Na internet todo mundo mete o dedo na ferida, ou no nariz do outro. Tanto faz se sobre política, economia ou comportamento. O importante é cutucar, informar, ter opinião sobre tudo, seja fazendo graça ou falando sério. Por isso estamos aqui para pensar, falar das injustiças contra minorias e países, e dar nosso palpite sobre a fábula do enfraquecimento moral desse país, suas mazelas e problemas, pois não queremos carregar a maldita herança que estão querendo nos deixar.
sábado, 7 de outubro de 2006
Olha a faca!
Acabo de sair da televisão onde assistia o Zorra Total e entrei na Internet. Ao percorrer o noticiário vejo o Lula, o Marco Aurélio Garcia, o Ciro Gomes, a Marta Suplicy, o José Dirceu, o Jacques Wagner batendo pesado nos tucanos e chamando o Alkmin para a briga. Do outro lado o Alkmin chamando a turma do Lula de "patota". Rapidamente me veio a mente o personagem "Patrick" do Zorra. Será que no debate de domingo o Alkmin vai partir para cima do Lula e gritar "olha a faca!".
sexta-feira, 6 de outubro de 2006
O astronauta da propaganda
O astronauta Marcos Pontes diz em seu blog no Portal G1 que "um governo tem que dar continuidade as ações do outro para que os programas de longo prazo possam frutificar", e que sua participação no programa espacial brasileiro "começou no governo FHC". Entre outros esclarecimentos fala da lenda da plantação dos feijões e que não é um turista espacial. Compreendo a sua angústia porém nada pior para o programa espacial brasileiro do que o lançamento ter acontecido sob o signo de um governo em que tudo se transforma em propaganda. Isso prejudicou o alcance do seu feito dando a impresão de que era um aventureiro.
Uma nova guerra em curso
Por questões eleitorais estão querendo transformar a tragédia do voo 1907 da Gol numa guerra BrasilxEUA, e que devemos reagir uma vez que nossa imagem como nação vem sendo atacada por todos os lados na imprensa americana. Isto só está acontecendo porque a independência da investigação está em cheque com os militares sendo pressionados por setores do govêrno a apressar um resultado, vazando informações do inquérito e escondendo a verdade sobre a real situação do controle aéreo nacional. Tudo bem que se tente preservar a imagem da Embraer e da Infraero, mas não querer reconhecer que os orçamentos militares tem sido deprimidos nos últimos anos, o que poderia ter afetado (em tese) o rendimento dos controles, e que o Ministério da Defesa está entregue a um político profissional e não a um técnico em qualquer uma das áreas da pasta em nada ajuda na compreensão do problema. A nota das autoridades americanas divulgada há pouco pelo JN aponta nesta direção.
O Brasil dos ricos e pobres
Em seu blog José Dirceu tenta confundir o leitor ao criticar FHC por ter separado o resultado do Brasil pós-primeiro turno em "modernos" e "atrasados", dando a entender que o ex-presidente que separar a nação em dois "brasis". Quem dividiu o Brasil em ricos e pobres, elite e povão foi o Lula, que na sua arrogância achou que tinha ganho a eleição e não precisava mais da classe média.
Informação e contra-informação (3)
Em "Desabafos do Lula" o jornalista Luis Nassif "ouviu de alguém" o fato, não viu a depressão do presidente, não ouviu sua queixa, não partilha da sua intimidade para constatar seu distanciamento do ex-amigo, e ainda por cima deixa o contra-informante passar a idéia de que o ex-ministro apenas transgrediu. A notícia é inverossímil, não resiste quando contraposta aos fatos estampados diariamente nos jornais. O contra-informante fez o seu papel, a serviço do presidente. Cabia a quem a publicou, ou nela acreditou se perguntar antes "a quem interessa?".
Informação e contra-informação (2)
Quer ver um exemplo típico de contra-informação. Notícia publicada pelo Blog do Nassif sob o título "Desabafos do Lula". Leiam e vejam se é verossímel. Ao final se façam a pergunta "a quem interessa?".
"De quem esteve com Lula nos últimos dias:
• O presidente estava deprimido na sexta-feira, queixando-se amargamente dos amigos que o teriam traído.
• Disse nunca mais ter falado com José Dirceu, depois que este deixou o governo.
• Considera Delúbio Soares o mais legal dos amigos. E lamenta até hoje que Antonio Palocci tenha perdido o Ministério por conta de fraquezas tipicamente masculinas. "
"De quem esteve com Lula nos últimos dias:
• O presidente estava deprimido na sexta-feira, queixando-se amargamente dos amigos que o teriam traído.
• Disse nunca mais ter falado com José Dirceu, depois que este deixou o governo.
• Considera Delúbio Soares o mais legal dos amigos. E lamenta até hoje que Antonio Palocci tenha perdido o Ministério por conta de fraquezas tipicamente masculinas. "
Informação e contra-informação
Certa vez conversando com uma amiga assessora de imprensa de uma estatal contou-me ela como funcionava a contra-informação no órgão que trabalhava, de como conseguia plantar nos jornais notícias do seu interesse contra os desafetos. Minha geração viveu sob o signo do "inocente útil" dos governos militares, e agora mesmo blogs e painéis funcionam como ponta de lança deste trabalho. Saddam Hussein vai à forca entre outras razões pela informação difundida pelo Bush que teria armas de destruição em massa. Admira-me o pudor de certos indivíduos que desconhecem este jogo. Qualquer leitor isento e bem informado sabe que a qualquer notícia deve se perguntar antes "a quem interessa?". Essa história de querer se tornar bem informado à primeira versão é coisa de idiota. Enquanto a notícia não repercutir em massa nos veículos de comunicação não pode ser considerada verdadeira por qualquer cidadão. Por isso me estranha esta história de fazer veicular esta guerra Lula x Imprensa, como se qualquer informação não fosse uma verdade em busca de afirmação. Os pudicos que clamam por um aperfeiçoamento deste sistema deviam abandonar a profissão e se dedicar à jardinagem. Há de se lutar para dar educação ao povo para que aprenda a discernir, e não aceitar com naturalidade qualquer informação que lhe chegue. Na imprensa e aos jornalistas se aplica em gênero, numero e grau a "Lei de Betti". Ninguém é santo!
Lula sai na frente para o debate
Esses primeiros cinco dias da semana não foram bons para Geraldo "Xuxu". A pesada reação da mídia a sua aliança com o casal Garotinho, a enérgica estratégia do PT de atacá-lo em várias frentes para deixá-lo na defesa no debate de domingo, e a até um inesperado fogo amigo que conseguiu repercutir mostraram que política não é coisa para santo. A primeira vista ele aparece meio atordoado, com Lula se saindo melhor. Aguarde-se a pesquisa de amanhã para se saber a aprtir de que patamar ele sai para a disputa com Lula.
quinta-feira, 5 de outubro de 2006
O apoio agora é de fato
Esta é a foto do panfleto que mostra como irá funcionar de fato o apoio do Garotinho a Geraldo Alkmin. Vocês entenderam como funciona. A campanha do Alkmin estava passando o pires para conseguir recursos. Não teve dinheiro para investir na baixada. Agora com o apoio do Garotinho que (certamente com a mala cheia de dinheiro, pois não saiu candidato a presidente) vai pegar o que o Sergio Cabral ia usar para fazer presença com Lula e jogar na campanha do Alkmin. Já o Lula com a mala cheia de dinheiro vai pegar o que deixou de usar na campanha "rebelde" do PT no Rio (toda ela "free-lancer", lembram?) e jogar na campanha do Sergio Cabral.
