara pálida?

Os funcionários das estatais, multinacionais, alguns orgãos públicos e grandes empresas nacionais como Vale e Ambev geralmente tem uma postura diferenciada. 

São bons empregos que oferecem benefícios e vantagens que geralmente o povão não tem. 

Não é culpa deles, claro! Mas aos olhos do maioria que fica horas numa condução, ganha salário ou pouco mais, não fazem nada! 

Hoje a frase do Felipão é considerada infeliz, mas a 10/20 anos atrás não era. 

Estava estampada em todos os jornais, dando origem aos caçadores de marajás, e aos mirabolantes planos de demissão voluntária da era FHC. 

Com a era Luis Inácio, e seus empregos para filhos e namorada, acho que vai demorar ainda alguns anos para que o povo pense diferente do Felipão.

sábado, 1 de dezembro de 2012

"Lula e Rose eram amantes desde 1993"


Do Blog de Reinaldo Azevedo - Veja Online

"Jornal decide contar ao leitor o que os jornalistas e o governo sabiam há muito: Lula e Rosemary, no centro do novo escândalo, eram amantes desde 1993.

Um homem público ter uma amante é ou não assunto relevante? Nos EUA, basta para liquidar uma carreira política, como estamos cansados de saber. Foi um caso extraconjugal que derrubou o todo-poderoso da CIA e quase herói nacional David Petraeus.

Desde quando estourou o mais recente escândalo da República, todos os jornalistas que cobrem política e toda Brasília sabiam que Rosemary Nóvoa Noronha tinha sido — se ainda é, não sei — amante de Lula. Assim define a palavra o Dicionário Houaiss: “Amante é a pessoa que tem com outra relações sexuais mais ou menos estáveis, mas não formalizadas pelo casamento; amásio, amásia”.

Embora a relação fosse conhecida, a imprensa brasileira se manteve longe do caso. Quando, no entanto, fica evidente que a pessoa em questão se imiscui em assuntos da República em razão dessa proximidade e está envolvida com a nomeação de um diretor de uma agência reguladora apontado pela PF como chefe de quadrilha, aí o assunto deixa de ser “pessoal” para se tornar uma questão de interesse público.

O caso, com todos os seus lances patéticos e sórdidos, evidencia a gigantesca dificuldade que Lula sempre teve e tem de distinguir as questões pessoais das de Estado. Como se considera uma espécie de demiurgo, de ungido, de super-homem, não reconhece como legítimos os limites da ética, do decoro e das leis.

Outro dia me enviaram um texto oriundo de um desses lixões da Internet em que o sujeito me acusava de “insinuar”, de maneira que seria espúria, uma relação amorosa entre Rose e Lula. Ohhh!!! Não só isso: ao fazê-lo, eu estaria, imaginem vocês!, desrespeitando Marisa Letícia, a mulher com quem o ex-presidente é casado. Como se vê, respeitoso era levar Rose nas viagens a que a primeira-dama não ia e o contrário.

Mas isso é lá com eles. A Rose que interessa ao Brasil é a que se meteu em algumas traficâncias em razão da intimidade que mantinha com “o PR”. Lula foi o presidente legítimo do Brasil por oito anos. A sua legitimidade para nos governar não lhe dava licença para essas lambanças. Segue trecho da reportagem da Folha. 

A influência exercida pela ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, no governo federal, revelada em e-mails interceptados pela operação Porto Seguro, decorre da longa relação de intimidade que ela manteve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Rose e Lula conheceram-se em 1993. Egressa do sindicato dos bancários, ela se aproximou do petista como uma simples fã. O relacionamento dos dois começou ali, a um ano da corrida presidencial de 1994.

À época, ela foi incorporada à equipe da campanha ao lado de Clara Ant, hoje auxiliar pessoal do ex-presidente. Ficaria ali até se tornar secretária de José Dirceu, no próprio partido. Marisa Letícia, a mulher do ex-presidente, jamais escondeu que não gostava da assessora do marido. Em 2002, Lula se tornou presidente. 

Em 2003, Rose foi lotada no braço do Palácio do Planalto em São Paulo, como “assessora especial” do escritório regional da Presidência na capital. Em 2006, por decisão do próprio Lula, foi promovida a chefe do gabinete e passou a ocupar a sala que, na semana retrasada, foi alvo de operação de busca e apreensão da Polícia Federal.

Sua tarefa era oficialmente “prestar, no âmbito de sua atuação, apoio administrativo e operacional ao presidente da República, ministros de Estado, secretários Especiais e membros do gabinete pessoal do presidente da República na cidade de São Paulo”. 

Quando a então primeira-dama Marisa Letícia não acompanhava o marido nas viagens internacionais, Rose integrava a comitiva oficial. Segundo levantamento da Folha tendo como base o “Diário Oficial”, Marisa não participou de nenhuma das viagens oficiais do ex-presidente das quais Rosemary participou.

Procurado pela Folha, o porta-voz do Instituto Lula, José Chrispiniano, afirmou que o ex-presidente Lula não faria comentários sobre assuntos particulares.

Como se vê, Lula considera Rosemary um “assunto particular”, o que soa como confissão. Só que ela era chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo. O Brasil pagava o salário do “assunto particular” do Apedeuta. Ainda assim, ela poderia ter sido uma funcionária exemplar. Não parece o caso…

É um modo de ver a República. O mesmo Lula que classifica a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo de “assunto particular” não distingue a a linha que separa o interesse público de seus impulsos privados.

PS – Não deixem que a sordidez da história contamine os comentários. Há sempre o risco de se ultrapassar a linha do decoro em temas assim. Façam o que Lula não fez."

Augusto Nunes: "Rose é Amante do Lula!"

Foi com a pulga atrás da orelha que joguei no Google "rose amante lula", e olha o que encontrei, nada mais nada menos do que aquilo que já desconfiava:


"Colunista de Veja.com diz que jornalistas devem "dispensar-se de cautelas farisaicas". É hora, diz ele, de "contar o que muitos sabem desde o século passado". Ex-diretor de redação que, nos seus  tempos de glória, ocultou deliberadamente o romance entre FHC e uma jornalista da Globo, hoje compara a ex-chefe de gabinete da presidência à Marquesa de Santos, amante de Dom Pedro I; abriu-se a porteira

247 - Entrevistado por Palmerio Doria, para uma reportagem da revista Caros Amigos, sobre os motivos que levaram todos os diretores de redação da imprensa brasileira a omitir, durante oito anos, um romance entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e uma jornalista da Globo (a repórter Miriam Dutra), o jornalista Augusto Nunes saiu-se com uma explicação que é a negação do jornalismo. Se um desse, todos dariam. Se ninguém publicasse, ninguém publicaria. Ou seja: um pacto de silêncio. Neste sábado, a Folha encontrou mil maneiras de dizer que Rosemary Nóvoa de Noronha é amante do ex-presidente Lula sem usar a palavra proibida. Reinaldo Azevedo, que já havia chamado Rose de "a mulher do Lula", destacou o texto. E, agora, Augusto Nunes dispara: "Rose é amante de Lula". O blogueiro de Veja.com comparou ainda a personagem à Marquesa de Santos, amante de Dom Pedro I. Leia:

Lá na terra de onde eu venho, uma amiga como Rose tem duas letras a mais

Amante, segundo o Aurélio, é a palavra que se aplica a "pessoa que tem com outra relações extramatrimoniais". O dicionário autoriza o uso dos sinônimos amásia, concubina e amiga. Assaltada por um surto de pudicícia, a imprensa escolheu a terceira opção para referir-se a Rosemary Noronha.

Depois da reportagem publicada pela Folha neste sábado, traduzida brilhantemente por Reinaldo Azevedo, os jornalistas podem dispensar-se de cautelas farisaicas e contar o que muitos sabem desde o século passado: Rose é mais que amiga de Lula. É amante.

Em Taquaritinga, ninguém confunde amizade com amigação. Lá na cidade de onde eu venho, todo lula-com-rose " seja ele o prefeito ou o mais humilde eleitor " não tem uma amiga: tem amigada. As duas letras a mais eliminam quaisquer dúvidas adubadas por ambiguidades.

Estou invadindo a privacidade do ex-presidente? Conversa fiada. A descoberta de mais uma quadrilha acampada na administração federal reafirma que quem confunde o público e o privado é Lula. Ele garantiu o sustento de Rose com o dinheiro dos pagadores de impostos. Quem transformou uma relação íntima em gazua foi ela.

O noticiário sobre o escândalo da vez, que está apenas em seu começo, precisa substituir imediatamente esse pundonoroso "amiga" pela expressão correta. Amigada, admito, soa um tanto vulgar. "Amásia" lembra manchete de jornal de antigamente. "Concubina" é adereço de monarquias. Fiquemos com a velha e boa "amante".

Como os seus sinônimos, "amante" tem numerosas contra-indicações e os efeitos colaterais podem ser devastadores. Mas é a palavra certa. E o primeiro mandamento do jornalismo ordena que se conte a verdade.

PS: Reproduzo e endosso o recado de Reinaldo Azevedo aos leitores: "Não deixem que a sordidez da história contamine os comentários. Há sempre o risco de se ultrapassar a linha do decoro em temas assim. Façam o que Lula não fez"."

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Quem Deixa Rastro é Caramujo

O que causa estranheza nessa troca de emails entre a secretária de Luis Inácio e seus comparsas, não é o conteúdo, mas sim o meio utilizado: o computador da Presidência da República. 

