domingo, 11 de janeiro de 2009

O cinísmo de uma nação

Na guerra da opinião pública até o governo brasileiro tenta tirar sua casquinha.

É cínica a posição do governo brasileiro de enviar 14 t. de ajuda dita "humanitária" para Gaza, assim como foi cínica a declaração do presidente Luis Inácio de que "eles precisam parar de se matar”.

Sabem por quê?

Todos viram na televisão e em fotos de jornais aqueles chuviscos no céu parecendo fogos de artifício.

Pois bem... Aquilo são bombas de fragmentação, também chamadas de "bombas burras", que explodem ainda no céu se multiplicando em centenas de outras bombas menores que caem sem nenhuma direção. São elas, junto com as chamadas "bombas de fósforo", e os torpedos lançados pelos tanques israelenses contra tudo que se move, a maior causa pelos mais de 800 mortos em Gaza, a maior parte civis crianças.


E não é que o governo brasileiro se alinhou a grupo de países, entre eles EUA, Israel e Índia, para barrar um tratado que acabaria de vez com as chamadas "bombas de fragmentação", quando mais de cem países assinaram o acordo.

E a razão é simples: o Brasil é um dos grandes fabricantes e fornecedor deste tipo de bomba, e o governo Luis Inácio na defesa dos interesses da indústria da guerra impede que esse tipo de armamento deixe de ser fabricado.

Portanto, nada mais cínico do que enviar ajuda humanitária (por sinal, como diria o presidente, "uma mixaria" diante dos milhões de dólares que a indústria bélica brasileira fatura com a exportação de armas de guerra), e ainda querer fazer propaganda quando que, no fundo o Brasil também está por trás dessa matança.

Leia no site da BBC-Brasil:

Brasil fica fora de acordo contra bombas de fragmentação
País não está entre os mais de cem que devem assinar tratado sobre polêmica arma.

Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
Tratado prevê destruição de arsenais em oito anos; Brasil e Estados Unidos se opõem.

Brasil é pressionado em conferência contra bombas de fragmentação
Fabricante e exportador, país não participa do Processo de Oslo, que busca proibição.

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