terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Quem são os Dalits ???

"Poucas pessoas no mundo tem experimentado um nível de abuso e pobreza como os 300 milhões de Dalits ou "intocáveis" da Índia.

Por 3.000 anos eles tem vivido num ciclo de discrimação e desespero sem esperança de escape.

Para os Dalits, dor e sofrimento são parte da vida.

Eles estão presos a um sistema de castas que nega a eles adequada educação, água potável, empregos com decente pagamento e o direito à terra ou à casa própria.

A cada duas horas Dalits são assaltados e duas casas de Dalits são queimadas.

A cada dia, dois Dalits são assassinados.

Discriminados e oprimidos, Dalits são freqüentemente vítimas de violentos crimes.

Em 15 de Outubro no Estado de Haryana, cinco jovens Dalits foram linchados por uma multidão por tirarem a pele de uma vaca morta, da qual eles tinham legal direito para fazer.

A Polícia, segundo consta, ficou parada sem nada fazer e permitiu que a violência continuasse. Em 1999, vinte e três trabalhadores agrícolas Dalits (incluindo mulheres e crianças) foram assassinados por seguranças particulares de um fazendeiro de alta-casta.

O crime deles? Ouvir a um partido político local com considerações que ameaçavam o domínio do fazendeiro sobre Dalits locais como mão de obra barata.Embora leis contra a descriminação de castas tenham sido aprovadas, a discriminação continua e pouco é feito para processar os acusados.

Em anos recentes, porém, tem havido um crescente desejo por liberdade entre os Dalits e castas baixas hindus. Líderes como Ram Raj tem vindo a frente exigindo justiça e liberdade da escravidão das castas e da perseguição.

Uma detalhada "Carta dos Direitos Humanos dos Dalits" foi redigida com apelos para a Comunidade Internacional e para a ONU, na esperança que isto colocaria um pressão positiva sobre o Governo Indiano. Mas pouco tem mudado - até recentemente.

Em Outubro de 2001, líderes Dalits se encontram com 740 líderes cristãos na Índia em uma histórica reunião.

Originalmente, alguns anos atrás, o líder Dalit (especificamente Ram Raj e outros) tinham se encontrado com certos cristãos na Índia que tinham recusado aceitar este esmagador número de pessoas em suas igrejas. Desencorajado, os líderes Dalits, como o líder Dr. Ambedkar então se converteram ao Budismo.

300 milhões de Dalits estão escravizados e sem esperança debaixo do jugo do hinduísmo."

Você pode fazer alguma coisa quanto a isto!

Divulgue!!!!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

"Reflexões sobre o genocídio em Gaza"

Este texto é uma resposta à pensata de Sérgio Malbergier

TÁLIB MOYSÉS MOUSSALLEM
especial para Folha Online

"O mundo volta os olhos, estarrecido, ao que ocorre no território hoje chamado Israel. Choca a brutalidade do exército de Israel contra civis desarmados, agências de ajuda humanitária e, quem diria, até a própria ONU (Organização das Nações Unidas).

Justifica-se tais ataques como sendo forma de proteção e "direito à autodefesa". Esta justificativa não cabe mais numa sociedade globalizada e com acesso direto às mais diversas fontes de informação. Nem o mais inocente acreditaria em tal denominação para uma resposta agressiva e desproporcional, que visa extermínio em massa e disseminação de pânico e terror.
Se por um lado os palestinos são chamados de terroristas, por outro Israel também não deixa barato, com seu terrorismo de Estado, muito bem aprendido por Tzipi Livni [ministra de Relações Exteriores de Israel] com os seus antepassados dos grupos Irgun e Stern, precursores do terrorismo atual.


Lamentavelmente, nem sempre nas nossas escolas a história é passada a limpo. Pergunte a qualquer cidadão do Oriente Médio o que é Deir Yassin. Uma breve pesquisa na Internet dará a resposta ao leitor, para que o mesmo conheça os primórdios do que hoje é Israel. E olha que este foi simplesmente o início do que o povo palestino vem sofrendo há 60 anos.

Para a violência não há justificativa. Somo a minha voz às daqueles palestinos renomados, como Edward Said e Hannan Ashrawi, que condenam os ataques palestinos. Os ataques com os foguetes Qassam devem cessar imediatamente. É preciso que o povo palestino não aceite esta forma de se pressionar alguém para ir à mesa de negociações.

Ataques com homens-bomba, com foguetes, ou qualquer outra forma violenta só pioram a imagem dos palestinos e os colocam em pé de igualdade moral com aqueles que hoje aniquilam seu povo, aumentando a espiral de violência, num jogo de vingança ridícula e sem fim.

Mas, é hora de se perguntar por que não se chega a um acordo de paz na região.


Do ponto de vista dos críticos renomados, como Noam Chomsky, ainda não se sabe o que quer dizer "processo de paz" ou "comunidade internacional", termos tão usados na imprensa.

Processo de paz nos dá a sensação de que é um processo cujo único objetivo é postergar a paz.


Há quantos anos o leitor ouve falar de "processo de paz"? Toda vez que se vota uma resolução da ONU, Israel viola e fica por isso mesmo. Ao contrário de outras nações que violaram resoluções, como o Iraque e de pronto foi atacado (em 1991) e, mesmo sem resolução ou propósito claro foi atacado em 2003. Hoje em dia, nem mais resoluções da ONU se tem, pois os Estados Unidos vetam todas e quaisquer onde Israel tenha que ceder um mínimo.

Será que a "comunidade internacional" que permite a invasão do Iraque por uma força esmagadora --como o Exército dos EUA- é a mesma que permite que um banho de sangue pavoroso como o atual ocorra, sem qualquer punição ou intervenção?


Afinal de contas: quem é a "comunidade internacional"?