Fosse o computador da casa dela, da sua filha, da lan-house, sei lá... Tudo bem! Tratava-se de um pedido que qualquer um faz em conversa privada numa festinha de aniversário. 

Mas usar o computador da Presidência com tanta desfaçatez e simplicidade é muita cara de pau. 

Fosse dono de firma, presidente de empresa, político ou qualquer coisa que valha proibiria intimidades na troca de emails em assuntos consoantes ao trabalho. Ia ser só Sr., Sra., Prezado e o escambau. 

A intimidade tira o foco e leva o assunto para um departamento que dá espaço para diversas interpretações.

Agora está lá escrito, e o senhor Luis Inácio não tem como dizer que não fazia parte da gang. 

Certa vez assisti um guardinha propondo uma propina a um cidadão. Este que se dizia autoridade, não tinha a grana e se dirigiu a um terceiro, por telefone para pedir, que por sua vez pediu para falar com o guardinha.

Foi quando o guardinha experto exclamou: "Ô meu irmão!!! Tua acha que eu sou otário de falar nessa porra e deixar rastro. Quem deixa rastro é caramujo, rapaz!" 

É isso ai. Vivendo e aprendendo.

Viva o Estado Palestino!

O recente conflito entre palestinos e israelenses deixou um saldo de violência maior que o conflito de 2008, embora com número de mortos menor. 

Com a maciça presença da imprensa durante os embates - a Rede Globo, quinta rede de teve do mundo esteve presente no antes e depois com Caco Barcelos e equipe -, o mundo pode ver em detalhes o horror de ambos os lados, e a arrogância de (parte) do povo judeu diante do conflito. 

Com a clara vitória moral do Hamas, e os benefícios do crescimento do apoio militar e financeiro árabe depois da "primavera" ficará difícil para Israel e seus aliados americanos manter a cega política de "terra pela paz", negando-se a reconhecer as fronteiras de 1967 como base para o acordo.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A Folha de São Paulo e sua publicidade disfarçada

A Folha de São Paulo passou a cobrar pela leitura do conteúdo do site, com uma franquia para os não assinantes de 20 matérias (não cadastrados) e 40 matérias (cadastrados). 

Só que ela usa as redes sociais para anunciar as matérias do site. 

Apenas uma pergunta: Se as matérias são cobradas, ficando seu acesso proibido para além da franquia seriam estes posts no facebook "publicidade"? Não deveriam estar na coluna de "links patrocinados", ou seja, publicidade?

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Notas Sobre a Posse de Joaquim Barbosa



A posse de Joaquim Barbosa foi "trending topic" no Twitter. Valeu a pena assistir para ver a cara bunda da presidenta Dilma Roussef, que além de ter de "acatar" a decisão do supremo sobre o mensalão, vai ter que "engolir" Joaquim Barbosa na presidência do STF.
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A posse de Joaquim Barbosa, por estar ligada a educação, a cultura e ao saber é mais simbólica do que foi a de Luis Inácio em 2002, e a de Dilma em 2010.
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‎"Juiz não pode fazer lobby em favor de si." Joaquim Barbosa.
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‎"Nós, os juízes não tememos nada nem a ninguém." Ministro Luiz Fux, claramente se referindo as pressões da UNE, sindicalistas e políticos do PT em favor de José Dirceu.
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Não só o Procurador-Geral da República correm risco neste momento. O próprio MP corre risco. Como retaliação ao mensalão querem indiciar o Procurador-Geral na "CPI do Cachoeira", e como retaliação as investigações de corrupção dos políticos querem negar ao MP o direito de investigar as falcatruas. Vamos reclamar!
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No "Dia do Músico" um músico tocando o Hino Nacional na posse de Joaquim Barbosa, o primeiro negro a presidir o STF é a glória!!!

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Djavan foi citado ao final da posse de Joaquim Barbosa. Viva o músico!!!


Manifestação em Favor da Palestina


Nossa solidariedade deve ir além das manifestações. 
Devemos entender que os palestinos são um povo em luta pelo direito de ser uma nação. 
Foram (e continuam sendo) usurpados de direitos, terras e liberdade por aqueles que um dia foram uma diáspora e que hoje tem toda a mídia ocidental a seu favor. 
Esqueçam o rótulo de "radical" dado a alguns dos seus habitantes que, por falta de uma opção política foram obrigados a pegar em armas, e praticar as mesmas técnicas dos que hoje oprimem utilizaram no passado. 
Só na última "guerra" foram 1500 alvos, mais de 150 mortos, a maioria civis, com mais de 1500 bombas lançadas de efeito destruidor arrasador, que miram não só o alvo mas todo o seu entorno. 
Mesmo assim Gaza floresce, sobrevive, e seus habitantes aos poucos começam a vislumbrar o momento de viver em paz. 
Por isso nossa preocupação em entender a luta do povo palestino e, apesar de laico, entender a luta da grande nação do Islã, com suas diferenças e conflitos. 
Que Deus seja sempre louvado!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Minha Consciência Negra

Não sou afro-descendente. 
Como Gloria Maria me considero apenas negro. Os africanos foram, em muito culpados pela escravidão no Brasil. 
Assim como não haveria holocausto de não tivesse havido "judeus", não teria havido escravidão se não existissem os escravocratas "africanos". 
Minhã avó, uma bela negra, filha de escravos nascida liberta pela Lei do Ventre Livre, casou-se com um guapo português, dando origem a família que conheço, mãe, tios e sobrinhos. 
Com esse "pé na cozinha", minha mãe, de traço nenhum negro, nem nos cabelos casou-se com meu pai, negro paulista, galante e de tez afinada. 
Embora hoje me considere negro, classificam-me de moreno, mulato, pardo, conforme a conveniência do interlocutor(a), ou do seu maior ou menor racismo. 
Anos de análise me fizeram curar as chagas dos primeiros anos de vida. 
Rejeitado pelos negros, rejeitado pelos brancos, os morenos ou mulatos eram como que um bando de sem-pátria na minha infância. 
Hoje acho graça dessas leis de inclusão, e do excesso de manifestação "branca" em favor dos negros. 
Curar o "vitimismo" ou o "racismo" só com muita reflexão, e no meu caso divã.   

domingo, 18 de novembro de 2012

O Mingau do Oriente Médio


Um amigo perguntou-me sobre a verdade de um texto escrito por Achmed Assef, um pseudo palestino amigo de Israel. 
Bastou jogar no Google o nome "Achmed Assef" para encontrar a resposta no "Jornal ALEF - o jornal da comunidade judaica". 
Agora, mesmo que fosse verdadeira a existência do tal "Achmed" temos que tomar cuidado, manter o espírito crítico e desconfiar de tudo. 
Afinal é um conflito que já se torna secular, e que tem por trás nada mais nada menos do que o EUA. E todo mundo sabe que o Mossad e a CIA são irmãos siameses. 
Sou a favor da criação de um estado palestino nas fronteiras de 1947. 
Sei que não é fácil, mas se não for este o objetivo o mundo não vai ter paz, assim como não vai ter paz se os radicais islâmicos continuarem pregando a eliminação do estado judeu, posto que são muitos os a favor da Jihad e os que querem uma palestina na idade média. 
Ainda mais agora, com a "primavera árabe" que muitos governos pró Hamas chegaram ao poder. 
Temos que ver sempre onde há justiça, onde há o desejo de paz. 
Às vezes uma ditadura com a de Assad está mais para ela do que os grupos que almejam alcançar o poder com o Alcorão nas mãos. 
Enfim, a situação no Oriente Médio é um mingau, come melhor quem come pelas bordas, pois espera primeiro a situação esfriar, ficar clara para só depois comer.
Não se deixem impressionar pela posição da mídia. 
Guerra e violência vendem jornal, seja de que tipo for. 

domingo, 28 de outubro de 2012

De histórico, só o mensalão!

Por mais que me esforce não consigo ver essa falada "vitória histórica do PT". 
Se é por São Paulo não foi uma vitória do partido, mas sim do lulismo, por sinal a mais emblemática. 
Luis Inácio destilou seu ódio em Salvador e Manaus e foi derrotado. Encarou o PSB em Recife, Fortaleza, Belo Horizonte e foi derrotado. 
Ou seja, onde havia "Política" envolvida perdeu. 
Até em Niterói, a se considerar o resultado apertado e os dissidentes da política (brancos, nulos, abstenção) foi mais um cascudo na cabeça da administração que sai do que uma vitória. Aliás dou a maior força aos meus amigos que estão saindo, gente do bem que conheço de anos, que leiam o resultado das urnas e sigam na direção do novo, uma nova política, quiça um novo partido que os abrigue e os remoce. 
Senão vão ficar por ai falando do passado, sem querer construir nada para o futuro. 
Ou então, que se aposentem todos!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Dias Piores Virão!

