segunda-feira, 7 de maio de 2007

Puxasaquismo e verdade

Sobre a quebra de patentes do Efavirenz pelo Brasil vocês vão ter agora um exemplo da guerra entre informação e contrainformação. Deu-se hoje no Portal da BTelecom (leia-se IG) entre o puxasaco José Dirceu e o jornalista Etevaldo Dias.

Leia o que disse José Dirceu:

"Patentes ou Pacientes?"

"Muito interessante a nota com esse título, no blog PróximaOnda, de Ivan Martins, da Época Negócios, mostrando as reações na internet à quebra da patente do Efavirenz pelo Brasil.Enquanto o site 365gay, que se apresenta como o site homossexual mais lido nos EUA, pôs a notícia na sua página de abertura, com direito a bandeira brasileira e tudo, sem uma única palavra crítica à decisão do presidente Lula, no Patente Baristas, usado como sala de chat da indústria farmacêutica global, pauladas no governo brasileiro: “O Brasil quer quebrar a patente para não ter de pagar as contas. Que tal se nós pudéssemos fazer isso com as nossas despesas domésticas?” Já James Love, economista e diretor da ONG Knowledge Ecology International, postou uma nota no Huffington Post com o seguinte título: “O Brasil põe os pacientes antes das patentes”. E dá-lhe crítica aos dois pesos e duas medidas usadas em Washington: quando uma multinacional como a Toyota quebra a patente de um câmbio automático, está OK. Quando o governo da Tailândia quebra a patente de um medicamento, entre na lista de “violadores”."

Agora leia o que disse o jornalista Etevaldo Dias:

"Falta de pesquisa faz Brasil trocar Merck por indianos"

"A quebra de patente do Efavirentz foi anunciada com pirotecnia demais para a seriedade que o tema merece. Lula comemorou, o ministro Temporão comemorou, ongs coemoraram algo que não tem nada para ser comemorado. Foi um recurso extremo, mas não uma solução. Afinal, o país deixou de ser dependente da Merck para cair nos braços de sei lá qual o laboratório indiano.Haveria motivo para comemoração se, em lugar de quebra de patentes, o presidente Lula anunciasse que o Instituto Manguinhos ou outro centro de excelência tivesse descoberto droga de efeito semelhante a custo mais baixo. Piratear é recurso válido diante da tragédia, mas é recurso, não solução.Falta agora o presidente Lula e o ministro Temporão anunciarem um mega programa de apoio à pesquisa científica brasileira. Programa sério, sem politicagens, sem beneficiar esta ou aquela patota acadêmica, deste ou daquele partido.Os centros de pesquisas brasileiros vivem eterna falta de recursos para avançar pesquisas. Nossos cientistas não são prestigiados, ganham pouco e, pior de tudo, perdem pesquisas por falta de investimentos públicos. É aí que o Brasil precisa melhorar, e muito. Aliás, porque tem que ser laboratório indiano, será que nossos laboratórios não sabem nem copiar fórmulas? "

Será que deu para entender toda a verdade?

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