Impressiona que lemos e ouvimos que ela não pode aceitar fanáticos como iranianos desenvolvendo energia atômica, mas a mesma comunidade aceita que fanáticos de Israel tenham bomba atômica --Mordechai Vanunu que o diga e pagou anos a fio na prisão por denunciar a usina de Dimona.

Se ontem o mundo chorou (e ainda chora muito) os horrores do holocausto nazista, hoje chora o genocídio palestino perpetrado pelo poderoso Exército israelense. Não se pode justificar os crimes hediondos de hoje pelos atos sofridos no passado. Imagine se todos outros povos que sofreram genocídios resolvessem se vingar em outro povo do que sofreu no passado. O mundo estaria tomado por guerras e mais guerras.

Se hoje a desesperança de paz reina, há que se ouvir vozes a favor da paz. Acredito que as únicas forças capazes de mudar esse cenário são os moderados de um lado e do outro. Se do lado palestino há Mahmoud Abbas com sua ala de moderados, também em Israel há muito mais do que os atuais representantes sanguinários.


Felizmente, em Israel --que tem nas suas mãos a chance da paz por ser a força mais poderosa da região-- há grupos que não se calam.

B'tselem, Neturei Karta, Yesh Gvul, Peace Now, Courage to Refuse são alguns representantes daqueles que realmente querem a paz.

Acompanhe seus trabalhos pela Internet e verá que a sociedade israelense tem muitas pessoas de coragem que não se calam frente ao que hoje assistem.

A paz "justa e duradoura" que tanto o presidente (?) [George W.] Bush falou e só atuou contra, só virá com um acordo onde os dois povos vivam lado a lado em dois Estados independentes sem interferência de um no outro, como queria fazer Ehud Barak nos vergonhosos acordos de Camp David, muito bem rejeitados por Arafat.

É preciso se voltar às fronteiras de 1967 e se decidir o que fazer com os refugiados e com o futuro de Jerusalém.

Se eu tivesse em minhas mãos o poder de decidir o que seria feito pela paz, não pensaria duas vezes: traria ao Brasil representantes de Israel e da Palestina para que pudessem passar aqui um tempo, testemunhar e aprender com as comunidades judaica e árabe brasileiras vivendo em paz e harmonia, como irmãos."

Tálib Moysés Moussallem, 33, é brasileiro, médico infectologista.

domingo, 11 de janeiro de 2009

O cinísmo de uma nação

Na guerra da opinião pública até o governo brasileiro tenta tirar sua casquinha.

É cínica a posição do governo brasileiro de enviar 14 t. de ajuda dita "humanitária" para Gaza, assim como foi cínica a declaração do presidente Luis Inácio de que "eles precisam parar de se matar”.

Sabem por quê?

Todos viram na televisão e em fotos de jornais aqueles chuviscos no céu parecendo fogos de artifício.

Pois bem... Aquilo são bombas de fragmentação, também chamadas de "bombas burras", que explodem ainda no céu se multiplicando em centenas de outras bombas menores que caem sem nenhuma direção. São elas, junto com as chamadas "bombas de fósforo", e os torpedos lançados pelos tanques israelenses contra tudo que se move, a maior causa pelos mais de 800 mortos em Gaza, a maior parte civis crianças.


E não é que o governo brasileiro se alinhou a grupo de países, entre eles EUA, Israel e Índia, para barrar um tratado que acabaria de vez com as chamadas "bombas de fragmentação", quando mais de cem países assinaram o acordo.

E a razão é simples: o Brasil é um dos grandes fabricantes e fornecedor deste tipo de bomba, e o governo Luis Inácio na defesa dos interesses da indústria da guerra impede que esse tipo de armamento deixe de ser fabricado.

Portanto, nada mais cínico do que enviar ajuda humanitária (por sinal, como diria o presidente, "uma mixaria" diante dos milhões de dólares que a indústria bélica brasileira fatura com a exportação de armas de guerra), e ainda querer fazer propaganda quando que, no fundo o Brasil também está por trás dessa matança.

Leia no site da BBC-Brasil:

Brasil fica fora de acordo contra bombas de fragmentação
País não está entre os mais de cem que devem assinar tratado sobre polêmica arma.

Países fecham acordo para banir bombas de fragmentação
Tratado prevê destruição de arsenais em oito anos; Brasil e Estados Unidos se opõem.

Brasil é pressionado em conferência contra bombas de fragmentação
Fabricante e exportador, país não participa do Processo de Oslo, que busca proibição.

A "hasbara" não favorece a palestina


O jornalista Gustavo Chacra, que escreve o excelente blog "Diário do Oriente Médio" publicou um post intitulado "Árabes aprenderam a fazer relações públicas e hoje superaram os israelenses".

O artigo tenta dar a impressão que o mundo todo vem se indignando contra os horrores dessa guerra e as atrocidades que Israel vem cometendo contra o povo palestino, graças a uma formidável sucessão de erros de comunicação por parte de Israel, e a uma verdadeira máquina de informação montada pelos árabes, capitaneada pela rede Al-Jazeera.

Não é o que parece.

Em entrevista a Folha On-Line, o escritor e jornalista Philip Knightley, do Jornal "Sunday Times", e intitulada "Israel tem mais porta-vozes que os EUA" ele diz:

"É muito sofisticada (a máquina de propaganda israelense). Todos os porta-vozes são altamente treinados para o contato com a mídia, repetem sempre a mesma mensagem, num inglês impecável. (...) Eles têm muitos porta-vozes, mais até do que os EUA. Você vê o porta-voz do Ministério da Defesa, do Interior, das Relações Exteriores, homens, mulheres, embaixador para a ONU, embaixador para o Reino Unido. Passa a impressão de uma grande quantidade de pessoas de peso que têm sempre a mesma visão, repetindo sempre a mesma história."