Meus amigos jornalistas hão de concordar comigo. 
Notável na edição do JN de hoje a mudança na editoria geral de jornalismo da Rede Globo. 
A presença do jornalista Ali Kamel na direção-geral de jornalismo da Globo, se fez sentir no tom professoral que foi dado a desmontagem das teses que começaram a surgir, querendo dar um ar golpista a decisão do STF. 
Pode-se ser a favor de um partido ou de uma ideologia, mas se quedar ao sectarismo e não conseguir admitir a verdade dos fatos, tem dó! 
Ou a administração pública caminha pelos braços da sociedade, ou a partir de agora os embusteiros do poder irão de ter maus dias.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Uma outra novela em Niterói


Não quero entrar no debate político da questão, mas Niterói devia tentar se distanciar da vida de novela e ser mais que uma simples "Salve Jorge!". 
Vendo de fora, e tendo vivido a cidade de antes como muita gente viveu, a gente consegue ver a razão da angústia da atual administração: o legado de Jorge Roberto Silveira se tornou pequeno demais diante dos problemas que a cidade enfrenta. 
O "Caminho Niemeyer" foi engolfado por um Centro da cidade horroroso; os equipamentos culturais, como o “Teatro Municipal”, cercados pelos mesmos problemas de trânsito e estacionamento, irritando o cidadão, e uma explosão imobiliária que leva a cidade aos mesmos problemas de décadas quando vem a chuva. 
De fora a gente nota que faltou planejamento urbano, embora de arquitetos a cidade esteja cheia. 
Não se pensou na "Niterói", menos como cidade, e mais como um bairro do Rio que, com a Ponte se tornou uma cidade dormitório cidade dormitório, que um dia viu cair no seu colo os mesmos problemas de uma grande metrópole (não se ofendam os niteroienses, a parte Niterói tem vida própria). 
Não que eu que queira que Niterói continuasse ser como uma pacata cidade do interior fluminense, mas podiam ter pensado no que daria estampar esse belo legado nos “outdoors” do mundo, num marketing de fachada, e saber que muito mais gente viria para a cidade desfrutar daquilo que se anunciava como “maravilha do mundo”. 
Agora é correr atrás do prejuízo, e tentar consertar com ousadia os erros que a política cometeu.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Os Reis Desnudos (2)


Seria bom Luis Inácio parar com esse discurso revanchista e se acostumar com a verdade dos fatos. 
O mensalão existiu e todos foram condenados por corrupção.
Não adianta dizer que o governo FHC foi corrupto, que o Procurador a sua época era um engavetador.
A verdade é que corrupção, quando não comprovada ou criminalizada em uma CPI, em um julgamento, perde no imaginário da verdade do povo.
Todos que herdaram essa peja o foram em CPIs ou inquéritos judiciais. Sarney, Collor, Maluf e outras tantos passaram por este processo e ganharam a coroa do povo, da opinião pública.
Luis Inácio livrou-se dos dois, CPI e processo, mas seu governo tornou-se mesmo assim o mais corrupto da história.

Os Reis Desnudos (1)

Toda esta empáfia, toda essa arrogância da turma do mensalão mostra como o poder corrompe o caráter das pessoas, transformado-as em seres onipotentes, incapazes sequer de uma releitura dos fatos, de ouvir a verdade da maioria, de consertar seus erros e renovar atitudes. 
Essa observação vale para todos aqueles que no poder há algum tempo perdem a humildade e se transformam em donos absolutos da verdade, em todas as esferas, em todo lugar.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Mensalão: bronca é arma de otário! (3)


Guardadas as devidas proporções Dirceu é Bruno, Delúbio é Macarrão. 
Se pudesse falar Dirceu diria: "Mandei dar um susto, e não matar". 
É assim que vejo a participação de Dirceu nesse episódio do mensalão e a sua indignação com a condenação. 
Entre o objetivo de cooptar políticos para formar uma base, e a grossa corrupção que ela causou vai uma diferença. 
Dirceu, naquela de não querer aparecer deixou correr frouxo, e deu no que deu. 
Não sou daqueles que está feliz com a sua condenação. 
Politicamente, sim, humanamente, não. 
Dirceu, como Guevara faz parte do imaginário da minha geração. 
Difícil esquecer a Rio Branco cheia, e eles ali, discursando na escadaria da Câmara dos Vereadores na passeata dos 100 mil. 
Como disse o candidato em São Paulo, "não dá pra ficar feliz com uma condenação". 
E o sentimento dele, humanamente falando é o mesmo que o meu, pena!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O PT é o PT, e Luis Inácio é o diabo!

Ninguém na imprensa tem peito para dizer que o grande derrotado dessas eleições foi Luis Inácio, e consequentemente, o "lulismo".
Onde ele meteu o bedelho não conseguiu transferir votos.
Os derrotados indicados por ele põe panos quentes falando em "vitória histórica" ou "reflexão profunda".
Tirando São Paulo, onde o 2º turno de Haddad foi muito mais uma vitória do marketing raivoso do "petismo" do que do "lulismo", as outras conquistas nas capitais e demais prefeituras devem ser creditadas única e exclusivamente ao PT, e não a Luis Inácio.
Brizola, o grande caudilho viu derreter seu prestígio derreter ao tentar ser maior que o partido que criou.
Os petistas deviam aprender com a lição e parar com essa história de "deus".
Deus, que eu conheça está no céu, e na terra só existem os demônios.

Niterói vai ser dominada pela Furacão 2000

Tenho assistido as manifestações de “niteroienses” nas redes sociais contra a eleição da senhora PRISCILLA NOCETTI para vereadora na cidade de Niterói.
Os niteroienses deviam parar com essa história de “Niterói” como ela ainda fosse feita só dos moradores originais.
Com as histórias de melhor em tudo a 'la Brizola' a cidade foi invadida por “bárbaros” forasteiros nos últimos anos.
Não bastasse, o boom da indústria de petróleo trouxe para cá a mão de obra qualificada (e barata) que a cidade não tinha.
Em meus últimos trabalhos na cidade só tenho tido clientes de outras “nacionalidades” que "estão" em Niterói. Gente com uma outra mentalidade, moderna, antenada com o mundo fashion da Barra e com o noticiário das TVs e revistas.
Basta ver o crescimento da gastronomia, que vive um verdadeiro boom, com novos bares e restaurantes surgindo a cada dia, com novos conceitos de modernidade e atendimento.
Portanto, é bom que os “niteroienses” se prepararem para a mudança de hábito também na política.
PRISCILA NOCETTI é, queiram ou não, gostem ou não, uma empresária bem sucedida de um gênero musical que, queiram ou não está na boca do povo (domingo Faustão ficou 3 blocos do programa segurando a audiência com o gênero).
E politicamente os maiores apoiadores desse gosto musical são os políticos, principalmente os cristãos novos que estão no poder.
Erram os que acham que por ser "bundada", "peituda" (esses são os adjetivos usados contra), e diria eu, gostosa, ela vai dar com os burros n'água.
Vejam o que fizeram com Tiririca, Romário, Popó e outros semi analfabetos políticos, e olhem o resultado. A própria ex-Furacão 2000, Verônica Costa tornou-se uma liderança política respeitada e voltou.
O que se deve ficar de olho em PRISCILA NOCETTI não é nela propriamente, mas na nefasta presença do marido Rômulo Costa, esse sim merecedor de crítica por ser fazedor de um tipo de política que tem como mentores os heróis do mensalão.
PRISCILA NOCETTI é muito mais fruto da vaidade dele (foi assim com a primeira mulher), do que da sua própria, e pode surpreender fazendo um bom trabalho para essa nova Niterói que está surgindo, esta sim, sofredora nas mãos de um clã, de uma elite política que domina a cidade a anos.    

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Mensalão: Bronca é arma de otário (2)

Em certo momento do filme do Sales sobre a 1ª eleição de Luis Inácio, Zé Dirceu, então um dos coordenadores da campanha aparece dando uma bronca na equipe de filmagem, perguntando quem os tinha autorizado a estar lá, em uma tal reunião privada.
Zé Dirceu esteve em Ibiúna, foi preso e trocado pelo embaixador.
Depois do exílio em Cuba voltou e ficou escondido anos.
Fez plástica e formou família no Paraná. Anos na moita.
Mentor da virada do PT para este esquema de esculhambação em que vive até hoje (o partido está aliado ao que há de pior na política brasileira) é também acusado de ser o chefe da quadrilha do mensalão.
Agora, vamos e venhamos: burro está provado que não é!
Foi para Ibiúna sem rastro, viveu na clandestinidade sem rastro, transformou Luis Inácio em presidente quase que na moita, e ainda por cima virou um rico consultor mais na moita ainda.
Como que alguém pode pensar que deixaria rastro no caso do mensalão?
Concordo com o ministro revisor, provas ali no bem bom, contra ele não há.
Apenas a bronca do Roberto Jeferson.
E como diz o ditado: "Bronca é arma de otário". Roberto Jeferson  foi um otário e por isso dançou.
Agora, Zé Dirceu de otário não tem nada!
E por isso, como lição aqueles que falam demais e deixam o rabo aparecendo deve ser absolvido!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Pra cara de pau não basta reza, tem que ter vergonha!

Acho muita cara de pau de Dom Odilo Scherer vir com esse papo de criticar as igrejas que, segundo ele, estão sendo transformadas em currais e cabrestos eleitorais. 
Durante anos, através das pastorais as igrejas católicas ditas progressistas estiveram atreladas ao partido que hoje governa o Brasil. 
Bispos, como o de Volta Redonda, teólogos, como Frei Beto, atuaram ao lado de candidaturas, tecendo campanhas, manifestos, glórias e aleluias ao ex-presidente e seu partido, sendo premiados depois com cargos de direção do país. 
Porque só agora, que os evangélicos se organizaram politicamente e estão a beira de conquistar a prefeitura da maior cidade do país toda essa grita? 
Dom Odilo pode não fazer política, mas seus antecessores sempre fizeram, uns partidariamente, outros a favor da democracia, como foi o caso de Dom Evaristo Arns. 
O que o povo brasileiro tem que saber é que o estado brasileiro é laico, não existe uma religião do estado. 
Assumindo o poder evangélicos, muçulmanos, budistas, católicos, judeus ou qualquer outro crente em sua fé tem que governar para todos, com políticas que alcancem todos os segmentos religiosos, respeitando-se os direitos de minorias, e da maioria dos cidadãos.