"Se correr o bicho pega, se ficar..."
Cesar Maia pode até ter razão. O Alkmin poderia ter esperado uns 3/4 dias antes de "aceitar" o apoio do Garotinho. No entanto isto não resolveria um problema. Nem o prefeito, nem o PSDB têm uma máquina para trabalhar na região metropolitana. O ex-prefeito Zito todo mundo já sabe, não tem partido. Seu interesse é a prefeitura de Caxias e para isso precisa do voto do povão para repetir o efeito Lindenberg contra o candidato do Garotinho, que certamente almejará a reeleição. Assim só restava na baixada a máquina do Garotinho que é anti-Lula. Se não corresse para pegar o apoio do Garotinho, presidente regional do PMDB do Rio iria encontrar um partido conflagrado (lembram da eleição do Serra com o apoio do Picciani a revelia da direção nacional?). Aquele encontro no apartamento do Sergio Cabral mostrou o movimento que ele intencionava fazer, e que acabou tendo de fazer sozinho para apoiar o Lula. É aquela velha história: "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come".
Elixir do voto
Durante a campanha do primeiro turno Eduardo Paes e Ronaldo Cesar Coelho tiveram uma postura bastante moderada em relação a candidata do Cesar Maia e ao dos "Garotinhos". Já Marcelo Crivela e Vladimir Palmeira foram bastante hostis aos dois. E agora, na hora de subir no palanque quem vai se sentir mais confortável?
"É a economia, sua besta!" (2)
Comentei outro dia que não acreditava ter sido o "dossiêgate" ou a ausência do Lula ao debate da Globo responsáveis pela subida do Alkmin ao final do primeiro turno, mas sim a economia. Vejam o comentário do José Dirceu em seu blog:
"Mas, mesmo com corrupção, escândalos, dossiês e tudo mais, Lula seria imbatível, se a economia estivesse crescendo de forma mais vigorosa, digamos, 5% ou 6% - ritmo que pode parecer ambicioso à luz dos resultados recentes do Brasil, mas que é apenas razoável quando comparado ao desempenho da maioria dos emergentes. O FMI projeta em 7,3% a expansão do PIB para o conjunto dos países em desenvolvimento em 2006.”
"Mas, mesmo com corrupção, escândalos, dossiês e tudo mais, Lula seria imbatível, se a economia estivesse crescendo de forma mais vigorosa, digamos, 5% ou 6% - ritmo que pode parecer ambicioso à luz dos resultados recentes do Brasil, mas que é apenas razoável quando comparado ao desempenho da maioria dos emergentes. O FMI projeta em 7,3% a expansão do PIB para o conjunto dos países em desenvolvimento em 2006.”
Vamos tirar férias...
Alguma coisa me faz prever que o índice de não comparecimento às urnas no próximo dia 29 de outubro, principalmente no Rio de Janeiro vai ser muito grande. Ainda mais que a "juíza" Denize Frossard jogou a toalha e pregou o voto nulo. Muita gente vai preferir votar em trânsito. Que tal umas boas férias para esfriar a cabeça emendando com o feriado de finados?
Façam o jogo, senhores!
O que deve ter desagradado mais o eleitor: a agressividade que o Lula partiu para cima do Alkmin ou a ingenuidade que o Alkmin partiu para cima do voto?
Primeiro o Mantega, agora Helio Costa
Permito-me não recorrer ao link e transcrever na íntegra o último post do Luis Nassif:
"Um ministro inconveniente"
"Causou espécie no Futurecom o comportamento do Ministro das Comunicações Hélio Costa.
Positivamente, não tem nenhuma compostura pública.
Começou o seu discurso fazendo propaganda política explícita e inconveniente, falando de queda preço de cimento, arroz.
Depois, desancou a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) na frente do seu presidente.
Sobre as políticas públicas de seu ministério, nada.
Sobre os impasses em torno da licitação do WinMax (o sistema de banda larga de baixo custo) - hoje em dia há empate no conselho da Anatel sobre as regras da licitação – mandou um recado-convite dizendo que o próximo conselheiro que escolherá desempatará o jogo.
Depois, desancou a “The Economist”, por críticas que fez a ele, desqualificando-a pelo inominável crime de ter chamado seu Ministério de Telecomunicações.
Na sala dos palestrantes converso com um senhor que é representante do Eximbank de um país com grandes investimentos no Brasil, que se dizia escandalizado com as críticas que o próprio Ministro fazia às agências reguladoras. “Como podemos ter confiança nas políticas públicas daqui?”, me indaga com ar desolado, em um português claudicante.
Lula é Bolsa Família. Mas Lula também é Hélio Costa."
"Um ministro inconveniente"
"Causou espécie no Futurecom o comportamento do Ministro das Comunicações Hélio Costa.
Positivamente, não tem nenhuma compostura pública.
Começou o seu discurso fazendo propaganda política explícita e inconveniente, falando de queda preço de cimento, arroz.
Depois, desancou a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) na frente do seu presidente.
Sobre as políticas públicas de seu ministério, nada.
Sobre os impasses em torno da licitação do WinMax (o sistema de banda larga de baixo custo) - hoje em dia há empate no conselho da Anatel sobre as regras da licitação – mandou um recado-convite dizendo que o próximo conselheiro que escolherá desempatará o jogo.
Depois, desancou a “The Economist”, por críticas que fez a ele, desqualificando-a pelo inominável crime de ter chamado seu Ministério de Telecomunicações.
Na sala dos palestrantes converso com um senhor que é representante do Eximbank de um país com grandes investimentos no Brasil, que se dizia escandalizado com as críticas que o próprio Ministro fazia às agências reguladoras. “Como podemos ter confiança nas políticas públicas daqui?”, me indaga com ar desolado, em um português claudicante.
Lula é Bolsa Família. Mas Lula também é Hélio Costa."
O beijo da morte
Garotinho esta vendendo a versão que foi procurado pela equipe do Alkmin por intermédio do Michel Temer. Se for assim a coisa vai ficar feia para o Geraldo. A princípio pensava-se que fosse uma articulação de partidos, banda oposicionista do PMDB com PSDB. Como dirigentes partidários o "casal garotinho" tinha de estar presente e o apoio dos dois, mera conseqüência. Mas o PSDB na sua ânsia de vencer deixou rolar a versão que recebera o apoio, e que "apoio não se recusa agradece-se". A presença de quatro importantes figuras da política fluminense ao lado de Lula dá o que pensar. Terá sido (o apoio) uma jogada magistral do Garotinho para eleger o Sergio Cabral? Se for o Alkmin caiu numa armadilha e pode ter recebido o "beijo da Morte".
O ânimo mudou
Será que o tracking de campanha do Lula mudou? Inverteu-se a tendência pró-Alkmin após a rejeição pela mídia do apoio do "casal garotinho"? Lula apareceu bem na foto ao lado de Sergio Cabral, Marcelo Crivela, Francisco Dorneles e do ex-prefeito Conde. Estava com aquele ar de "paz e amor" do marketing diferentemente do ar "desesperado" e "ressentindo" dos últimos dias. Que Sergio Cabral e Crivela estivessem a seu lado era de se esperar. Mas o que dizer do Dorneles e do Conde, no mínimo que Garotinho não controla seus liderados. Conde é o vice-governador do estado e Dorneles o senador que ele se vangloria de ter elegido. Então onde está o voto que ele diz ter (e que não duvido que tenha) para entregar para o Alkmin? É um voto envergonhado, que tem medo da imprensa, muito parecido com aquele voto do Brizola em decadência.