Sobre a propaganda palestina diz Kinightley:

"Eles querem defender sua posição, e mostrar gente sofrendo pode ser um tipo de propaganda. Uma contra a outra, a israelense ainda é muito mais eficiente. É muito ocidentalizada. Os palestinos chegaram muito atrasados à ideia de propaganda. Eles ingenuamente acreditaram que sua causa seria salva pelos seus méritos. E isso não é suficiente contra máquinas sofisticadas como a israelense e a norte-americana."

No mais tanto Gustavo Chacra como Philip Kinightley concordam ser um grande erro a não entrada de jornalistas em Gaza para mostrar a guerra.

"É claro que, se a TV mostrasse a verdadeira e horrorosa face da guerra, não seria possível para Israel manter sua posição" disse Kinightley.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Que parem os massacres em Gaza!


Londres
O protesto contou com 100 mil pessoas, segundo os organizadores.

França
Um número estimado de 30 mil pessoas gritava: “Nós somos todos crianças de Gaza”.

Itália
Diversas bandeiras israelenses foram queimadas durante manifestações realizadas em cidades da Itália contra a ofensiva do exército israelense na Faixa de Gaza.

- Milão
A manifestação contou com o maior número de participantes, com milhares de pessoas, segundo a imprensa local.

- Turim
Se reuniram cerca de 1,5 mil pessoas, de acordo com a imprensa local.

Alemanha
Mais de 20 mil pessoas, segundo fontes policiais, se juntaram aos atos convocados em diferentes cidades alemãs para manifestar-se contra a intervenção de Israel na Faixa de Gaza.

- Maguncia
A polícia informou que 5 mil se reuniram em protesto com gritos de "Parem com o assassinato de crianças", "Paz para Palestina" e "ONU, onde está sua intervenção?".

- Berlim
2,5 mil pessoas se juntaram para pedir o cessar-fogo, em sua maioria palestinos, escoltados por forte contingente policial.

Também houve protestos nas cidades de Stuttgart, Tubinga e Friburgo.

- Munique
800 pessoas atenderam aos chamados da comunidade palestina e saíram às ruas.

- Dresde
200 pessoas saíram em protesto.

- Edimburgo
Cerca de 300 sapatos foram atirados por manifestantes contra o consulado dos Estados Unidos e três policiais sofreram feridas leves.

Espanha
Barcelona, Pamplona e Las Palmas para pedirem a interrupção da ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, em solidariedade com o povo palestino e em favor de um boicote político e comercial a Israel.

- Barcelona
Contando com cerca de 30 mil pessoas, segundo a polícia, e convocadas por mais de 300 entidades cívicas catalãs.

- Pamplona
Palco de um protesto contra a ofensiva em Gaza. Cerca de 3 mil pessoas, segundo os organizadores, e 2,4 mil, conforme a polícia.

- Las Palmas de Gran Canaria
7 mil pessoas - 4 mil segundo a Polícia - também exigiram o final imediato do ataque de Israel a Gaza em um protesto que terminou aos gritos de "Palestina vencerá".

- Málaga
Cerca de 2,5 mil pediram a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza e expressaram sua condenação e sua repulsa ao conflito.

Líbano
Milhares de pessoas acompanharam um comício promovido pelo Hizbollah.

Atenas
Manifestantes seguravam fotografias de crianças palestinas feridas pelos bombardeios israelenses em Gaza.

Austrália
Centenas de manifestantes atiraram sapatos contra o prédio da embaixada israelense em Camberra.

Protestos também em Saravejo (Bósnia), Aberdeen (Escócia), Belfast (Irlanda do Norte), Newcastle e Southampton (Inglaterra).

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

"Estão atirando em todo mundo que tenta buscar os corpos", diz morador de Gaza

Clique no link abaixo e assista o vídeo com as atrocidades israelenses:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u488188.shtml

"Não dormimos há dez dias", diz palestino em Gaza

VANESSA CORREA
colaboração para a Folha Online

O professor universitário Hader Eid, morador na cidade de Gaza, contou à Folha Online por telefone, nesta quinta-feira (8), que não dorme há dez dias por causa dos bombardeios feitos pelo Exército israelense naquele território palestino. Os ataques, que começaram há 14 dias, já mataram mais de 700 e feriram cerca de 3.000 palestinos. "Onde quer que você vá, está exposto ao fogo de Israel. Estamos sendo massacrados, desumanizados."

Nesta quarta-feira (7), um primo do professor teve o filho de 4 anos morto por estilhaços de disparos de tanques que o atingiram na cabeça.

Eid conta que os ataques israelenses já acontecem a cerca de 1 km da casa onde ele mora e que, em uma madrugada, ouviu um prédio do governo federal ser destruído por militares. "O prédio inteiro onde moro estava balançando, caí da cama." Com o susto, o professor passou a dormir no corredor "por segurança, porque não tem janelas".

Ele relata ainda que um conhecido morador do campo de refugiados de Jabaliya foi baleado lá e obrigado, pelos israelenses, a ficar dentro de casa, sem receber auxílio. "Estão atirando em todo mundo que tenta buscar os corpos." O relato vai ao encontro das acusações feitas nesta quinta-feira pela Cruz Vermelha sobre a dificuldade de chegar às vítimas do conflito.

Segundo o professor, três dias atrás aviões israelenses jogaram panfletos sobre o seu bairro, em que pediam que as pessoas deixassem suas casas e dirigirem-se para o centro da cidade.

"Ninguém foi para o centro, mas duas horas depois que eles jogaram os panfletos, eles começaram a bombardear de avião o centro. Se a gente tivesse ido, teríamos morrido."

A Embaixada de Israel declarou que os panfletos, bem como ligações telefônicas com gravações, têm o objetivo de alertar os civis de Gaza sobre áreas que serão bombardeadas e evitar vítimas civis.

Em relação às tréguas que Israel concedeu quarta (7) e quinta-feira para entrada de ajuda humanitária, o professor disse tratar-se de uma "grande mentira". "Eu pude ouvir, durante essas três horas, disparos por toda a parte."

