sábado, 14 de outubro de 2006

De onde veio o dinheiro?

Carta Capital desta semana vem com matéria acusando a mídia de um complô sobre o dossiêgate. A prisão da gangue do dossiê ocorreu na noite de 14 de setembro. Dia seguinte, por volta das 13h o jornalista Cláudio Humberto sabe da notícia e publica no seu site. Entrou em contato com as direções do PT e PSBD querendo uma entrevista. O PSDB, mais esperto parte para a PF e encontra com as outras equipes de jornalismo. Isso se dá cerca de 3 a 4 horas depois da primeira nota de CH. Só que não foi CH o primeiro, a saber. Está provado que dentro do PT havia um SNI que durante muito tempo foi comandado pelo José Dirceu. O resto é disse me disse entre vocês jornalistas, guerra de vaidades entre quem trabalha e ganha bem, e quem não tanto. Se as campanhas de Serra e Alkmin pagam bem a ex-jornalistas da Globo, que paguem também. Competência não é só marketing do João Santana – preferível jornalistas bem informados a serviços de informação partidários usando dinheiro de origem não identificada para comprar informações. Querer dizer que a matéria de Carta Capital é apartidária como dizem alguns não bate com a realidade pois no site da revista, ao invés do delegado Bruno ou da montanha de dinheiro tem uma logomarca que mistura um tucano com o símbolo da Globo. Se for assim quando do infernal astral do Alckmin com o caso PCC a imprensa era petista? O mais radical dos partidos de esquerda que concorreram no primeiro turno, o PCO gastou todo seu horário político dizendo que havia um complô da Imprensa para eleger o Lula. O "Complô da Imprensa" é a mais bem urdida tese da "Central de Teses" do PT. Primeiro foi o Guilherme Wanderley dos Santos com a "não existência do mensalão", agora esta da Marilena Chauí. A propósito: para compor a matéria a Carta Capital ouviu o Claudio Humberto, equipes Serra/Alkmin, Globo e outros veículos ou ele apenas acha que foi assim que ocorreu? O bom jornalismo implica em ouvir o outro lado do fato. Daí sim poderia fazer suas ilações. Parafraseando o Josias de Souza "o resto é parolagem para encobrir a interrogação que remanesce pendente de resposta: de onde veio o dinheiro."

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