sexta-feira, 20 de julho de 2012

A Primavera Árabe e a questão Síria

Foram 3 dias de bombardeio... na imprensa! Quem lesse os jornais iria pensar que o governo do ditador Assad tinha chegado ao fim.
Não se falava mais na situação em Homs, em Idlib, ou em qualquer outra província Síria.
Na verdade para mim o que houve, baseado no histórico de atuação da CIA, foi uma cortina de fumaça para o atentado que mataria o Ministro da Defesa, e outras autoridades do governo Assad.
Desde a chegada da missão da ONU é assim. A cada ação que os insurgentes reclamam - massacres e ações do exército -, segue um atentado ou ação espetaculosa, como o controle dos postos de fronteira que já ninguém fala. Ações que lembram as do PCC ou tráfico do Rio, fatos para criar manchetes.
Aliás, essa "revolução Síria" só existe para midiaticamente. O poderio do exército é tão grande que leva qualquer ação tão somente para o terreno da propaganda.
Os insurgentes, que teoricamente representam etnias majoritárias, não estão sós nessa intempestiva atividade. Arábia Saudita, Kuwait, e outras ditaduras comandadas por representantes destas etnias financiam essas ações.
Todos sabem que o pano de fundo de tudo é o petróleo, o ouro negro que mancha de sangue as mãos das nações ocidentais.
Para tanto, não seria impróprio lembrar os recentes acontecimentos da chamada "primavera árabe" no Marrocos, na Líbia, e no Egito.
No Marrocos e Egito a chegada ao poder só foi possível mediante acordo com os referidos exércitos.
Na Líbia, ao contrário a conquista se deu mais ou menos como no Iraque, com as forças militares arrasadas para a dominação do estado. Salta aos olhos os milhões de dólares gastos e a imensidão de perdas humanas.
O que mais me causa estranheza nisso tudo é o papel da imprensa nessa história.
Fala-se no cerceamento a liberdade de informação, mais fotos e noticiários da Reuters e BBC diretos de Damasco correm o mundo.
A propaganda dos insurgentes então conta com apoio e solidariedade da imprensa ocidental que, como na ação da ONU condena apenas o governo Assad pelas barbáries - não atoa o Conselho de Segurança da ONU negou-se peremptoriamente a condenar os atentados contra o núcleo do poder.
A se elogiar a ação de Rússia e China, que apesar dos interesses em jogo clamam por um resolução "civilizada".
Se tocaram que o apoio que deram a resolução que permitiu a a abertura de um corredor aéreo sobre a Líbia, só produziu barbárie. Não fosse esse corredor e a permissão dada a OTAN para garanti-lo tenho minhas dúvidas se Kadafi teria caído.
A Síria não é a Líbia, e seu exército é forte o suficiente para enfrentar a insurgência. Esse exército foi moldado para enfrentar Israel, e suas ações muito se parecem com as ações de Israel na Palestina. A tal política do "olho por olho, dente por dente".
Lembram quando na Líbia os insurgentes controlaram uma parte do país? Equipes de reportagem do mundo inteiro para lá foram reforçar a campanha contra Kadafi.
Pois é, na Síria Assad tal como Israel não deixa isso acontecer, arrasa com tudo e pronto!
Nossa posição é igual a da resolução da ONU que acaba de sair. Uma solução de transitoriedade que permita as forças em conflito chegarem a transição.
Mais ou menos como no Egito. Preserva-se o estado e suas forças de manutenção e afasta-se os atores politicamente nefastos. 


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