"O que tenho feito é dar entrevistas, como eu estou fazendo com você neste momento, pra conseguir levar nossa voz para fora de Gaza." Sem eletricidade há 12 dias, Eid falou com a Folha Online de dentro do carro, na garagem do prédio onde mora --seu celular estava conectado à bateria do veículo.

Eid diz acreditar que pode haver "paz com justiça" na região "quando 6 milhões de refugiados palestinos puderem voltar às suas casas e terras, de onde foram expulsos em 1948".

Para entender a guerra

Gustavo Chacra, jornalista e blogueiro do jornal "O Estado de São Paulo" publicou hoje o artigo "Tudo o que você queria saber sobre a guerra e tinha medo de perguntar". Eis a seguir:

- Nenhum míssil foi disparado da Cisjordânia contra Israel no atual conflito
- Se fosse, Israel teria que fechar o aeroporto Ben Gurion, a poucos quilômetros da fronteira
- Como qualquer país do mundo, Israel tem o direito de se defender de mísseis e foguetes lançados contra o seu território
- O Hamas prega a destruição de Israel na sua carta de fundação, mas líderes do grupo já deram a entender que aceitariam uma trégua de anos caso fosse criado um Estado palestino na Cisjordânia e Gaza. Os israelenses exigem um reconhecimento incondicional
- Palestinos de Gaza e da Cisjordânia não se encontram nunca, a não ser por autoridades
- Existem muitos cristãos palestinos
- O principal líder do Hamas, Khaled Meshal, vive em Damasco, bem longe da destruída faixa de Gaza
- Israel desrespeita acordos com os palestinos e determinações da ONU ao construir e manter assentamentos na Cisjordânia e nas partes árabes de Jerusalém, tornando praticamente impossível a criação de um Estado palestino na área
- Palestinos sofrem enormes restrições para se movimentar pela Cisjordânia, não podendo dirigir em algumas estradas usadas por israelenses e sendo obrigados a passar por checkpoints de Israel ao ir de uma cidade palestina para outra
- Foram retirados 8.000 colonos da Faixa de Gaza. Esse número é cerca de 3% do total de colonos judeus que vivem na Cisjordânia
- Nenhum assentamento foi desmantelado na Cisjordânia. Todos são considerados ilegais pela ONU
- O "pacifista" Shimon Peres, e não Netanyahu e Sharon, foi o responsável pelo maior número de assentamentos construídos nosterritórios palestinos
- Peres também era premiê quando Israel bombardeou um abrigo da ONU em Qana, no Líbano, matando mais de cem pessoas
- Sharon retirou os assentamentos de Gaza, Netanyahu entregou Hebron para a Autoridade Palestina e Begin assinou o acordo de paz com o Egito. Todos eles eram conservadores
- O mandato do presidente palestino, Mahmoud Abbas, acaba hoje
- No seu mandato, foram retirados todos os cartazes que louvavam mártires (terroristas suicidas) das ruas de Ramallah. A cidade tem se desenvolvido bem, longe de ter aquela imagem de destruição de cinco anos atrás, quando era governada por Arafat, que vivia cercado por tanques na Muqata (quartel-general da Autoridade Palestina)
- Não foram realizadas novas eleições lesgislativas nos territórios palestinos e, em teoria, o Hamas ainda tem maioria no Parlamento
- Israel retirou os assentamentos da Faixa de Gaza, mas nunca perdeu o controle do espaço aéreo e marítimo do território
- O Hamas executou, durante o atual conflito, membros do Fatah (grupo rival palestino). A informação é de Amira Hass, repórter israelense que viveu por anos em Gaza e é respeitada mesmo por autoridades do Hamas
- As pessoas não vivem em bunkers nas cidades do sul de Israel, apesar, de muitas vezes, terem que se refugiar em abrigos por medo de serem alvo de mísseis
- Os jornalistas são proibidos por Israel e pelo Egito de entrar em Gaza. Ficam posicionados a quilômetros de distância da fronteira. A imagem que se vê de Gaza nas TVs vem de canais como a Al Jazeera ou por zoom das câmeras que estão em Israel
- Não se vê tanta destruição nas cidades israelenses porque o governo de Israel é rápido na reconstrução
- Não foi cometido nenhum atentado suicida desde o início da ofensiva
- Além do Hamas, o Jihad Islâmico também enfrenta Israel
- O território de Israel hoje não é o que ficou definido na partilha da ONU, em 1947. Mas sim o dos acordos de armísticio, de 1949
- Até 1967, Israel não ocupava territórios palestinos fora da área do armistício
- Jenin, símbolo dos combates na ofensiva israelense contra a Cisjordânia em 2002, é uma das cidades palestinas mais estáveis atualmente
- Os disparos de mísseis feitos por palestinos desde o território libanês poderiam ter massacrado 26 idosos israelenses que viviam em um asilo em Naharyiah. Vejam descrição em reportagem minha no Estado
- O líder Hamas, xeque Ahmed Yassin, assassinado por Israel em 2004, nasceu em Ashkelon, hoje território israelense e alvo de ataques do grupo palestino. Shimon Peres, presidente de Israel, nasceu na Polônia
- O governo libanês condenou o lançamento de mísseis a partir do seu território contra Israel, dizendo que os responsáveis violaram a resolução 1701 da ONU. Foi uma das raras vezes que a administração libanesa ficou ao lado dos israelenses
- Aviões israelenses também violam a mesma resolução da ONU ao voar sobre o Líbano todo (não apenas o sul), durante quase todo o ano
- O conflito árabe-israelense tem na liderança do lado "árabe" um país que não é "árabe" - O Irã, que é persa. Os países "árabes", como o Egito e a Arábia Saudita, estão contra o Hamas
- O Irã, mesmo atacando verbalmente Israel, nunca teve coragem de bater de frente com os israelenses
- A visita de Celso Amorim à região não ganhou muito "destaque" na imprensa israelense