O resssurgir de Hitler
Quando li a entrevista do Garotinho a FSP onde ele dizia - "a juíza, que autoridade ela tem para falar em ética quando o chefe do escritório dela em Niterói trabalhava até as cinco horas da tarde no escritório e depois das cinco pegava um fuzil e ia ser soldado do tráfico no morro." - pensei que fosse apenas uma querela política. Como uma ínclita "juíza" poderia aceitar tal comportamento. Agora leio no "Blog do Nassif" que ela deu uma sentença aceitando a discriminação contra portadores de deficiência física, porque sua presença provocaria mal-estar nas pessoas. Essa Frossard com toda sua enpáfia e arrogância não passa de uma nazistóide sem alma. Imagina essa mulher governadora e comandando, por exemplo a segurança do Rio de Janeiro. Vai mandar soltar os "seus" bandidos para exterminar crianças com "Síndrome de Down".
Bronca é arma de otário (3)
Só existe uma maneira da "juíza" Denize Frossard vencer o Sergio Cabral: colar nele a imagem de pau-mandado do "casal Garotinho". Daí a bronca dela e do Cesar Maia (e da imprensa que odeia "os Garotinhos") ao apoio dado pelo "casal" a Geraldo Alkmin. Como já disse antes Sergio Cabral foi eleito graças aos programas sociais do Estado. Denize tirou voto do Vladimir e do Temer, que votaram em Lula mas na hora do pega para capar votaram na "juiza". Também como analisei o voto da HH nunca viria para o colo do Geraldo. Só restava a ele pescar o chamado voto popular e este está nas mãos de Garotinho. Só depois da sexta-feira quando sair a nova pesquisa veremos se a estratégia deu certo ou não. A filha do Garotinho, Clarissa deu bem o ânimo da juventude evangélica quando estampou a camiseta do "Fora Lula". E esta juventude é que faz o voto dos pastores. Lula agora vai ter que encarar no segundo turno o que faltou no primeiro, o trabalho de rua, popular, do cabo eleitoral e isso, com certeza os eleitores "chics" do PSOL não vão dar para ele. Por isso HH ficou calada: não quer assistir a mais uma traição do seu eleitor.
quarta-feira, 4 de outubro de 2006
O voto do diabo
De nada adiantou a presença do pres. do PMDB, Michel Temer no encontro de ontem em que estavam presentes Rosinha e Antony Garotinho. Bastou um cordial aperto de mão e o simbólico apoio do casal, para todo mundo cair de pau no Alkmin. Certo que a imprensa andou fuçando coisas da pré-campanha do Garotinho à presidência mas daí a sair matando em cima como se fosse um encontro de bandidos... Tenha dó! Essa história esta me parecendo mais preconceito contra os evangélicos do que outra coisa. Foi o que deu a entender o presidente do PDT, Carlos Lupi quando respondeu há pouco a um repórter: "Garotinho apóia o Alckmin, mas em contraposição o (Marcelo) Crivella está com Lula . É briga de religiosos em que a gente não se mete." Veremos amanhã. Se no encontro do Sergio Cabral amanhã com o Lula o sen. Marcelo Crivella não estiver presente, ou se o Lula em seguida não o procurar é porque o voto evangélico só é benvindo em público quando for na presença de 2000/3000 religiosos não pentecostais (embora Garotinho não o seja).
A partilha
Não sei se a comparação com o governo FHC é assim tão mortal para o Alkmin como diz o Lula. Se a resposta for didática, feita em debate não resiste a um chavão siquer. E na propaganda eleitoral não sei vai ter tempo para explicitá-la. A não ser que se crie um bom slogan, do tipo "herança maldita" para demonstrar. O embrião de toda a realização do Governo Lula quando não está no Governo Militar está no Governo Collor ou FHC, para o bem ou para o mal.
Pragmatismo eleitoral
Existe uma grande diferença entre "dar apoio" e "fazer campanha". Dar o apoio é aquilo que os artistas e intelectuais fazem quando assinam listas e mais listas, em geral para continuar recebendo algum patrocínio ou promover "protetores" para cargos públicos. Fazer campanha não... É meter a mão na massa, participar de carreatas, distribuir panfletos, etc, etc.. Como nesta eleição tudo foi "terceirizado" (ler entrevista do Deputado Paulo Delgado em post abaixo) é aí que esta se dando o grande trabalho de conquista do voto nesta eleição. Todo mundo saiu candidato a deputado, senador, governador muito mais pensando em 2008 do que em se eleger em 2006. É o caso da "juíza" Denize Frossard. Deslumbrada pela fama que conquistou como Juiza só aceitou participar de eleição "por cima". Nunca se candidatou a deputada estadual, a vereadora. Foi candidata ao senado, a prefeitura, a câmara federal e agora, oxigenada pelo Prefeito Cesar Maia, a governadora muito mais para se posicionar como opção contra o Conde em 2008. Se tivesse tentado a câmara de novo teria amargado a mesma derrota do Deputado Biscaia. E os outros? O elenco é grande. Uma breve olhada na bancada do PMDB e se verá que são todos "preveitáveis". O mesmo no PSDB, PFL e outros. As eleição majoritária sempre foi um trampolim para as eleições municipais (e vice versa). O cara se serve da propaganda gratuita para se tornar conhecido, ou para poder voltar ao município de origem. Daí o acerto do Alkmin em aceitar o "apoio" do "Casal Garotinho" pois certamente eles irão terceirizar o trabalho de fazer campanha, ao que Sergio Cabral vai ter que ficar pianinho, assistindo os cabos eleitorais do casal distribuindo santinhos do Geraldo junto com o seu, e ele calado com seu apoio ao Lula na televisão.
Voto não se transfere
Os jornais dizem que Geraldo Alkmin perdeu o apoio de Denize Frossard e Cesar Maia no Rio (embora na seja isto que está dito no seu "mailing" diário - "O PFL concentrará sua campanha em Denise Frossard, e recomendará o voto em Alckmin", diz o mailing). Cascata... Voto não se transfere e apoio se agradece, diz a lenda.
José Dirceu reedita José Dirceu
José Dirceu em seu blog hoje convoca a militância do PT a reagir as "provocações e ofensas ao PT e ao Lula". Embora procure aparentar serenidade me lembrou um pouco aquele José Dirceu que chamou o pessoal do Mario Covas para a porrada.