Mensalão: bronca é a arma do otário!

Não sou daqueles que acham que o mensalão deveria ser julgado após as eleições.
Afinal, graças a sua negativa às vésperas da eleição de 2006, de que a roubalheira não existiu, Luis Inácio conseguiu ser reeleito.
Agora (embora não ache que seja por isso, mas sim pelo fato de o leão ter perdido a juba e para de rugir), veem a público em uma nota contra a matéria de Veja, e contra o bla-bla-blá do PSDB falar em golpe, Getúlio, Jango e tudo mais.
Pior que assinam a nota partidos que estão se engalfinhando no pleito municipal.
Puro interesse de uma camarilha formada pelo dinheiro público.




PT e partido de Russomanno se unem contra PSDB para defender Lula do mensalão
Julia Duailibi
Estado de São Paulo

No momento em que o PSDB intensifica os ataques aos petistas na campanha eleitoral por conta do julgamento do mensalão, presidentes dos principais partidos da base aliada assinaram uma nota de desagravo ao ex-presidente Lula.

A nota, assinada por Rui Falcão (PT), Eduardo Campos (PSB), Marcos Pereira (PRB), Carlos Lupi (PDT), Valdir Raupp (PMDB) e Renato Rabelo (PCdoB), fala em “práticas golpistas” e tentativa de “transformar em verdade o amontado de invencionices colecionado a partir de fontes sem identificação”. Trata-se de uma referência à reportagem da revista Veja do final de semana passado, que relaciona o ex-presidente ao mensalão.

Veja a íntegra abaixo:

"O PT, PSB, PMDB, PCdoB, PDT e PRB, representados pelos seus presidentes nacionais, repudiam de forma veemente a ação de dirigentes do PSDB, DEM e PPS que, em nota, tentaram comprometer a honra e a dignidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Valendo-se de fantasiosa matéria veiculada pela Revista Veja, pretendem transformar em verdade o amontoado de invencionices colecionado a partir de fontes sem identificação.
As forças conservadoras revelam-se dispostas a qualquer aventura. Não hesitam em recorrer a práticas golpistas, à calúnia e à difamação, à denúncia sem prova.
O gesto é fruto do desespero diante das derrotas seguidamente infligidas a eles pelo eleitorado brasileiro. Impotentes, tentam fazer política à margem do processo eleitoral, base e fundamento da democracia representativa, que não hesitam em golpear sempre que seus interesses são contrariados.
Assim foi em 1954, quando inventaram um “mar de lama” para afastar Getúlio Vargas. Assim foi em 1964, quando derrubaram Jango para levar o País a 21 anos de ditadura. O que querem agora é barrar e reverter o processo de mudanças iniciado por Lula, que colocou o Brasil na rota do desenvolvimento com distribuição de renda, incorporando à cidadania milhões de brasileiros marginalizados, e buscou inserção soberana na cena global, após anos de submissão a interesses externos.
Os partidos da oposição tentam apenas confundir a opinião pública. Quando pressionam a mais alta Corte do País, o STF, estão preocupados em fazer da ação penal 470 um julgamento político, para golpear a democracia e reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula .
A mesquinharia será, mais uma vez, rejeitada pelo povo."
  
Rui Falcão, PT
Eduardo Campos, PSB
Valdir Raupp, PMDB
Renato Rabelo, PCdoB
Carlos Lupi, PDT
Marcos Pereira, PRB


sábado, 25 de agosto de 2012

Enquete mostra que FHC foi o presidente que mais fez pelo Brasil

Esta é a manchete do portal IG de agora:


FHC já passa de 100 mil votos em enquete sobre presidente que mais fez pelo País

Tucano, que governou o Brasil em dois mandatos, de 1995 a 2002, aparece na liderança até o momento; internauta ainda pode votar na home do portal


O que será que esta enquete do IG está mostrando?

Que os ventos estão mudando e até entre a chamada "classe C" Luis Inácio esta perdendo prestígio (pobre não tem computador para votar e quem mais adquiriu pc nos últimos anos foi a "classe C").

E olha que o portal IG sempre foi afinado com o governo, já tendo abrigado entre seus colunistas José Dirceu, Luiz Nassif e Paulo Henrique Amorim.

O que espanta é o resultado: quase 50% a mais que Luis Inácio.

Se o resultado for mesmo esse ao final o subtítulo do nosso blog parece estar correto: "LULA MORREU! VIVA INÁCIO!".

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O "a quem interessa" da questão Síria


Um leitor do blog do Gustavo Chacra critica o outro por não ter escrito seu comentário, segundo ele "bem".
A questão Síria aflora sentimentos, contra ou a favor, mas exige equilíbrio.
Ficar na ofensa pessoal ao invés de refletir sobre a situação, não leva a nada.
No meu caso posso não escrever bem, como também posso não gostar de bandidos, como para implicar com o leitor disse o outro.
Mas uma virtude tenho: aprendi a pensar com minha própria cabeça.
O que o leitor Carlos Humberto diz é fruto da sua opinião, daquilo que viu, leu, ouviu com a sua maneira de pensar.
Ou por acaso Bush, e sua melhor discípula Hillary, não são bandidos?
Netanyahu, com sua politica na Palestina, será que também não é?
Putin na Chechenya, os turcos, etc, etc.
Ontem aconteceu um atentado no Iraque que matou mais que um massacre na Síria. Cade o clamor, a insatisfação.
Assad é fruto dos americanos, assim como Noriega foi, e outros ditadores são.
Pensar com sua própria cabeça, e fazer a pergunta "a quem interessa" antes de se submeter ao noticiário é uma atitude sensata.
Na Síria o que dói e ver a repetição das mesmas políticas colonizadoras, que tanto mal fizeram a África e a outros continentes, por conta de interesses econômicos.
Prefiro estar do lado do pau-mandado Annan, e pensar como Lennon "give peace a chance".
Essa história dos blefes de Assad não é factível, pois a cada movimento seu na direção de um acordo, os insurgentes aumentam a violência. E ninguém diz nada! Será que não pensaram que matando parte do núcleo do poder haveria mais repressão e violência?
Carlos Humberto tem razão, me diga um, somente unzinho dos inimigos de Israel-EUA que não seja taxado de ditador.
E vamos parar com essa história de que para pensar tem que se escrever bem.

domingo, 22 de julho de 2012

Uma Análise Feminina da Situação na Síria


'Assad se agarrará ao poder e lutará até o último minuto', diz cientista política de Oxford
De Genebra, Marwa Daoudy conversou com o Estado de São Paulo.

Como interpretar os acontecimentos da Síria nessa semana? O que se pode esperar?

A operação foi decisiva. Ao mirar a sede da Segurança Nacional em Damasco, os rebeldes acertaram o coração do regime, matando o terceiro homem mais poderoso do país, o general Asef Shawkat, cunhado do presidente. Esse é o começo do fim para Bashar Assad, como quer a oposição? Não sei. Mas não acredito que o regime vá entrar em colapso nos próximos dias. Acredito que Assad se agarrará ao poder e lutará até o último minuto, e pode ter um amargo fim. Até lá, haverá ainda mais violência na Síria, confrontos entre os insurgentes armados e o Exército do regime espalhados por todo o país. No entanto, as batalhas travadas na capital são decisivas e representam uma reviravolta. A vulnerabilidade do regime foi exposta pela primeira vez.

Nos últimos dias, Assad perdeu o apoio de militares e diplomatas. O presidente está sendo abandonado?

As deserções estão aumentando, principalmente a partir da postura assumida pelo general Manaf Tlass. E aumentarão, com peso significativo, sobretudo após o atentado rebelde na quarta-feira. O fato de que os insurgentes foram capazes de matar oficiais do alto escalão das forças armadas alavancou a resistência e encorajou militares a abandonar o barco. Entretanto, a elite militar, constituída pelos alauitas, próximos do poder, continua leal a Assad.

O presidente pode usar armas químicas?

Na minha temporada nos Estados Unidos, ouvi de fontes militares que os americanos e os israelenses já estavam se preparando para a possibilidade de a Síria usar armas químicas. Mas em minha opinião o regime está muito relutante em usá-las, porque sabe que isso detonaria a condenação imediata da comunidade internacional. Se o governo apelar para as armas químicas, será realmente o último dos últimos recursos. E seria suicídio, porque sabe que Estados Unidos e Israel estão em alerta. Se Assad usar as armas, perderá o apoio da Rússia e abrirá as portas para a intervenção na Síria. Seria uma ação totalmente irracional. Na minha opinião, não há risco iminente de Assad lançar mão desse recurso. Mas quem sabe o que o regime desesperado faria para sobreviver? Além disso, se os israelenses decidissem atacar, as consequências ultrapassariam as fronteiras sírias e chegariam ao Irã, o que certamente pavimentaria o caminho para a regionalização, se não a internacionalização, do conflito.

Qual é o papel das Nações Unidas nessa guerra civil?