Uma guerra desnecessária

Jimmy Carter*, The Washington Post

Depois de visitar Sderot, em abril, e observar os danos psicológicos causados pelos foguetes que caíram naquela área, minha mulher, Rosalynn, e eu concluímos que esses ataques com foguetes lançados de Gaza eram imperdoáveis, um ato de terrorismo. Embora as vítimas sejam raras (três mortes em sete anos), a cidade estava traumatizada pelas explosões. Cerca de 300 moradores mudaram para outras comunidades e as ruas, playgrounds e shopping centers estavam vazios. O prefeito Eli Moyal reuniu um grupo de cidadãos em seu gabinete para conversar conosco e eles se queixaram que o governo de Israel não conseguia pôr um fim a esses ataques, seja pela diplomacia ou por uma ação militar.
Sabendo que logo mais veríamos os líderes do Hamas em Gaza e também em Damasco, prometemos avaliar as perspectivas de um cessar-fogo. Ficamos sabendo pelo chefe do serviço de inteligência egípcio, Omar Suleiman, encarregado das negociações entre israelenses e o Hamas, que existia uma divergência fundamental entre os dois lados. O Hamas queria um cessar-fogo amplo, que abrangesse Cisjordânia e Gaza, e os israelenses recusavam-se a discutir qualquer outra coisa além de Gaza.
Soubemos que 1,5 milhão de habitantes de Gaza estavam passando fome quando o relator da ONU declarou que a desnutrição na região estava no mesmo nível dos países pobres do sul do Saara.
Os líderes palestinos de Gaza foram evasivos quanto a esses problemas, afirmando que os foguetes eram o único meio de reagir a seu confinamento e de chamar a atenção para a dramática situação humanitária dos palestinos. Mas em Damasco, os líderes do alto escalão do Hamas aceitaram analisar um cessar-fogo apenas em Gaza, desde que Israel não atacasse a região e permitisse que a ajuda humanitária chegasse até os palestinos.
Depois de extensas discussões com os companheiros de Gaza, os líderes do Hamas em Damasco também mostraram-se dispostos a aceitar um acordo de paz negociado entre israelenses e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, líder da Organização para Libertação da Palestina (OLP), contanto que fosse aprovado pela maioria dos palestinos em referendo ou por um governo de unidade eleito pela população.
Como estávamos ali como observadores e não como negociadores, transmitimos a informação aos egípcios, que prosseguiram com a proposta de cessar-fogo. Depois de um mês, egípcios e o Hamas informaram que as ações militares dos dois lados seriam interrompidas em julho por um prazo de seis meses e a ajuda humanitária seria retomada, voltando ao nível de antes da saída de Israel da região em 2005 (700 caminhões por dia).
Não conseguimos confirmar esses acertos em Jerusalém porque Israel não quis admitir qualquer negociação com o Hamas. Mas os disparos de foguetes foram interrompidos e os suprimentos de alimentos, água, remédios e combustível para Gaza foram reforçados embora o aumento tenha sido só de 20%.
Essa frágil trégua foi parcialmente violada em novembro, quando Israel lançou seus ataques para destruir um túnel que vinha sendo escavado pelo Hamas entre a fronteira de Gaza e o Egito.
Em outra visita à Síria, em dezembro, tentei conseguir que a trégua de seis meses, que estava expirando, fosse ampliada. Mas estava claro que a questão mais importante era a abertura das fronteiras para Gaza. Representantes do Centro Carter reuniram-se com autoridades israelenses em Jerusalém e indagaram se isso era possível em troca de uma interrupção dos ataques com foguetes.
O governo israelense disse informalmente que 15% dos carregamentos normais de ajuda humanitária seriam retomados se o Hamas interrompesse os ataques por 48 horas, o que não foi aceito pelos palestinos. Então, as hostilidades irromperam.
Depois de 12 dias de "combates", as forças israelenses informaram que mais de mil alvos tinham sido bombardeados. Israel rejeitou as pressões internacionais por um cessar-fogo, com apoio de Washington. Dezessete mesquitas, a Escola Internacional Americana, residências particulares e boa parte da infraestrutura desse pequeno território foram destruídas, bem como os sistemas de fornecimento de água e de eletricidade.
A esperança é que, quando as hostilidades cessarem, Israel, o Hamas e os EUA aceitem um novo cessar-fogo, com a interrupção dos lançamentos de foguetes e a permissão para a entrada da ajuda humanitária aos palestinos . O próximo passo possível deve ser uma paz ampla e permanente.

*Jimmy Carter foi presidente dos EUA de 1977 a 1981. Fundou, em 1982, o Centro Carter, ONG que busca colaborar para a paz no mundo

Relatos de Gaza (2)