A elite da conveniência
O Geraldo Alkmin está certo em aceitar o apoio do "Casal Garotinho" para sua campanha. Sergio Cabral não tem voto. Tirando uns poucos aposentados sua campanha foi toda apoiada nos programas sociais do "Casal". A parte da "elite" que rejeita "os Garotinhos" votou na Heloisa Helena, e é a mesma que em 2002 acenou as bandeiras vermelhas nas ruas da Zona Sul. Só que agora vendo o estrago que Lula fez no seu bolso não vai votar nele. Como já disse a "juíza" Denise Frossard "vai votar nulo" no segundo turno. Portanto seria improdutivo querer carrear este voto. A outra parte da "elite", aquele criada por FHC em l994 (e que ele abandonou em 1999 quando da desvalorização do real), mudou seu voto na última hora despertada pelo "escândalo do dossiê", e reverteu a tendência que havia em se votar no Lula. Essa "elite", que o Lula resgatou dando um emprego menos qualificado e de menor salário foi massacrada por ele com o advento do "crédito fácil". Este massacre, que se efetivou com roubo dos banqueiros, com as altas taxas de juro está sendo a razão do seu declínio. Lula errou ao se dizer o candidato dos pobres. Quem ganha de 900 reais para cima não se acha pobre, e rejeita qualquer tentativa de colocá-lo nos extratos mais baixos da população. Se considerada "elite", tem celular, TV à cabo e computador, e baba diante de qualquer "big brother". Não é "de esquerda" mas sim "de conveniência", pragmatismo que está muito mais para o "Casal Garotinho" do que para a "juíza" Denise Frossard. É a tal da "maioria silenciosa" dos livros de sociologia política. É para ela que vão ter que acenar os candidatos neste segundo turno.
Gol contra da Aeronáutica
A história desse acidente com o avião da Gol está me parecendo mais trapalhada "republicana" do Governo Lula. Primeiro a demora no atendimento às vítimas e no fornecimento de informações. Depois o resgate das vítimas (ou dos corpos dela). Imagina se fosse uma guerra, um ataque aéreo que tivesse um avião militar, quanto tempo se levaria para resgatar os sobreviventes? Mas não... Era um avião civil! E o tal do SIVAM vendido a preço de ouro, e tido como a maravilha que poderia até detectar e fazer abater um teco-teco do narcotráfico, não funciona? Outra coisa: essa história de expor os pilotos americanos de maneira tão precipitada (não que eles não tenham culpa no cartório), quando se sabe que a Aeronáutica só enrola quando se trata da solução de acidentes aéreos nacionais demorando as vezes meses para indicar um culpado - lembram-se do famoso "Comandante Garcez" daquele acidente na Amazônia, e que apareceu nitidamente "cheirado" dando entrevista na televisão, por acaso foi condenado por alguma coisa? -. A Aeronáutica, ANAC ou o diabo a quatro (para mim é tudo a mesma coisa) só está apressando a investigação por pressão do Ministro "Lula" da Defesa por puro interesse político, para que a opinião pública tenha a impressão que, assim como a PF "neste governo a gente investiga". Mas me vem a pergunta: cadê os controladores de vôo? Dizem que naquela região existe um "buraco negro". E que o controle de trafego aéreo não conseguiria detectar nem um super-jumbo que por ali passasse. Isso é que dá um ministro "político" na defesa. Deveria ser, isso sim um militar linha dura, super ético, equilibrado e com pensamento democrático.
"A Marcha dos Palhaços"
Vai abaixo o artigo de Elio Gaspari (assinantes da Folha) e que retirei do Blog do Josias:
"Na segunda-feira, com aquelas olheiras que só a adversidade eleitoral produz, 'nosso guia' se candidatou ao lugar de coordenador da campanha de Geraldo Alckmin à Presidência da República. Fez isso quando tratou do dossiê Vedoin e disse o seguinte: 'Eu quero saber quem arquitetou essa obra de engenharia para atirar no próprio pé'. Quer? Pergunte a Ricardo Berzoini e a Aloizio Mercadante. Eles podem ajudar.
Ao tratar de um crime como curiosidade, Lula assumiu a condição de padrinho dos malfeitores petistas, aloprados e trambiqueiros. Padrinho no sentido da figura de Don Corleone/Marlon Brando.
Não há nenhuma prova, indício ou pista de que haja bico tucano na construção do papelório. Há apenas um raciocínio lógico: se os tucanos foram favorecidos pelo episódio, há dedo deles na produção. Coisa assim: a invasão da Rússia por Hitler permitiu que Stálin consolidasse a sua tirania, donde, Hitler foi uma jogada de Stálin.
Admita-se que o raciocínio de Lula está certo. No início de setembro, um tucano teve uma idéia: vamos pedir ao Vedoin que faça um dossiê contra o Serra, ele o vende ao PT, nós flagramos os compradores, fotografamos o ervanário e botamos o escândalo na imprensa. Um petista aloprado come a isca, compra-se o caso, acerta-se a publicação da denúncia, combina-se o pagamento e vai-se a um hotel buscar mais uns docinhos. Nisso reserva-se R$ 1,7 milhão, em grana viva, para os chantagistas.
Se isso fosse verdade, o presidente de honra do PT teria razão ao chiar. O da República não é pago para tumultuar inquéritos. Os petistas que negociaram com um delinqüente cometeram uma contravenção ao trocar denúncia por dinheiro e um crime e ao remunerar bandidos. Transgrediram as leis da República. Respeitaram apenas a regra do silêncio de Don Corleone.
Diante de um crime, o presidente da República não pode agir como advogado de porta de xadrez. (Será que em 1954 os capangas de Gregório Fortunato foram pagos por Carlos Lacerda para atirar no major Rubens Vaz?)Em São Paulo e no Rio, houve zonas eleitorais onde madames grisalhas, elegantes e gentis distribuíam narizes de palhaço. (Senhoras parecidas com aquelas que fizeram a Marcha da Família em 1964.) O sujeito ganhava uma bolinha vermelha e ia para a seção eleitoral. No comércio, a bolota de plástico custa R$ 2,50 e a de esponja sai por R$ 3, crime eleitoral explícito, mas isso fica para depois. Contra quem esse feliz palhaço protesta? Paulo Maluf? João Paulo Cunha? Clodovil? Lula?
O calor que o senador Eduardo Suplicy tomou de Guilherme Afif Domingos mostra que se quebrou a associação da decência ao PT. Se são todos iguais, Lula é igual a Maluf e Fernando Collor. Exagero? Ouça-se Maluf: 'Tenho plena consciência de que o presidente Lula é um homem limpo e correto'. E Lula: 'Collor poderá, se quiser, fazer um trabalho excepcional no Senado'.
Lula e o PT associaram-se a práticas indecentes. Fizeram isso porque quiseram. A mistura custou o resultado de domingo. A Justiça Eleitoral precisa estar cega para permitir a distribuição de prendas na área onde é proibido repassar santinhos de candidatos. Mesmo assim, o palhaço sempre poderá votar com um nariz que trouxe de casa. Ou Lula pára de dizer monstruosidades ou verá a marcha dos palhaços".
"Na segunda-feira, com aquelas olheiras que só a adversidade eleitoral produz, 'nosso guia' se candidatou ao lugar de coordenador da campanha de Geraldo Alckmin à Presidência da República. Fez isso quando tratou do dossiê Vedoin e disse o seguinte: 'Eu quero saber quem arquitetou essa obra de engenharia para atirar no próprio pé'. Quer? Pergunte a Ricardo Berzoini e a Aloizio Mercadante. Eles podem ajudar.
Ao tratar de um crime como curiosidade, Lula assumiu a condição de padrinho dos malfeitores petistas, aloprados e trambiqueiros. Padrinho no sentido da figura de Don Corleone/Marlon Brando.
Não há nenhuma prova, indício ou pista de que haja bico tucano na construção do papelório. Há apenas um raciocínio lógico: se os tucanos foram favorecidos pelo episódio, há dedo deles na produção. Coisa assim: a invasão da Rússia por Hitler permitiu que Stálin consolidasse a sua tirania, donde, Hitler foi uma jogada de Stálin.