A ONU pode aumentar a pressão sobre o regime, ampliando suas sanções - mas contra os oficiais do governo, seus movimentos e seus ativos (e não contra os recursos e fontes do país, o que provocaria mais impacto negativo na vida cotidiana da população). Não apoio uma intervenção militar estrangeira, seja votada pelas Nações Unidas, seja decidida fora dela. Uma intervenção prolongaria o conflito e abriria caminho para proxy wars no território sírio. A revolução deve ser lutada e vencida por dentro, para garantir sua legitimidade. Qualquer intervenção militar estrangeira, com tropas e força aérea, seria inaceitável e comprometeria uma transição pós-Assad. Custaria muito aos sírios no longo prazo. Claro, sem a intervenção, o preço também é alto - afinal, o regime está dizimando civis. Mas na minha perspectiva uma intervenção ampliaria o problema no tempo (a duração do conflito) e no espaço (as fronteiras), porque envolveria agendas políticas de outras potências. E não só a dos Estados Unidos, pois também temos atores regionais importantes como Israel, Irã, Catar e Arábia Saudita. Então a Síria se tornaria uma plataforma para interesses externos. Isso, na minha visão, poderia transformar a Síria em um novo Iraque. Mas será outra história se a revolução for vencida por dentro. E o que assistimos nessa semana é um indicativo de que isso pode acontecer, pois os rebeldes golpearam o coração do regime com armas e táticas próprias.

Como a sra. analisa o veto de China e Rússia a sanções no Conselho de Segurança?

Não foi surpresa. China e Rússia têm tomado continuamente posições contrárias à mudança de regime na Síria. Viram que a imposição de sanções, econômicas e diplomáticas, logo levaria a isso. Os russos também sentem que foram enganados no passado, com a operação na Líbia - na época, a questão foi redirecionada de "proteção a civis" para "mudança de regime". E eles sentem que a situação pode se repetir na Síria, o que disparou um alarme para chineses e russos. Afinal, Rússia e China não querem que isso seja usado como precedente para futuras operações sob o mesmo pretexto de violações dos direitos humanos. A Rússia também está tentando preservar seus interesses estratégicos no Oriente Médio através das relações com a Síria. Atualmente, o jogo do poder é principalmente jogado contra os Estados Unidos, pois a Rússia quer mostrar que ainda tem voz no tabuleiro geopolítico.

Quais são os atores em jogo na resistência contra Assad?

Atualmente, há dois diferentes movimentos de oposição claros: a resistência pacífica e a insurgência armada. Mas é bom lembrar que a revolução começou como um movimento não violento a favor da justiça socioeconômica. No entanto, como civis, principalmente os desarmados, foram brutalmente torturados e sitiados por forças do regime, parte da população se deslocou para a insurgência armada para se defender. E, num certo ponto, percebeu que a defesa não era mais suficiente e partiu para a ofensiva. No plano militar, o Exército Sírio Livre emergiu como principal jogador. É formado por civis e soldados desertores, além de apoiado tanto pelos Comitês de Coordenação Locais (a rede de movimentos de oposição) quanto pelos movimentos de oposição externa, como o Conselho Nacional Sírio, e potências estrangeiras. Fontes de inteligência também mostram que existem cerca de cem grupos rebeldes operando no país, alguns ainda desconhecidos. E se acredita que jihadistas do Iraque se infiltraram nas fronteiras e estão operando contra as forças do regime - tentando transformar a revolução em uma revolução islâmica. Mas há ainda um ativismo não violento muito forte na Síria promovendo ações de "desobediência civil". Por exemplo, mercados no coração de Damasco que não abrem suas portas como forma de protesto diante dos assassinatos. Mas agora os comerciantes desses mercados vêm sendo muitas vezes forçados pela polícia a abrir suas lojas, porque as forças do regime já sabem que se trata de desobediência. Então, essa tendência de oposição pacífica está ficando à margem. Com essa crescente complexidade da resistência, está ficando cada vez mais difícil identificar quem é quem entre os rebeldes.

Qual é o papel das mulheres na resistência? Há espaço para elas?

Sim, definitivamente. As mulheres são um dos principais pilares da sociedade civil síria. Elas efetivamente contribuíram para os levantes não violentos desde o início da revolução. E continuam sendo uma parte importante junto às comissões de coordenação locais e movimentos oposicionistas. A Síria é um Estado secular, muito relacionado à ideologia socialista progressista que promoveu os direitos das mulheres. Então, as mulheres estudam, trabalham e se destacam na política. Elas são ativistas, esposas, estudantes, irmãs, filhas, mães, profissionais, que emergem para contribuir com o esforço coletivo de resistência. Algumas inclusive pagaram um preço alto: os massacres em Homs, Houle e Tremesh visaram principalmente às mulheres e suas crianças. Muitas mulheres e garotas foram estupradas, como forma de reimpor o pavor e a vergonha em uma sociedade que já tinha se libertado do medo e da dominação. Apesar disso, a participação feminina continua forte - inclusive a de algumas antigas alunas minhas em Damasco. O futuro pós-Assad precisa reconhecer o papel das mulheres e dar a elas as posições merecidas na sociedade e na política.

Onde estão os intelectuais sírios?

Alguns tomaram uma posição revolucionária. Outros preferiram uma postura mais "prudente" contra as consequências não desejadas. Muitos escritores e pensadores condenaram as ações do regime e agora pedem uma transição política. O debate foca a trilha a ser percorrida para dar fim à crise. Deveria ser em diálogo com o regime? Ou deveria atravessar o regime comprometido por crimes e com muito sangue nas mãos? Apesar do autoritarismo do regime, a sociedade civil síria sempre foi muito vibrante. Ativistas de direitos humanos e intelectuais têm se mobilizado continuamente, e se fazem ouvir, através de petições e críticas em jornais libaneses e até sírios. Sim, foram atormentados, presos e torturados. Mas não desistiram. Muitos dissidentes históricos e intelectuais sírios, como Michel Kilo, Riad Turk e Riad Seif, continuam vivendo na resistência na Síria.

Que ecos da Primavera Árabe vemos na Síria agora?

Nós estamos realmente testemunhando um novo capítulo da Primavera Árabe, com esses desdobramentos na Síria. A Primavera Árabe definitivamente está lá. No entanto, depois de mais de um ano de levantes populares, a revolução na Síria ainda está lutando para conquistar o que pretende. Uma coisa é certa: as mudanças são irreversíveis. O regime certamente cairá. As questões que interessam agora são: como? Quando? E será derrubado por quem?

sábado, 21 de julho de 2012

A Ameaça das Armas Químicas na Síria é Real?


A situação na Síria está se tornando cada vez mais tensa. Os combates entre forças governamentais e rebeldes chegaram a Damasco.

Artigo de "Rádio A Voz da Rússia"
Autora: Svetlana Andreyeva

A situação na Síria está se tornando cada vez mais tensa. Os combates entre forças governamentais e rebeldes chegaram a Damasco.

Na quarta-feira, resultado de uma explosão ao lado do edifício do Serviço de Segurança Nacional, perpetrado pela oposição armada, matando vários oficiais militares, incluindo o ministro da Defesa e seu vice.

Nesta situação, não é possível ter o Conselho de Segurança da ONU, que não consegue elaborar uma resolução sobre a Síria para satisfazer Rússia, EUA, China e Europa. No meio, Washington iniciou conversações com Israel sobre o bloqueio das armas químicas reservas sírias, em caso de colapso e caos neste país.

Os rebeldes chegaram ao coração do regime, os edifícios mais protegidos em Damasco. E em poucos segundos, conseguiu eliminar os principais apoiantes do Presidente Bashar Assad. Isto indica que a segurança do regime caiu para níveis extremamente baixos, o que permite que especialistas para prever a queda seguinte do regime. No entanto, ainda é prematuro falar de uma capitulação, considere Veniamin Popov especialista russo:

- Isso não significa que o regime pensa em se entregar, ou que entre os amigos do presidente existem inimigos. Se existisse, não usariam o assassinato como um meio. Em qualquer caso, é óbvio que este fato irá conduzir a eventos muito mais dramáticos. É por isso que dizemos que é necessário regulamentar isso por meios políticos. E, aparentemente, a oposição está disposta a lutar até a última sírio. Mas então quem o fará?

A principal preocupação da maioria dos políticos, diretamente relacionada à resolução dos problemas na Síria respeita à existência de armas químicas na Síria e a possibilidade de bloquear essas reservas. Todo mundo entende que se cair em mãos dos rebeldes e decidir usá-los, as conseqüências afetam não apenas a população da Síria, mas também seus vizinhos. Praticamente todo o planeta poderia ser ameaçada, Veniamin Popov considera:

- O aumento da violência é sempre contraproducente e, finalmente, sempre leva a conseqüências desastrosas. Devemos entender claramente porque é que se insiste tanto em continuar a missão de Kofi Annan e as conversações entre o governo e a oposição. O aumento da violência vai trazer conseqüências terríveis. Se essas armas químicas caírem nas mãos dos rebeldes, caírem nas mãos da Al-Qaeda, isso será usado em primeira instância contra os EUA e Israel. Por isso, é necessário desligar o fogo o mais rápido possível e encontrar uma solução pacífica.

A situação na Síria é complicada porque, no caso da derrubada de Bashar Assad, não há nenhum pretendente real ao seu posto, e claramente não há força política organizada. O país está à beira do caos inevitável e guerras sucessivas, na opinião do russo Georgy orientalista Mirsky:

- A queda do poder nas mãos da Irmandade Muçulmana ou Al-Qaeda. E se o país realmente tem armas químicas, é uma preocupação legítima de todos, não apenas dos EUA e Israel. Onde vão parar estas armas, o que vai acontecer? Portanto eu considero que estas preocupações são bem compreendidas. Assim, tanto os norte-americanos e israelenses estão tentando descobrir onde Bashar Asad concentrou suas armas químicas, e lançar um comando de forças especiais para bloquear e não deixar cair nas mãos de terroristas internacionais. Mas por outro lado, devemos ter em mente que esta é uma operação militar em um país estrangeiro.