Nour Kharma, 14 anos

"Hoje é o oitavo dia desta guerra terrível. Para mim, ontem foi o pior dia de todos. Quando eu acordei de manhã, um dos meus amigos me telefonou. Quando perguntei como ele estava, ele estava com uma voz estranha.
Ele disse: "Bem, mas você tem notícias de alguns dos seus amigos?"
Eu fiquei muito assustada e perguntei para ele se tinha algo errado. Ele me disse que Christine morreu.
Eu fiquei muito chocada e até agora eu ainda não acredito. Eu liguei para alguns amigos para confirmar a notícia, e todos estavam muito tristes.
Ela era minha amiga havia quase quatro anos. Nós íamos à escola e ao YMCA (Associação Cristã de Moços) juntas.
Eu estou triste, com medo e preocupada ao mesmo tempo, porque ela era como uma irmã para mim.
Ele disse: "Bem, mas você tem notícias de alguns dos seus amigos?" Eu fiquei muito assustada e perguntei para ele se tinha algo errado. Ele me disse que Christine morreu.
Eu sinto pêsames por ela e pela família dela. Os pais dela fizeram o melhor que puderam, mas não foi o suficiente para salvá-la.
E se os meus pais não pudessem me proteger e me dar apoio quando eu preciso... eu vou morrer também?
O que eu posso dizer agora é que o meu futuro está quase destruído.
Um foguete israelense atingiu minha escola nesta manhã, e a escola foi destruída completamente.
Eu não consigo realmente imaginar por que eles estão bombardeando lugares religiosos e de educação, como mesquitas, escolas e universidades.
A cada explosão, nós sentimos nossa casa balançar e quase sendo destruída. E as pessoas que já perderam as suas casas? Eu estou chorando por causa da morte de uma amiga... E as pessoas que perderam pelo menos quatro ou cinco familiares?
Depressão e medo estão tomando conta das nossas almas e cercando nossas casas... O que virá depois?
Não tem nada que eu queira mais do que o fim desta guerra logo e que o povo palestino possa viver como qualquer outro povo, que as crianças palestinas possam aproveitar as suas infâncias, como qualquer criança no mundo.
Nos ajudem, porque somos todos seres humanos."

Do site da BBC-Brasil

Relatos de Gaza (1)

Nirmeen Kharma Elsarraj, mãe de Nour Kharma

"Este é o quinto dia da operação militar em Gaza, chamada de "Cast Lead". Terror e destruição estão por toda parte.
Há coisas que não estão sendo bem transmitidas no noticiário; os sentimentos! Eu tenho três filhos – uma filha, Nour, de 14 anos; e dois filhos, Adam, de nove, e Ali, de três.
Nós vivemos em uma área na Cidade de Gaza que era descrita como "segura". Nenhum lugar pode mais ser considerado seguro. Meus filhos não conseguem dormir, e eu não consigo ajudá-los.
Será que eu fui tão egoísta de pensar apenas na minha vontade de ser mãe, e ignorei o provável fracasso que eu seria em proteger meus filhos?

Os sentimentos de inutilidade e culpa – que sempre acompanham a sua impossibilidade de proteger ou pelo menos confortar os seus filhos – são sempre mais forte do que os de medo e horror.
Minha filha estava contando a um jornalista, ontem pelo telefone, que ela nunca teve o apoio que precisava de mim quando nós estávamos sendo bombardeados. Eu fiquei chocada!
Eu me senti tão culpada porque a minha filha sentiu meu medo. Mas não é normal estar com medo, em meio a tudo isso?
Adam é asmático e usa um ventilador médico. Devido ao estresse e à poluição causada pelos escombros, ele está tendo ataques de asma cada vez mais freqüentes, e não temos eletricidade para o seu aparelho.
Cada vez que ele tem um ataque nós temos que ligar um gerador para ele, e logo em seguida desligar o aparelho. Não temos combustível suficiente para manter o gerador ligado e não temos idéias de por quanto tempo isso vai continuar.
Minha filha estava contando a um jornalista, ontem pelo telefone, que ela nunca teve o apoio que precisava de mim quando nós estávamos sendo bombardeados.

Ali não tem idéia do que está acontecendo. A única coisa que ele faz é berrar quando começam as bombas, e quando tudo acaba ele usa a sua imaginação para contar histórias sobre bombas.
As crianças não dormem. Nós passamos dias e noites em um quarto com minha cunhada e a sua filha. Dá para sentir o estresse e o medo. Dá para ver isso na cara de todos.
Na noite passada, eu estava pensando sobre tudo isso. Eu não quero que ninguém da minha família se machuque e eu penso que se alguma coisa acontecer, eu rezo para que aconteça comigo, e não com os meus filhos.
Mas depois eu penso que não quero que meus filhos me vejam despedaçada. As cenas na TV de pessoas morrendo são tão assustadoras, e eu sei o que significa para as crianças elas verem essas coisas.
O que eu realmente quero é que isso tudo acabe e que eu e meus filhos possamos viver como qualquer um no mundo. Eu quero me livrar dos sentimentos de culpa em relação aos meus filhos.
Eu estava errada em ter filhos? Eu não tenho o direito de ser mãe? Eu estou realmente fazendo um trabalho de mãe de ser uma fonte de conforto para os meus filhos?
Eu sei que não é minha culpa, mas eu sei que eu vivo na Faixa de Gaza, e Gaza nunca foi um ambiente saudável para se criar filhos.
Será que eu fui tão egoísta de pensar apenas na minha vontade de ser mãe e ignorei o provável fracasso que eu seria em proteger meus filhos?"

Do site da BBCBrasil

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Assassinato ou genocídio?

Do ESP On-Line

"Em uma conferência por telefone de Jerusalém, o porta-voz da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (UNRWA), Christopher Gunness, disse que a suspensão por três horas diárias dos ataques é claramente insuficiente para atender a crise humana em Gaza. "O que acontece com as pessoas nas 21 horas restantes? Vimos famílias saindo apressadas de edifícios atingidos (pelos bombardeios) para conseguir um pouco de comida durante as três horas de cessar-fogo", disse. Gunness disse que é preciso um corredor humanitário permanente e que o cruzamento de fronteira de Karni (utilizado para a entrada de mercadorias a Gaza) seja aberto para a entrada da ajuda de emergência.

Equipes humanitárias encontraram quatro crianças famintas sentadas ao lado das suas mães mortas e de outros cadáveres em uma casa da Cidade de Gaza bombardeada por forças israelenses, disse o Comitê Internacional da Cruz Vermelha na quinta-feira, acusando Israel de violar o direito humanitário internacional na região. O CICV acusou Israel de impedir o pronto acesso de ambulâncias à área atingida, e exigiu mais segurança para a retirada de feridos por parte do Crescente Vermelho Palestino. "Trata-se de um incidente chocante", disse Pierre Wettach, diretor do CICV para Israel e os territórios palestinos. "Os militares israelenses devem estar cientes da situação, mas não assistiram os feridos. Nem possibilitaram que nós ou o Crescente Vermelho Palestino assistamos os feridos", disse.