Admita-se que o raciocínio de Lula está certo. No início de setembro, um tucano teve uma idéia: vamos pedir ao Vedoin que faça um dossiê contra o Serra, ele o vende ao PT, nós flagramos os compradores, fotografamos o ervanário e botamos o escândalo na imprensa. Um petista aloprado come a isca, compra-se o caso, acerta-se a publicação da denúncia, combina-se o pagamento e vai-se a um hotel buscar mais uns docinhos. Nisso reserva-se R$ 1,7 milhão, em grana viva, para os chantagistas.
Se isso fosse verdade, o presidente de honra do PT teria razão ao chiar. O da República não é pago para tumultuar inquéritos. Os petistas que negociaram com um delinqüente cometeram uma contravenção ao trocar denúncia por dinheiro e um crime e ao remunerar bandidos. Transgrediram as leis da República. Respeitaram apenas a regra do silêncio de Don Corleone.
Diante de um crime, o presidente da República não pode agir como advogado de porta de xadrez. (Será que em 1954 os capangas de Gregório Fortunato foram pagos por Carlos Lacerda para atirar no major Rubens Vaz?)Em São Paulo e no Rio, houve zonas eleitorais onde madames grisalhas, elegantes e gentis distribuíam narizes de palhaço. (Senhoras parecidas com aquelas que fizeram a Marcha da Família em 1964.) O sujeito ganhava uma bolinha vermelha e ia para a seção eleitoral. No comércio, a bolota de plástico custa R$ 2,50 e a de esponja sai por R$ 3, crime eleitoral explícito, mas isso fica para depois. Contra quem esse feliz palhaço protesta? Paulo Maluf? João Paulo Cunha? Clodovil? Lula?
O calor que o senador Eduardo Suplicy tomou de Guilherme Afif Domingos mostra que se quebrou a associação da decência ao PT. Se são todos iguais, Lula é igual a Maluf e Fernando Collor. Exagero? Ouça-se Maluf: 'Tenho plena consciência de que o presidente Lula é um homem limpo e correto'. E Lula: 'Collor poderá, se quiser, fazer um trabalho excepcional no Senado'.
Lula e o PT associaram-se a práticas indecentes. Fizeram isso porque quiseram. A mistura custou o resultado de domingo. A Justiça Eleitoral precisa estar cega para permitir a distribuição de prendas na área onde é proibido repassar santinhos de candidatos. Mesmo assim, o palhaço sempre poderá votar com um nariz que trouxe de casa. Ou Lula pára de dizer monstruosidades ou verá a marcha dos palhaços".
terça-feira, 3 de outubro de 2006
Alguma coisa estranha no ar...
O tracking da campanha do Lula deve estar indicando alguma mudança no ânimo do eleitor. Senão eles não estariam partindo com tanta agressividade para o segundo turno. Usar denúncias contra FHC para estabelecer comparações éticas, sei não... Parece uma mudança radical demais para quem tinha 7 pontos de vantagem ao final da eleição, e sabe que irá precisar da boa vontade da Câmara (maioria indefinida) e Senado (PFL/PSDB a frente) para governar.
Uma pausa para pensar
A seguir o link para duas importantes entrevista. Uma do blog do Moreno feita pelo jornalista com Caetano Veloso (1) e (2). Outro transcrita de O Globo por ele com o Deputado Paulo Delgado (PT).
Aviso aos navegantes
"É a economia, sua besta!". Todos conhecem a frase e seu contexto. O que mais se dizia antes da eleição é que o Lula seria reeleito graças aos programas sociais, a comida que tinha colocado no prato dos brasileiros e o emprego de milhões que não tinham acesso a ele. Baseado nesta análise Lula chegou a dizer que a elite queria acabar com o povo, e coisa e tal. Os indicadores mostraram a pujança dos programas sociais. Era a revolução dos deserdados por meio das urnas. Silenciosamente a classe média foi pensando, pensando, e como ela é muito mais racional para decidir decidiu no dia da eleição o seu voto. Não foram poucas as vezes em que ouvi a campanha do Geraldo "Xuxu" - agora com sal e camarão - se referir a tal tendência do eleitorado em votar nele. E o que se viu? Nos estados em que a classe média agrícola ou urbana tem um maior papel Alkmin venceu. Ninguém se preocupou em saber o estrago que o cambio sobrevalorizado estava fazendo na vida das famílias. Da influência das taxas de juros no consumo de cada um. Tomaram por base aqueles que vivem da cesta básica e se esqueceram daqueles que, com 1200/1500 reais já tem acesso a um empréstimo bancário, a um cartão de crédito. Querer dizer que os votos do Lula minguaram devido ao caso do dossiê ou a sua ausência no debate da Globo é querer tapar o sol com a peneira. Assim como erraram os institutos de pesquisa na seleção da sua amostragem erram aqueles que vivem de consultar o mercado, os dados do IPEA, da FGV, do IBGE, e se esquecem de ir a campo para aferir a real situação dos segmentos médios da população. Consulte qualquer prestador de serviços de segunda categoria, qualquer microempresário da economia informal e verão a realidade. Talvez o discurso desenvolvimentista do Alkmin esteja pegando e só restará aos analistas a frase para reflexão: "É a economia, sua besta!".
Prudência e caldo de calinha...(2)
Muito se fala do erro do IBOPE que não conseguiu expressar na pesquisa o resultado das urnas na Bahia. Mas como declarei anteriormente neste blog mais absurdo foi o resultado da boca de urna no Rio Grande do Sul. A Bahia pelo seu tamanho pode até ser difícil de aferir. Mais o Rio Grande... Ainda mais colocando a Yeda Crusius em terceiro, bem distante dos outros dois. E o que se viu? O percentual que seria da Yeda com os adversários, e ela com a porcentagem dos que eram declarados vitoriosos. No Rio de Janeiro também os institutos erraram feio na eleição para o senado. Chegaram a dar para Jandira Feghali uma diferença a mais de 15 pontos às vésperas da eleição, e a eleição demonstrou que quem tinha os tais 15 pontos de vantagem era o Francisco Dornelles, que tinha seus votos concentrados totalmente no interior. Será que no caso da Bahia não se deu a mesma coisa? Era nos grotões que estava o foco dos programas sociais do governo e lá, com certeza o IBOPE não foi. Mesma coisa a votação do Geraldo Alkmin. Será que a amostragem levou em conta as regiões onde o agronegócio detonou o Lula? Os institutos de pesquisa vão ter que levar em conta as realidades socio-econômicas de cada região senão vão continuar quebrando a cara.
A volta do "Lulinha Paz e Amor"(2)
Não sei se a obviedade dos fatos é tanta a ponto de não se poder requerer direito autoral. Mas a análise da entrevista do presidente Lula feita por este blog coincide até no título da matéria com a de hoje no jornal Estado de São Paulo. Clique e leia.
Reforma política... Que reforma?