A retirada da Síria do chefe da missão da ONU, o general-major Robert Mood, que deixou Damasco sem aguardar a decisão do Conselho de Segurança, é outra confirmação de que a situação neste país está se tornando cada vez mais tensa. Antes de sua partida, disse que não fazia sentido para retomar o trabalho da missão até que a violência não cessou e não estabelecer um diálogo político.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A Primavera Árabe e a questão Síria

Foram 3 dias de bombardeio... na imprensa! Quem lesse os jornais iria pensar que o governo do ditador Assad tinha chegado ao fim.
Não se falava mais na situação em Homs, em Idlib, ou em qualquer outra província Síria.
Na verdade para mim o que houve, baseado no histórico de atuação da CIA, foi uma cortina de fumaça para o atentado que mataria o Ministro da Defesa, e outras autoridades do governo Assad.
Desde a chegada da missão da ONU é assim. A cada ação que os insurgentes reclamam - massacres e ações do exército -, segue um atentado ou ação espetaculosa, como o controle dos postos de fronteira que já ninguém fala. Ações que lembram as do PCC ou tráfico do Rio, fatos para criar manchetes.
Aliás, essa "revolução Síria" só existe para midiaticamente. O poderio do exército é tão grande que leva qualquer ação tão somente para o terreno da propaganda.
Os insurgentes, que teoricamente representam etnias majoritárias, não estão sós nessa intempestiva atividade. Arábia Saudita, Kuwait, e outras ditaduras comandadas por representantes destas etnias financiam essas ações.
Todos sabem que o pano de fundo de tudo é o petróleo, o ouro negro que mancha de sangue as mãos das nações ocidentais.
Para tanto, não seria impróprio lembrar os recentes acontecimentos da chamada "primavera árabe" no Marrocos, na Líbia, e no Egito.
No Marrocos e Egito a chegada ao poder só foi possível mediante acordo com os referidos exércitos.
Na Líbia, ao contrário a conquista se deu mais ou menos como no Iraque, com as forças militares arrasadas para a dominação do estado. Salta aos olhos os milhões de dólares gastos e a imensidão de perdas humanas.
O que mais me causa estranheza nisso tudo é o papel da imprensa nessa história.
Fala-se no cerceamento a liberdade de informação, mais fotos e noticiários da Reuters e BBC diretos de Damasco correm o mundo.
A propaganda dos insurgentes então conta com apoio e solidariedade da imprensa ocidental que, como na ação da ONU condena apenas o governo Assad pelas barbáries - não atoa o Conselho de Segurança da ONU negou-se peremptoriamente a condenar os atentados contra o núcleo do poder.
A se elogiar a ação de Rússia e China, que apesar dos interesses em jogo clamam por um resolução "civilizada".
Se tocaram que o apoio que deram a resolução que permitiu a a abertura de um corredor aéreo sobre a Líbia, só produziu barbárie. Não fosse esse corredor e a permissão dada a OTAN para garanti-lo tenho minhas dúvidas se Kadafi teria caído.
A Síria não é a Líbia, e seu exército é forte o suficiente para enfrentar a insurgência. Esse exército foi moldado para enfrentar Israel, e suas ações muito se parecem com as ações de Israel na Palestina. A tal política do "olho por olho, dente por dente".
Lembram quando na Líbia os insurgentes controlaram uma parte do país? Equipes de reportagem do mundo inteiro para lá foram reforçar a campanha contra Kadafi.
Pois é, na Síria Assad tal como Israel não deixa isso acontecer, arrasa com tudo e pronto!
Nossa posição é igual a da resolução da ONU que acaba de sair. Uma solução de transitoriedade que permita as forças em conflito chegarem a transição.
Mais ou menos como no Egito. Preserva-se o estado e suas forças de manutenção e afasta-se os atores politicamente nefastos. 


quarta-feira, 27 de junho de 2012

Lula está fazendo de São Paulo um trampolim


Gilbertto Dimenstein

Folha Online


Lula está batendo em José Serra, acusando-o de fazer da cidade um trampolim --e está batendo num ponto frágil, devido ao histórico tucano de ter interrompido seu mandato. Mas quem, neste momento, está fazendo de São Paulo apenas um trampolim é o ex-presidente.

Ele indica, em seus discursos, que vai tentar nacionalizar o debate eleitoral na cidade de São Paulo. Compreensível: se ele jogar Serra nesse campo, o tucano ficará ainda mais com jeito de candidato a presidente frustrado do que de prefeito.

Ao propor o debate nacional, Lula está, em suma, mandando o seguinte recado: não estou preocupado com soluções locais. E solução local é o que esse caos urbano chamado São Paulo precisa --e precisa urgentemente.

Datafolha mostra que está caindo sua capacidade de influir no voto do eleitor paulistano. Certamente, sua foto com Maluf, também como mostrou a pesquisa, vai trazer mais prejuízos do que benefícios. No mínimo, já abateu o ânimo dos militantes petistas.

Se continuar, vai virar um anticabo eleitoral.

domingo, 24 de junho de 2012

As aparições de "Inoxorável Lula"


JÂNIO DE FREITAS

Folha de São Paulo

Eremildo é um idiota e ainda usa as camisetas velhas das campanhas de Paulo Maluf a presidente, governador, prefeito e deputado. Encantou-se com o artigo do presidente do PT paulista, o sociólogo Edinho Silva, publicado na Folha de sexta-feira.

É uma acrobática defesa da aliança do comissariado com o Partido Popular na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

Menciona Luiza Erundina, Gramsci e cita Paulo Freire.

No artigo, o doutor referiu-se três vezes ao Partido Popular, mas não mencionou Paulo Maluf, objeto do desejo da aliança, dono do PP de São Paulo e do jardim onde Nosso Guia e Fernando Haddad foram fotografados selando o pacto lulo-malufista.

O idiota acha que foi distração.

Ao ler a citação de Paulo Freire, frequentemente repetida por Lula, "vamos juntar os diferentes para vencermos os antagônicos", acreditou que seria melhor reordená-la: "Vamos juntar os antagônicos para vencermos os diferentes".

ATRIBUEM ao filósofo húngaro Giorgy Lukacs a seguinte afirmação: "O erro de Stálin não foi ter assinado um acordo com Hitler, foi ter acreditado nele". Em 1939, Stálin aliou-se ao Reich e comeu um pedaço da Polônia. Dois anos depois, Hitler invadiu a Rússia, e o Guia Genial dos Povos, incrédulo, entrou em estado de catatonia.

Pensando bem, Stálin não acreditou no pacto (tanto que acelerou a produção de armas), acreditou em si. Desprezou pelo menos 80 avisos de que Hitler atacaria, inclusive dois deles com a data.

Lula cavalga uma desastrosa autoconfiança. Longe dos mecanismos do poder, com os movimentos e a oratória limitados, investiu-se de um desembaraço autocrático que, em seis meses, produziu três desastres:
1) Sem discutir os prós e contras da ideia, participou de uma cenografia para abrilhantar a adesão de Paulo Maluf à candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. Humilhou Luiza Erundina e detonou a chapa petista, levando os companheiros a catar vice até no falecido movimento "Cansei", teoricamente destinado a combater a corrupção. (A ex-prefeita aceitava o apoio de Maluf, desde que não houvesse espetáculos como o do jardim do palacete da rua Costa Rica. O mesmo se pode dizer do tucanato, que buscava intermediações para negociar com Maluf.)
2) Sem ouvir os interessados, meteu-se num périplo, catituando junto a ministros do Supremo a postergação do julgamento do mensalão. Foi detonado pela exposição da manobra.
3) Impôs ao PT uma aliança com o prefeito Gilberto Kassab, atropelando a senadora Marta Suplicy, que não queria "acordar de mãos dadas" com seu adversário. Dias depois, Lula acordou sozinho e viu Kassab abraçado ao PSDB.

Deixando-se de lado o conteúdo das decisões (o que não é pouca coisa), cometeu três erros. Chutou três vezes e três vezes marcou contra o próprio gol.

A doutora Dilma acha que a crise financeira mundial é influenciada pelo fator "Inexorável da Silveira". Seu governo terá que lidar com outro fator, o do "Inexorável da Silva". Por enquanto, ele restringiu-se à casa de louças petista, mas o perigo é que vá além, encrencando o governo.

Os "inexoráveis" acham que podem tudo.

sábado, 23 de junho de 2012

A coragem de encarar a realidade

Um lúcido artigo de uma petista de carteirinha, odiada por uns, admirada por outros, Marta Suplicy. 
Leiam e vejam o embroglio que os poderosos de plantão se meteram, contra a moral, contra a ética e promovendo a mais estúpida e suja onda de corrupção e safadeza que esse pais nunca antes tinha visto.



"Realpolitik"


Artigo de Marta Suplicy para a Folha Online


O modelo "realpolitik" se esgotou e parece que nem todos estão percebendo. Não dá mais para viver essa praga que se entranhou no sistema político brasileiro. Erva daninha que corrói valores, exclui a participação, nega a democracia, desestimula o mérito e ignora a ética.


Nascida na Alemanha, a expressão "realpolitik", segundo Luis Fernando Verissimo, é um termo invocado quando um acordo ou arranjo político agride o bom-senso ou a moral.


Os cidadãos eleitores, que ainda se dão ao trabalho de acompanhar a política, não suportam mais essa prática. Podem até entender a necessidade das composições, alianças e acordos que se tornaram imprescindíveis no Brasil muito em função do nosso sistema eleitoral, do número de partidos e do quanto tornou-se precioso o tempo de TV.