A equipe de resgate "encontrou quatro crianças pequenas ao lado das suas mães mortas em uma das casas. Elas estavam fracas demais para se levantarem sozinhas. Um homem também foi achado vivo, fraco demais para se levantar. Ao todo havia pelo menos 12 cadáveres sobre colchões". Em outra casa, a equipe encontrou 15 sobreviventes de um bombardeio israelense, sendo vários deles feridos. Três corpos foram achados em outra casa. Soldados israelenses postados a cerca de 80 metros de distância ordenaram que a equipe de resgate deixasse o bairro, o que o grupo se recusou a fazer, segundo a nota. O CICV disse ter informações também de que há mais feridos abrigados em outras casas destruídas da área.

Em termos mais fortes do que o habitual, a Cruz Vermelha, que é neutra nos conflitos, disse que Israel estaria violando o direito internacional. "O CICV acredita que, neste caso, os militares israelenses deixaram de cumprir sua obrigação, sob o direito humanitário internacional, de cuidar dos feridos e retirá-los. (O CICV) considera inaceitável a demora em autorizar o acesso dos serviços de resgate". Em uma resposta escrita, o Exército de Israel disse que realiza um trabalho coordenado com organismos de ajuda internacional para dar assistência aos civis e que "de nenhuma maneira atinge intencionalmente civis".

A ofensiva israelense contra o Hamas, iniciada em 27 de dezembro, está atraindo crescentes críticas da comunidade internacional devido ao elevado número de vítimas civis. Israel diz que a ação visa a impedir militantes islâmicos de dispararem foguetes contra o seu território. "

"Acompanhem a "minha guerra"..."

Israel libera entrada de jornalistas na Faixa de Gaza

Da Redação do Comunique-se

Nesta quarta-feira (07/01), o governo israelense decidiu liberar a entrada de um pequeno grupo de jornalistas na Faixa de Gaza. O porta-voz do Ministério da Defesa de Israel, Ronen Moshé, confirmou a abertura do posto de Erez, no norte de Gaza. Desde o início dos ataques a imprensa internacional estava proibida de entrar na região do conflito, mas, com a decisão da Suprema Corte, a partir de um pedido da Associação de Imprensa Estrangeira, Israel teve de liberar alguns jornalistas.
De acordo com informações da EFE, um grupo de jornalistas foi selecionado para acompanhar o exército israelense, seguindo o formato que foi adotado pelo exército americano durante a guerra no Iraque.
Uma porta-voz da Associação de Imprensa Estrangeira em Israel (FPA), que durante o último mês denunciou o fechamento de Gaza para profissionais da informação, disse estar aliviado com a notícia da abertura e espera que “incidentes como este nunca mais voltem a ocorrer”.

Uma guerra de um lado só...

“Israel tenta censurar imprensa em Gaza”, diz editora da Folha

Carla Soares Martin, de São Paulo

A editora de Mundo da Folha, Claudia Antunes, classificou nesta quarta-feira (07/01) de censura a restrição de jornalistas à Faixa de Gaza, onde ocorre o ataque israelense contra milicianos do Hamas. “Israel está tentando uma censura”, disse.
Claudia conta que, com a restrição de jornalistas internacionais em Gaza – com exceção do americano New York Times e do britânico Independent, que tem correspondentes árabes na região e alguns poucos –, o enviado da Folha, Marcelo Ninio, está tendo que se virar para encontrar informação, com fontes em Gaza, em Israel e com outros veículos de imprensa.
Nesta quarta (07/01), o governo israelense permitiu, depois de recuar da decisão da Suprema Corte, a entrada de alguns jornalistas para acompanhar a ofensiva em Gaza. Não se sabe se algum deles é brasileiro.
“Não há nenhuma pressão de Israel, mas a proibição à entrada em Gaza é claro que prejudica a cobertura e a torna incompleta”, disse o enviado especial Marcelo Ninio, nesta quarta, ao Comunique-se, antes de Israel liberar a presença de alguns jornalistas no embate. Incompleta no sentido de não se ter a versão da mídia internacional, que poderia fazer uma espécie de mediação do conflito, sobre o lado de militantes do Hamas. “Ninguém sabe quantos milicianos do Hamas morreram, por exemplo”, cita Claudia. As informações vem de civis palestinos, pelo celular e pela Internet, que, é claro, mantém uma postura parcial do ataque.
A cobertura da Folha, além do enviado especial, supre-se de informações de agências internacionais e da TV Al Jazeera, que está em Gaza.

Enviado do Estadão diz que Israel não poderia ter influência em Gaza

O enviado especial do Estadão a Israel, Gustavo Chacra, disse ao Comunique-se que, em Israel, Gaza não pertence a ninguém. “Israel e o Egito têm o direito de proibir qualquer um de entrar em seus territórios. Mas não na Faixa de Gaza, que não pertence a nenhum dos dois países. E cada jornalista pode decidir por conta própria se quer se arriscar”. O Egito tomou a decisão de impedir a entrada de jornalistas estrangeiros.
Ao relato de Ninio, Chacra acrescenta que os israelenses são muito atenciosos com a mídia, oferecendo o máximo de informações possíveis, assim como a Autoridade Palestina, em Ramallah.
Sobre a tendência da mídia de enviar correspondentes apenas em casos extremos, como guerras, aos países, Ninio diz que se deve ir atrás de qualquer assunto relevante, Chacra responde com Talese: “Para esta pergunta, respondo com o primeiro parágrafo do livro O Reino e o Poder, do Gay Talese, que conta a história do New York Times. (Lembro de cabeça, mas tenho quase certeza que é assim). 'Em sua maioria, os jornalistas são incansáveis voyeurs que vêem os defeitos do mundo, as imperfeições das pessoas e dos lugares. Uma cena sadia, que compõe boa parte da vida, ou a parte do planeta sem marcas de loucura não os atraem da mesma forma que tumultos e invasões, países em ruínas e navios a pique, banqueiros banidos para o Rio de Janeiro e monjas budistas em chamas - a tristeza é seu jogo, o espetáculo, sua paixão, a normalidade, sua nêmese.'” É assim mesmo, Chacra.