Muito se tem falado de uma reforma política. Cláusula de barreira, federação de partidos, fidelidade partidária, financiamento público de campanha, voto distrital misto, reeleição do executivo, voto por lista, parlamentarismo são algumas das mudanças na pauta de propostas do que se quer reformar. Talvez o Brasil seja um dos poucos países que teve a constituição tão remexida como a nossa. Dos cento e poucos pequenos partidos que tínhamos em 1989 teremos agora pouco mais de 20. A campanha eleitoral deste ano demonstrou o quanto avançamos nas regras eleitorais. Não fosse o fato de o TSE não poder impugnar suspeito todos os pleitos da chamada sociedade teriam sido aceitos. Temo pela imposição de reformas vindas de cima para baixa. A clausula de barreira é uma das regras impostas por pressão de grupos que irá frustrar grande parte do eleitorado, principalmente os mais a esquerda. Se deixarmos ocorrer mais uma ou duas eleições com as regras atuais o jogo político se enquadra. Mas se ao contrário impusermos uma reforma nos moldes da pauta idealizada pela chamada "inteligência" corremos o risco de ter um país conflagrado por realidades que nunca fizeram parte do nosso cotidiano. Me vem a memória o Iraque, onde os americanos tentaram impor um modelo de democracia e tornaram a emenda pior do que soneto. Quase todas as propostas contidas na sua agenda faziam parte do corolário dos militares ao engessar o país com o bipartidarismo. E quantos não foram os grupos que lutaram contra a ditadura? Pensavam da mesma forma? Teriam a capacidade de se organizar com estas regras? Corremos o risco de frustrar parcelas diminutas do pensamento democrático e empurrá-los para o radicalismo. Como você acha que irá se comportar o PCO, o PSTU que souberem que as regras estabelecidas impedem definitivamente sua chegada ao parlamento? O Brasil não necessita dessa reforma política que está por ai. Precisa si que se cumpra a Constituição e se pratique a democracia.
Maldade com a oncinha
Do site do jornalista Claudio Humberto:
"O presidente Lula não deu as caras, domingo, para comentar o resultado da eleição. Deve ter sido porque, naquele dia, a onça bebeu (muita) água."
"O presidente Lula não deu as caras, domingo, para comentar o resultado da eleição. Deve ter sido porque, naquele dia, a onça bebeu (muita) água."
Enfim, as diferenças
O site da BBC destaca as principais entre a proposta de política externa do Lula e do Alkmin:
Luiz Inácio Lula da Silva
.reforma da ONU e reivindicação de vaga permanente no Conselho de Segurança
.reduzir assimetrias entre países pobres e ricos
.luta contra a fome no mundo
.integração da América do Sul e ênfase nas relações sul-sul, principalmente com a África
.ampliar o acesso aos mercados americano, europeu e asiático
Geraldo Alckmin
.ampliar as relações com os países da América do Sul
.impulsionar negociações comerciais multilaterais, sem ideologizá-las e levando em conta os
.interesses de setores produtivos brasileiros
.revigorar o Tratado de Cooperação Amazônica
.intensificar a vigilância das fronteiras
.intensificar as relações com as economias mais desenvolvidas
.relacionamento com países grandes como China, Índia e Rússia baseado em interesses mútuos e não considerar que são "aliados naturais"
.ampliar relacionamento com países africanos, especialmente os de língua portuguesa
.considera legítimo pleito pelo Conselho de Segurança, mas diz ser mais importante que o Brasil se aproxime da OCDE ou seja acolhido em um G-8 ampliado
.definir prazos e estratégia para a retirada das forças brasileiras do Haiti
.retomar as negociações para a criação da Alca e explorar acordos bilaterais de livre comércio
.atuar pela retomada das negociações da Rodada de Doha
.promover ampla reflexão sobre o Mercosul
.ampliar o comércio sul-sul
Luiz Inácio Lula da Silva
.reforma da ONU e reivindicação de vaga permanente no Conselho de Segurança
.reduzir assimetrias entre países pobres e ricos
.luta contra a fome no mundo
.integração da América do Sul e ênfase nas relações sul-sul, principalmente com a África
.ampliar o acesso aos mercados americano, europeu e asiático
Geraldo Alckmin
.ampliar as relações com os países da América do Sul
.impulsionar negociações comerciais multilaterais, sem ideologizá-las e levando em conta os
.interesses de setores produtivos brasileiros
.revigorar o Tratado de Cooperação Amazônica
.intensificar a vigilância das fronteiras
.intensificar as relações com as economias mais desenvolvidas
.relacionamento com países grandes como China, Índia e Rússia baseado em interesses mútuos e não considerar que são "aliados naturais"
.ampliar relacionamento com países africanos, especialmente os de língua portuguesa
.considera legítimo pleito pelo Conselho de Segurança, mas diz ser mais importante que o Brasil se aproxime da OCDE ou seja acolhido em um G-8 ampliado
.definir prazos e estratégia para a retirada das forças brasileiras do Haiti
.retomar as negociações para a criação da Alca e explorar acordos bilaterais de livre comércio
.atuar pela retomada das negociações da Rodada de Doha
.promover ampla reflexão sobre o Mercosul
.ampliar o comércio sul-sul
segunda-feira, 2 de outubro de 2006
Em briga de marido e mulher...
Luis Nassif em seu blog afirma que Lula disse nunca mais ter falado com José Dirceu depois da crise do mensalão. Será que é ao José Dirceu que o Lula se refere quando diz querer chegar aos autores da trapalhada do dossiê? Afinal ele usa muito a citação "quem mexe com bandidos". No episódio Waldomiro Diniz estava envolvido um bicheiro. Sabe-se também que José Dirceu interferiu para a legalização dos bingos. Amizade estranha esta dos dois, José Dirceu jurando amor ao Lula todo santo dia e o Lula, ingrato nem uma palavrinha de carinho para ele. Insisto na tese: esta história do Lula dizer que nunca mais falou com o José Dirceu está me parecendo contra-informação metida no meio de duas outras óbvias afirmações (a de que Lula estava irritado e que Delúbio Soares é seu melhor amigo). Será que Lula já recebeu uma pista da PF de quem são os trapalhões? Nos últimos dias ele têm repetido por diversas vezes que queria saber quem são. Se a PF vasculhar os arquivos do blog do José Dirceu descobrirá dois posts que foram rapidamente apagados depois da prisão dos petistas, nos quais ficava claro para quem lesse (obviamente juntando todas as informações que viriam depois) que ele estaria por trás da operação, ou dela tinha conhecimento prévio. Pena que não os copiei, hábito que adquiri agora depois que criei o blog.
"Seu" José e o debate
"Seu" José tinha na ponta da língua as palavras de Heloisa Helena no debate. Aposentado que hoje vive de um segundo emprego não esqueceu quando ela apontou para a cadeira vazia, do tratamento destemido "daquela paraíba tinhosa" que o levou a pensar que o presidente tivesse medo dela. Votou 50 a pedido de uma superiora do trabalho. Trocou seu voto no Lula quando o viu ausente no debate mas a derrota de domingo deu a ele o tempo para refletir. Irá votar no Lula com determinação. Até que outra bobagem aconteça, penso eu.
Correção: em um post abaixo disse que Lula tinha perdido no sudeste à exceção de Rio de Janeiro e Espírito Santo. Lula venceu em Minas Gerais que até prova em contrário pertence a região sudeste.
Correção: em um post abaixo disse que Lula tinha perdido no sudeste à exceção de Rio de Janeiro e Espírito Santo. Lula venceu em Minas Gerais que até prova em contrário pertence a região sudeste.
Elite é coisa de pobre
Na entrevista que deu Lula mais uma fez não mostrou o que sabe, e não sabe o que diz. O tempo de arquivo da sua memória é infinitamente menor que o de FHC, que pedia para que nos esquecessemos do que disse no passado. Lula pede para que esqueçam o ele disse ontem. Esqueceu o que disse das elites, que a elite queria acabar com os pobres. Agora que começam a lhe faltar votos lembra que este conceito de elite no Brasil é elástico demais, pois o sujeito que tem o segundo grau e ganha em torno de dez salários mínimos já veste a roupa de grife da celebridade, repete o bordão "isso não te pertence mais" para o vizinho desempregado e toma as dores da Globo com a maior facilidade. Sobre o dôssie levantou a dúvida sobre o seu conteúdo, talvez baseado nas 2.000 páginas de informação que o controlador da CGU diz ter.