Os que criticam essa modalidade e as formas de fazer política, vistas como "normais" há décadas, têm hoje consciência de que elas são um terrível mal que compromete a ação de governar. Mas quando, pela sua simbologia, ferem os limites do bom-senso e têm a marca do estapafúrdio, tornam-se incompreensíveis para a população e são por ela rechaçadas. Encontram-se além dos limites da própria "realpolitik".


Os sentimentos de indignação, insatisfação e, por fim, impotência estão fazendo com que uma parcela grande das pessoas se desinteresse pela política. A maioria dos jovens quer distância. E o povo, mais escolado, começa a achar "tudo igual", o que acaba provocando o mesmo desinteresse.


A luta pela democracia no Brasil conseguiu eletrizar forças e corações que não suportavam viver num país sob ditadura. Cada um reagiu à sua maneira. Mas muitos morreram e sofreram pela liberdade. Esse resgate da democracia é tão importante que não poderia ter sido contaminado por práticas seculares que nos acorrentam à uma malfadada forma de fazer política. Esta mesma que aliena o povo que se vê --e se sente-- excluído e desrespeitado.


Mas nem tudo está perdido. Tem gente formulando, e outros remoendo, novas práticas e métodos, buscando diferentes formas e canais de interação social e política. Um novo modelo que contemple e dialogue com os vários segmentos e forças heterogêneas da sociedade. Uma construção distante dos métodos agonizantes e ultrapassados que ainda hoje vigoram. Uma transição necessária, e imprescindível, que já passou da hora de acontecer.


Não está claro como, e em quanto tempo, se dará o nosso processo de libertação da chamada "realpolitik". Mas, que esse sistema político e eleitoral que vivemos chegou à exaustão, tenho clareza."

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Lula, sem entalar

Ruy Castro

O ex-presidente Lula está saindo de um difícil tratamento contra um tumor na laringe, em que se submeteu a muitas sessões de rádio e quimioterapia. Por sorte, não precisou passar por uma cirurgia, mas o rigor dos procedimentos é evidente. Sua histórica barba, por exemplo, está sumida, e não por sua opção --ela deixa de crescer na área atingida pela radiação. Mas o pior é a dor que, segundo o noticiário, ele continua a sentir para engolir sólidos e mesmo água ou saliva.

A rádio provoca também a destruição de glândulas salivares, o que leva à boca seca. Esta dificulta a fala (obriga a ter sempre um copo d'água à mão, para umedecer os lábios e a língua) e, de novo, a deglutição. Uma consequência desse tratamento é o permanente risco de o paciente entalar com alimento que tenha engolido sem mastigar direito --quase sempre, carne.

Daí a surpresa diante da atitude de Lula ao se aliar ao deputado Paulo Maluf (PP-SP) em prol de seu candidato à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. Não pela aliança em si --afinal, Lula já acomodou figuras como Fernando Collor e José Sarney em seu cardápio--, mas pela aparente facilidade com que, ao contrário de água ou saliva, ele conseguiu fazer o ex-arqui-inimigo lhe descer pela glote.

Vê-se que, em nome de seu projeto político, Lula consegue engolir até um bife de Tiranossaurus rex. Se isso é um crédito à sua capacidade de recuperação, talvez seja mais difícil de ser assimilado pelas pessoas que sempre acharam Maluf intragável e não têm o estômago de Lula.

O tratamento do ex-presidente, ao contrário do que dizem, ainda não terminou. É importante chegar intacto ao fim do primeiro ano, no qual o risco de recidiva, inclusive nos órgãos próximos, é sempre maior. Mas, pelo menos em termos políticos, Lula sente-se imune a contaminações.

Lecy Brandão, vice de Haddad?

Tive a oportunidade de assistir a artista Lecy Brandão num improviso para 50.000 na Praia de Icaraí quando da vitória do Brasil contra a Polônia por 1x0, gol de Josimar (lembram?). Puro carisma!
Sempre admirada pelo seu talento, teve intensa participação no movimento negro no Rio.
Daí a aproveitar a sua popularidade e respeito em SP para fazer política... sei não!
O paulista precisa parar com essa babação de ovo a cultura "carioca", desde a música ao botequim, e dar mais valor a prata da casa, a barraca de pastel.
Será que no meio do samba e do movimento negro, ou popular não tem paulista pra quebrar o pau na política?
Precisa de importar uma Lecy Brandão ou um Agnaldo Timóteo pra fazer política.
Daqui a pouco os paulistas vão começar a dar voz e votos a qualquer bunduda ou fortão da "Fazenda", só porque é carioca.
Se deêm ao respeito, por favor!

A verdade escondida

Por Eros Alonso

Muito natural a participação do Irã em qualquer negociação sobre a Síria.
Não é natural a participação de países longínquos como EUA e França.
A solução militar é o estopim para uma grande guerra, disso não há dúvidas, porque a Síria não está usando o grosso das forças armadas contra os rebeldes.
O governo de Assad poderia varrer Holms do mapa, mas os rebeldes usam escudos humanos.
Os cristãos sírios já decidiram e pegaram em armas. Não aceitam as lideranças rebeldes e a Sharia que querem impôr a mando do reizinho saudita, o maior déspota do mundo.
Porém, Tartus, é uma questão também iraniana e russa.
Não entendo porque a grande Imprensa do Brasil esconde da população a união e as manobras conjuntas, as maiores desde a 2ª guerra, das forças chinesas, russas , iranianas e sírias, com mais de cem mil homens, 400 aviões e mais de cem navios de guerra, entre destroiers, porta-aviões e submarinos.
As manobras irão testar mísseis em geral, bem em frente ao canal da Suez, por onde 15 navios de guerra chineses estarão passando nos próximos dias, ao lado de Israel , Turquia e e em torno de Tartus.
Não é preciso lembrar que fazem parte das manobras armas de destruição em massa, nucleares e não nucleares.
As manobras conjuntas são uma clara mensagem aos que enviam armas para os rebeldes.Assad pode cair mas o regime na Síria não muda.
Já o Ocidente vai amargar o fato de ter dado armas e apoio aos curdos sírios, porque curdo é curdo e a Turquia terá sérios problemas com eles daqui para a frente.
Querem o fim do último país árabe laico do regime alauita.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Lula, o caudilho


JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO

Na Rio+20, Lula não passou recibo da avalanche de críticas. Fez piada da foto com Paulo Maluf, dizendo que seu retrato com Dilma Rousseff seria “ambientalmente correto”. Sobre a aliança com o antigo adversário, saiu-se com uma meta-referência: “Pior seria se não houvesse repercussão”. É a versão ambientalmente correta do “falem mal mas falem de mim”, que notabilizou o jeito malufista de ser.

Se o mais importante é vencer, Lula tem razão. Como disse Fernando Henrique Cardoso, também na Rio+20, “(a foto) só terá impacto eleitoral se a oposição usar. Mas nem todos podem usar”. José Serra (PSDB) tem lá seus aliados incômodos, a exemplo do PR de Valdemar Costa Neto. A missão de criticar sobra para as linhas auxiliares tucanas, mas seu tempo de TV é escasso -pela falta de alianças com outros partidos.

Lula, pelo dito, não se arrepende de ter imposto a aliança com Maluf. Nem mesmo de ter posado para os fotógrafos na casa do ex-inimigo. Afinal, pelo raciocínio do ex-presidente, o único problema de seu candidato a prefeito paulistano, Fernando Haddad, é o desconhecimento. Logo, um episódio que rende manchetes mais ajuda do que atrapalha, pois puxa o pupilo do anonimato para a ribalta -não importa em que papel.

Se Haddad ganhar a eleição, Lula corre o risco de ser chamado de gênio -maquiavélico, mas gênio-, por ter arquitetado e implementado uma estratégia criticada por todos. Como aconteceu com Getúlio Vargas, vai ter quem diga “esse pernambucano é mineiro”. Se Haddad perder, a derrota será compartilhada. É o clássico “eu ganho, nós perdemos”.

A eleição de outro neófito pinçado por Lula seria a confirmação de sua doutrina: prévias partidárias são uma bobagem; a coerência política que importa é ganhar sempre; o aliado faz a hora e vice-versa. Seja qual for o resultado da eleição, Lula marcha para o caudilhismo getulista, e o PT, obediente, evoca cada vez mais o antigo PTB. Não existe vitória grátis.

A cara de um Brasil que não sabe o que é honra


do Blog de Augusto Nunes

“O símbolo da pouca vergonha nacional está dizendo que quer ser presidente. Daremos a nossa vida para impedir que Paulo Maluf seja presidente.” (Lula, junho de 1984)

“Como Maluf pode prometer acabar com ladrão na rua enquanto ele continua solto?” (Lula, setembro de 1986)

“Os administradores do PT são como nuvens de gafanhotos.“ (Paulo Maluf, março de 1993)

“Maluf esquece de seu passado de ave de rapina. O que ameaça o Brasil não são nuvens de gafanhotos, mas nuvens de ladrões. Maluf não passa de um bobo alegre, um bobo da corte, um bufão que fica querendo assustar as elites acenando com o perigo do PT. Maluf é igualzinho ao Collor, só que mais velho e mais profissional. Por isso é mais perigoso.” (Lula, março de 1993)

“Ave de rapina é o Lula, que não trabalha há 15 anos e não explica como vive. Ave de rapina é o PT, que rouba 30% de seus filiados que ocupam cargos de confiança na administração. Se o Lula acha que há ladrões à solta, que os procure no PT, principalmente os que patrocinaram a municipalização do transporte coletivo de São Paulo”. (Maluf, março de 1993)

A foto abaixo informa que, em 18 de junho de 2012, sem que nenhum deles tivesse abjurado publicamente o que disse do outro, os velhos inimigos se juntaram para vender ao eleitorado paulistano a mercadoria que Lula contempla com o olhar orgulhoso de criador e Maluf afaga com o olhar guloso de quem vê um novo filão a explorar.