Xuxu com camarão
O candidato a prefei... Não, a presidente da república Geraldo "Xuxu" Alkmin é um homem disciplinado. Como sempre "zen" ganhou um salzinho e umas gramas de camarão. Na sua coletiva falou como um homem de partido, que respeita as alianças partidárias. Deu a dica que Serra e Aécio vão rodar o país ao seu lado. Alfinetou o presidente Lula o tempo todo. Chegou a dizer: "diga-me com quem andas que te direi quem és". É oposição desde criancinha. Transformou pseudo-derrotas em vitórias e se dispôs a vencer Lula com base na rejeição ao oponente, e num plano de governo que premiará o desenvolvimento. Não mostrou as armas para o debate e procurou mostrar animo com os resultados que obteve no nordeste. Reivindicou para si as "sandálias da humilde", e reiterou o discurso ético.
A volta do "Lulinha Paz e Amor"
Lula tenta reeditar a versão do "paz e amor" criada pelo Duda Mendonça. Na coletiva que deu, sorridente e de bem com a imprensa fez questão de mostrar distanciamento das articulações para o segundo turno. Nas respostas passou a responsabilidade "para a coordenação de campanha" ou "para o José de Alencar". O noticiário de hoje estava indo na direção de um Lula "amudado", irritado até que ele tenta varrer para debaixo do tapete qualquer possibilidade de a campanha começar pela "baixaria". Vai guardar as armas para o final. Ao levantar a interrogação sobre o contéudo do dossiê não baixa a bola e levanta a dúvida se vai partir para o ataque. O tempo todo cuidadoso não embarcou na dos jornalistas e não se irritou. Vaidoso, não deixou de falar bem da sua obra, e de roubar uma bandeira dos tucanos: um plano de desenvolvimento integrado para o nordeste. Quando se irritava sorria, ou pedia um tempo para pensar. Continua com seu cinismo original ao fingir desconhecer a opinião pública e dizer que tudo foi bem no congresso, e que não é contra as CPIs. Falou da "cláusula de barreira" como se fosse um castigo, e dos desafetos do passado como se fossem santos. Aos amigos mensaleiros ofereceu o perdão das urnas. Não seguiu o conselho do Noblat e não vai se licenciar. Sabe o perigo que é colocar José de Alencar vinte dias no Govêrno (imagina a tendência indicando derrota, José de Alencar é confiável?). Confiante na vitória desdenhou das pesquisas como se no último debate não se tivesse deixado levar por elas. E se deu mal.
Ministerío do "vai dar merda"
Quando José Dirceu acionou o Ministério do "Vai Dar Merda" e retirou do seu blog as duas postagens que indicariam o seu comando por trás do dossiê, naquela fatítica data da entrevista da "Isto É" e da prisão dos petistas, o presidente Lula começava a perder a chance de ir para o segundo turno.
Caboclo Sarney
Perguntar não ofende: porque José Sarney não voltou a se candidatar pelo Maranhão se toda sua família é de lá? Não é lá que se encontra o seu memorial e suas maiores "obras"? Ou sua carreira política foi construída no Amapá por algum político que desincorporou e baixou nele?
Pé frio é pouco
O Alkmin pode ter conquistado um lugar no segundo, mas derrotou o Paulo Souto(BA) e o Almir Gabriel(PA) que, com eleições praticamente ganhas substimaram a força do Lula em suas regiões e desandaram a fazer declaração de voto no programa do Geraldo. Vai ser pé-frio assim em casa!
Erro imperdoável
Imperdoável o erro dos institutos de pesquisa que apontavam Jandira Feghali com uma diferenção em torno de 10 pontos em relação a Francisco Dorneles. Isso é que dá fazer pesquisa considerando basicamente a capital. Dúvido que em São Sebastião do Alto, Aperibé, Aanto Antonio de Pádua, e outros Jandira tenha tido um voto siquer.
A derrota da política econômica
Discordo dos analista quando dizem que o presidente Lula não chegou ao segundo turno devido ao escândalo do dossiê. Olhando o mapa com o resultado final da apuração, os estados onde o presidente foi derrota se chega a outra conclusão: Lula foi derrotado pela sua política econômica de juros altos e acelerada distribuição de renda, que asfixiou o agronegócio e a classe média. É nítida esta percepção quando se olha na direção dos chamados ex-territórios Rondônia e Roraima onde o agronegócio viceja. Nos demais estados onde temos a presença de uma classe média forte, urbana e agrícola, sua derrota ficou evidente pela questão das altas taxas de juros, excessiva tributação e ausência de crescimento. Muito mais que a questão ética foi a política econômica que derrotou Lula nestes estados. À exceção do Espírito Santo e Rio de Janeiro, estados onde crime organizado e assistencialismo formam uma grande parceria, o sul, sudeste e centro-oeste em peso derrotaram Lula.
Barreira a democracia
O estrago feito pela cláusula de barreira ainda vai ser motivo de muitas avaliações. Ter de fora do congresso a combatividade de partidos como PSOL, PV, PPS, PC do B, nas comissões parlamentares de inquérito e outras atividades congressuais não fará bem nenhum a democracia. Minguar os recursos para suas atividades é mesmo que fazê-los morrer por fala de água. Parece que a lei foi idealizada pelo falecido Golbery, quando o país vivia sob o signo de apenas duas legendas, ARENA e MDB. Tomaram como base para estabelecer eleições em contexto diverso do que esta apresentou. É só olhar o resultado e ver que, com exceção do PDT talvez, todos os partidos que ultrapassaram a cláusula freqüentaram de uma forma ou de outra as páginas policiais do noticiário político. Tirando PTN, PNA, PTBR e outros do mesmo quilate que não podem nem ser considerados partidos, pois não se conhece o que pensam, dos nanicos apenas o PRONA maculou a ética com aquele episódio de venda de lugar a deputados. Os demais vão ser crucificados pela inexperiência e o idealismo. A sociedade bem que podia apoiar a revisão desta parte da legislação por ocasião da reforma política.
domingo, 1 de outubro de 2006
A hora da onça beber água
A ida do presidente Lula para o segundo turno não surpreendeu ninguém. As duas maiores surpresas desta eleição foram a eleição de Jaques Wagner, na Bahia e Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul. Aliás, nunca vi tanta disparidade no resultado quanto ao da pesquisa de boca de urna do IBOPE no RGS. Dava Yeda em terceiro. A "oncinha" Lula pagou pela arrogância e vai ter que beber água em outro riacho. Se não tomar cuidado vai morrer de sede.
Tarso Genro reconhece derrota...
O Ministro Tarso Genro reconheceu a derrota do Presidente Lula para a oposição, no primeiro turno. Atribui-se o resultado a crise do dossiê. Agora é começar as articulações para as alianças visando o segundo turno: quem irá apoiar quem?
De blogs e comentários
Duas coisas me chateiam nos comentários dos blogs políticos: a emocionalidade dos comentaristas e a exibição das postagens na ordem inversa ao envio. Sei que a postagem na ordem inversa ao envio é um problema técnico que não cabe ao blogueiro consertar. Todos os servidores postam nesta ordem. Quanto a emocionalidade dos comentários acho que encontrei a solução: criar meu próprio blog. A partir do momento que criei meu blog político senti a diferença de escrever com responsabilidade sobre determinado assunto, ou sair xingando por ai, a torto e direito o blogueiro, que posta sua notícia ou opinião com a visão política que tem. Pouco me importa se o Zé Dirceu, o Nassif ou o Noblat vão selecionar meu comentário para exibição. Tudo que eles rejeitam vai para o meu blog. Assim não me irrito, conto a história política do meu país sob o meu olhar, e dou aos meus filhos um exemplo de participação e cidadania. Se ninguém acessa ou lê, problema deles: estou em paz com minha consciência e com a minha história pessoal.
O primeiro vitorioso
Paulo Hartung (ES) é o primeiro vitorioso desta eleição. Embora não tenha encerrado a apuração no estado não dá mais para o segundo colocado, proporcionalmente ultrapassá-lo.
Os campeões de voto
Aécio Neves, em Minas Gerais e Paulo Hartung, no Espírito Santo estão despontando como os campeões de voto nesta eleição. A considerar nos dois o pragmatismo com que conduziram os seus governos estaduais, em relação ao governo federal. Em nenhum momento bateram de frente com o homem.
Apuração rápida
A apuração está andando tão rápida em alguns estados (RS, TO, PR) que acho que lá pelas 21hs já saberemos se haverá ou não segundo turno. A não ser que a eleição aqui se torne uma eleição "mexicana" disputada décimo a décimo até o último minuto. Aí, meu caro resultado só pela madrugada.
Prudência e caldo de calinha...
Os números da boca de urna, principalmente os para o Senado aqui no RJ mostram que pesquisa é uma coisa, eleição é outro. Jandira Feghali tinha 14 pontos de diferença sobre Francisco Dorneles até ontem e hoje, na pesquisa de boca de urna os dois estão empatados. Pode? Portanto, um pouco de prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
Segundo turno já era, ou não?
Estão saindo as pesquisas de boca de urna nos Estados. Algumas confirmações de resultado, como o de Serra (SP) e Aécio (MG), e algumas surpresas pelo lado do PT como na Bahia e no Rio Grande do Sul. Estes dois estados mostram as mais fortes disparidades dos números em relação as pesquisas disponíveis até ontem, dia 30. Conforme as primeiras análises, o PT vem conseguindo uma performance inesperada nas últimas 24 horas, o pode levar a possibilidade de um segundo turno a nível nacional para as cucuias. O que isso para nós, simples mortais? Nada, a vida continua!
Saudades de outra eleição
Confesso que votando hoje senti saudade da boca de urna. Do tempo em que a gente corria atrás do eleitor indeciso pedindo voto para o nosso candidato. Naquele tempo era comum você ver gente importante caminhando de zona em zona para colher mais um votinho (lembro-me de ter conhecido o Sen. Amaral Peixoto). Ingenuamente transportávamos o eleitor que tinha seu local de votação trocado para votar. Sujávamos as ruas sem medo, arrancávamos material de campanha dos outros candidatos sem nenhum remorso. Era o que se chamava hoje de "militância", muito mais do candidato do que do partido. Afinal, estávamos em plena ditadura, e naquele tempo não se votava para presidente da república, e de partido só tínhamos dois: MDB e ARENA. Minha vida partidária foi toda construída em torno do MDB, e com a abertura resolvi abandonar a ideologia e caminhar em torno de soluções mais pragmáticas. Meu rompimento definitivo com a vida partidária se deu quando a Ivete Vargas roubou do Brizola a sigla PTB. Fazia campanha para o Jorge Roberto Silveira, e fiquei chocado quando ele me convidou para ingressar no PTB. "Tremenda traição ao socialismo", pensava. Desiludido, ainda participei de uma ou outra campanha ao lado de algum amigo. Mas nada me apaga da lembrança a festa. A mais verdadeira, o comício das diretas na Candelária, com toda a oposição presente. Tenho guardado o jornal que estampou a desilusão, e que deu ao regime militar a capacidade de me roubar o que restava de esperança e juventude.
A fria festa da democracia
Em 2002 eu não votei. Razões de trabalho me impediram de votar no primeiro e no segundo turno. Se tivesse votado meu voto teria sido do José Serra. Tinha me mudado para Laranjeiras, e me surpreendi com a festa burguesa em torno do candidato Lula. A classe média estava sentindo o declínio em sua renda que a política econômica do FHC tinha promovido a partir de 1999, e cheia de esperança votou no Lula acreditando que ele fosse encarar os banqueiros. A probabilidade disto acontecer acabou demonstrando ser muito maior com os outros candidatos, do que com ele. Como sempre, naquela eleição o seu discurso foi eivado de meias palavras, não dizia o que sabia, nem sabia o que dizia. Conduzido pelo marketing eficiente do Duda Mendonça, que conseguiu incutir no imaginário de todos a célebre frase "a esperança vai vencer o medo" a burguesia saiu às ruas. Bandeiras vermelhas tremulavam por todo canto. Janelas de apartamentos de 300/500 mil reais exibiam um pseudo-socialismo misturado com revolta contra a "real politic". Era "chic" dizer que se estava votando num operário, tremenda catarse. Eu ali, passando de lá para cá transportando material do meu trabalho, sentindo a merda que estava para acontecer. Lula não fez o que a burguesia esperava. Teve que se contentar com a inveja de ver a Argentina encarando a banca. Lula ficou distante, nem uma palavra de apoio deu aos "hermanos". Hoje amargamos um pífio crescimento, enquanto eles crescem a 7/9% ao ano. Se não se deixasse encantar pela sedução de querer que o seu PT se tornasse um partido burguês, nos moldes do PSDB, hoje teríamos uma outra realidade. Para piorar a enrolação, o markentig inventou mais outras duas pérolas: "fome zero" e "herança maldita". Com estas duas enganações conseguiram o tempo que precisavam para adormecer a revolta da classe média, que só se deu conta do estrago quando começaram a pipocar os escândalos. Em seguida mais duas "balas jujuba": "crédito fácil" e "câmbio artificial". Pronto! Estava montada a armadilha que os banqueiros precisavam para se manter cada vez mais ricos. Em seguida, vendo que não dava para se reeleger com o voto da burguesia, Lula jogou todas as suas fichas no voto do eleitorado pobre, no "bolsa família". E de concreto, de crescimento econômico, o que fazia? Nada! Tirou a merenda do garoto rico para dividir com outros cinco garotos pobres. E os dois ficaram com "fome", e o país não cresceu. Ao invés de investir numa lenta e gradual distribuição de renda apostou no pior, e dividiu a renda da classe média com os seus apaniguados, e uns poucos miseráveis. Hoje, nas ruas o resultado: uma chocha eleição, dividida em dois lados, a "elite" (se é que se considera "elite" quem ganha em torno de 1.500 reais) e os "pobres". Sem festa o povo vai às urnas, angustiado, pensando: "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come".
Meu palpite
Já ia esquecendo de marcar o meu palpite para o resultado final deste primeiro turno. Lá vai:
Lula - 45%
Alkmin - 36%
HH - 11%
Cristovam - 6%
Demais - 2%
Agora é votar bem e esperar.
Lula - 45%
Alkmin - 36%
HH - 11%
Cristovam - 6%
Demais - 2%
Agora é votar bem e esperar.
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