Fernando Haddad tem o jeito hesitante do filhote que não consegue andar sozinho.

À esquerda, o sorriso de Rui Falcão atesta que o presidente do PT está feliz por confraternizar com o que sempre chamou de “direita reacionária”.

À direita, o vereador Wadih Mutran, negociante de longo curso, avalia quanto vale um Haddad fantasiado de nova esquerda.

O chefe da seita, Aquele que Só dá Ordens, curvou-se à imposição de Maluf: além de outro cofre no Ministério das Cidades, o dono do PP fez questão de posar para a posteridade ao lado de Lula.

É uma foto para se guardar. Desnuda a cara de um Brasil Maravilha que não sabe o que é honra nem tem vergonha de nada. Escancara a face horrível da Era da Impunidade.

Habitação popular não deve ser esmola

Cito parte do comentário de Raul Just Lores em seu blog no Estadão a respeito da hegemonia de Paulo Maluf nos órgãos responsáveis pela construção de casa populares - Ministério das Cidades, CDHU/SP, etc:


"Quem viu ‘Cidade de Deus’, lembra da sina das casas populares construídas longe de tudo, sem previsão de espaços e equipamentos públicos vizinhos (escolas, praças, hospitais), sem contemplar a instalação de comércio. Apenas fileiras e fileiras de casas iguais, onde a monotonia nem é o maior problema.
É difícil criticar o que, para muitos, tem cara de filantropia, mas que tipo de cidade vai florescer a partir desses conjuntos habitacionais? O governo federal e as empreiteiras contratadas criam periferias sem transporte público, onde qualquer emprego fica a horas dali. E onde o sonho dos moradores é melhorar de vida para fugir o quanto antes."

Não é bem assim. Ficar ao lado dos humildes dá IBOPE mas cabe uma reflexão sobre estas populações. 
Na Cidade de Deus, o ex-prefeito Luiz Paulo Conde, que é arquiteto construiu um conjunto popular que é uma joia de arquitetura. 
Vai lá ver como esta. Dá até pena! O cara que desenhou deve estar angustiado. 
Em Niterói, bem no centro da cidade, um outro é uma podridão. 
O fato de ser longe ou perto não interessa. Faz parte da disponibilidade de áreas para se construir. 
O que importa é que grande parte dessa população ainda não está preparada para conjuntos arquitetônicos. 
Vide os de Niemeyer construídos com Dom Helder no Rio. Tiveram o mesmo fim. 
A pobreza não pede casa dada, que cheira a esmola e só faz prolongar a miséria. Pede emprego para poder comprar uma. 
Se se fizer uma pesquisa verá que desses conjuntos 90% dos moradores não são os originais. Ou vendem e saem, ou deixam um parente no lugar. 
Pobre não é burro! Não precisa de um burguês sonhador para ditar sua vida.
Agora, quanto ao restante (parte) do post assino embaixo:


"Desde 2005, ainda no primeiro mandato de Lula, o Ministério das Cidades está nas mãos do PP de Paulo Maluf. Dilma manteve o ministério com o PP. Mais recentemente, em 2011, o governador tucano Geraldo Alckmin entregou a CDHU, que cuida da habitação no Estado, para o PP também. O ‘Cingapura’ venceu nas esferas federal e estadual. Graças ao apoio de Maluf ao candidato petista Fernando Haddad, Alckmin pensa em tirar a CDHU do malufismo."

A FARSA HISTÓRICA



MERVAL PEREIRA

"A foto que incomodou Luiza Erundina e chocou o país, do ex-presidente Lula ao lado de Paulo Maluf para fechar um acordo político de apoio ao candidato petista à Prefeitura paulistana (o nome dele pouco importa a essa altura) é simbólica de um momento muito especial da infalibilidade política de Lula.

Sua obsessão pela vitória em São Paulo é tamanha que ele não está mais evitando riscos de contaminação como o que está assumindo com o malufismo, certo de que tudo pode para manter ou ampliar o seu poder político.

O choque causado por esse movimento radical pouco importará se a vitória vier em outubro. Mas se sobrevier uma derrota, a foto nos jardins da mansão daquele que não pode sair do país por que está na lista dos mais procurados pela Interpol será a marca da decadência política de Lula, que estará então encerrando um largo ciclo político em que foi considerado insuperável na estratégia eleitoral.

Até o momento, as alianças políticas com Maluf eram feitas por baixo dos panos, de maneira envergonhada, como a negociação em que o PSDB paulista fechava um acordo com o PP em busca de seu 1m30s de tempo de propaganda eleitoral.

A própria Erundina disse, candidamente, que o que a incomodara foi o excesso de exposição do acordo partidário.

Maluf, do seu ponto de vista, agiu com a esperteza que sempre o caracterizou, mas com requintes de crueldade.

Ao exigir que Lula fosse à sua casa para selar o acordo, e chamar a imprensa para registrar o momento glorioso para ele e infame para grande parte dos petistas, ele estava se aproveitando da fragilidade momentânea do PT, que tem um candidato desconhecido que precisa ser exposto ao eleitorado para tentar se eleger.

Lula, como se esse fosse o último reduto eleitoral que lhe falta controlar, está fazendo qualquer negócio para viabilizar a candidatura que inventou.

Já se entregara ao PSD do prefeito Gilberto Kassab, provocando um racha no PT talvez tão grande quanto o de agora, e acabou levando uma rasteira que já prenunciava que talvez o rei estivesse nu.

Agora, quem lhe deu a rasteira foi uma dupla irreconciliável, que Lula tentou colocar no mesmo saco sem nem ao menos ter se dado ao trabalho de conversar antes: Luiza Erundina, que um dia foi afastada do PT por ter aceitado um ministério no governo de coalizão nacional de Itamar Franco, agora se afasta do PT malufista.

E Maluf, que vinha minguando como força política, viu a possibilidade de recuperar a importância estratégica em São Paulo no pouco mais de um minuto de televisão que o PP detém por força de lei.

A sucessão de erros políticos que Lula parece vir cometendo nos últimos meses – a escolha de Haddad, o encontro com Gilmar Mendes, a CPI do Cachoeira, o acordo com Maluf – só será superada se acontecer o que hoje parece improvável, uma vitória de Fernando Haddad.

No resto do país, o PT está submetendo os aliados a seus interesses paulistas, fazendo acordos diversos para garantir em São Paulo uma aliança viável.

A foto de Lula confraternizando com Maluf tem mais um aspecto terrível para a biografia do ex-presidente: ela explicita uma maneira de fazer política que não tem barreiras morais e contagiou toda a política partidária, deteriorando o que já era podre.

As alianças políticas entre Lula, José Sarney, Fernando Collor e Maluf colocam no mesmo barco políticos que já estiveram em posições antagônicas fazendo a História do Brasil, e hoje fazem uma farsa histórica.
Em 1989, José Sarney era presidente da República depois de ter enfrentado Paulo Maluf no PDS. Ante uma previsível vitória do grupo de Maluf derrotando o de Mario Andreazza, Sarney rompeu com partido que presidia, ajudou a fundar a Frente Liberal (PFL) e foi vice de chapa de Tancredo.

Na campanha presidencial da sucessão de Sarney, Lula disse o seguinte dos hoje aliados Sarney e Maluf: "A Nova República é pior do que a velha, porque antigamente era o militar que vinha na TV e falava, e hoje o militar não precisa mais falar porque o Sarney fala pelos militares e os militares falam pelo Sarney. Nós sabemos que antigamente se dizia que o Adhemar de Barros era ladrão, que o Maluf era ladrão. Pois bem: Adhemar de Barros e Maluf poderiam ser ladrão (sic), mas eles são trombadinhas perto do grande ladrão que é o governante da Nova República, perto dos assaltos que se faz".

Na mesma campanha, Collor não deixou por menos: chamou o então presidente Sarney de "corrupto, incompetente e safado".

Durante a campanha das Diretas Já Lula se referiu assim a Maluf: "O símbolo da pouca-vergonha nacional está dizendo que quer ser presidente da República. Daremos a nossa própria vida para impedir que Paulo Maluf seja presidente".

Maluf e Collor tinham a mesma opinião sobre o PT até recentemente. Em 2005, quando Maluf foi preso e Lula festejou, e recebeu a seguinte resposta: “(..) se ele quiser realmente começar a prender os culpados comece por Brasília. Tenho certeza de que o número de presos dá a volta no quarteirão, e a maioria é do partido dele, do PT".

Já em 2006, em plena campanha presidencial marcada pelo mensalão, Collor disse que foi vítima de um "golpe parlamentar", do qual teriam participado José Genoino e José Dirceu,"enterrados até o pescoço no maior assalto aos cofres públicos já praticado nessa nação".

E garantiu: "Quadrilha quem montou foi ele (Lula)", citando ainda Luiz Gushiken, Antonio Palocci, Paulo Okamotto, Duda Mendonça, Jorge Mattoso e Fábio Luiz Lula da Silva, o filho do presidente.

São muitas histórias e muita História para serem esquecidas simplesmente por que Lula assim decidiu."