Jornalista iraniano é preso por cobrir invasão na Faixa de Gaza

Da Redação do Comunique-se

Autoridades israelenses prenderam, nesta segunda-feira (05/01), um repórter iraniano que cobria a entrada das Forças de Defesa de Israel (IDF, sigla em inglês) na Faixa de Gaza.
O jornalista é acusado de ter violado leis militares que proíbem a divulgação de informações durante as fases iniciais da incursão por terra.
O repórter, morador de Ras al Amud, na parte leste de Jerusalém, foi interrogado pela unidade policial de investigações internacionais. Ele respondeu às autoridades por meio de seu advogado.
(*) Com informações do Haaretz.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O ataque a escola da ONU em Jabaliya


CONFORME RELATO NO SITE DA AL-JAZEERA

Os ataques israelenses mataram pelo menos 40 pessoas que se refugiaram dentro de uma escola da ONU na faixa de Gaza, disseram médicos.

O ataque nesta terça-feira foi a uma escola dirigida pela agência para refugiados palestinos Unrwa, Nações Unidas ao norte da cidade Jabaliya.

As fontes médicas em dois hospitais de Gaza disseram que os dois mísseis saídos tanques explodiram fora da escola, onde centenas dos palestinos tinham procurado abrigo dos ataques israelenses.

O pedágio feito pelos militares israelenses levantou-se rapidamente enquanto as equipes de resgate se esforçaram através dos destroços.

Além aos mortos, diversas pessoas ficaram feridos, disseram as fontes.

Os médicos disseram que todos os mortos ou eram pessoas que se protegiam na escola, ou residentes do campo de refugiados de Jabalya, ao norte da faixa de Gaza.

John Ging, diretor de operações em Gaza da Unrwa, destacou a relevância dos trabalhos da agência das nações unidas, e disse que os mísseis caíram perto da escola onde 350 pessoas faziam uso para se abrigar.

Ging disse que a Unrwa forneceu ao exército Israelense informe com as coordenadas geográficas exatas de suas instalações, e que a escola estava em uma área de construções muito altas.
“Naturalmente era inteiramente inevitável se os mísseis da artilharia atirados nessa área fossem causar um número elevado das vítimas“ disse ele.

“As investigações estão no começo… O que havia lá era fogo hostil contra nossas tropas utilizando-se das instalações da ONU“ disse Marque Regev, porta-voz do primeiro-ministro israelense.

“Nossa unidade respondeu ao ataque. Havia explosões fora das proporções das que estamos acostumados“disse.

Ainda o ataque a escola em Gaza


Do site da BBC-Brasil

A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que pelo menos 30 pessoas morreram e 55 ficaram feridas em um ataque israelense que atingiu uma escola dirigida pela organização na Faixa de Gaza.Várias crianças estariam entre os mortos na escola al-Fakhura, no campo de refugiados de Jabaliya, norte da Faixa de Gaza, que foi atingido diretamente, segundo médicos dos hospitais próximos do ataque.

A ONU pediu a realização de uma investigação independente sobre o episódio.

Fontes médicas palestinas dizem que o número de mortos chega a 40, segundo a correspondente da BBC em Jerusalém Bethany Bell.

De acordo com Bell, os feridos foram levados a dois hospitais. Médicos do hospital Kamal Adwan, em Beit Lahiya, informaram que 30 pessoas morreram no ataque aéreo. Médicos do hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza, dizem que outros dez corpos foram levados para lá.

Segundo testemunhas, pelo menos um míssil israelense atingiu a escola na tarde desta terça-feira, causando uma grande explosão e espalhando fragmentos entre as pessoas dentro e fora do edifício.

Centenas de pessoas estavam dentro da escola administrada pela ONU tentando se abrigar dos combates entre soldados israelenses e militantes que ocorrem nos arredores do campo de refugiados, ao leste da Cidade de Gaza.

Enquanto um cessar-fogo não chega as escolas da ONU são atingidas


CONFORME RELATO DA CNN DA CIDADE DE GAZA

Três mísseis da artilharia israelense caíram próximos a uma escola da ONU ao norte da cidade de Gaza matando pelo menos 30 pessoas e ferindo 55, disse um representante da ONU.

Israel diz que o ataque foi em resposta aos militantes do Hamas que tinham se refugiado na escola para atirar mísseis nas forças israelenses, e que tinha avisado antes que faria o ataque, segundo uma investigação preliminar.

No entanto, o diretor da agência da ONU John Ging disse, que devido a escola estar lotada de pessoas que a utilizavam como abrigo, a maioria das vitimas estavam fora da escola, no acampamento de refugiados de Jabalya.

“É uma área de construções muito altas, assim era inteiramente inevitável que se os mísseis da artilharia caíssem nessa área fizesse um número elevado de vitimas“ disse um comunicado da ONU na cidade de Gaza.

Fontes palestinas disseram que 44 pessoas foram mortas no ataque.

As forças armadas Israel disseram que estão verificando o relatório. O governo de Israel barrou a CNN e outras equipes de jornalistas de entrar em Gaza.

Uma pouco antes, um outro míssel da artilharia caiu no interior da escola em Jabalya, mas Ging disse que a escola estava vazia naquele momento.

Este é o terceiro ataque de Israel que afeta uma escola da ONU dentro de Gaza. Três palestinos de uma mesma família foram mortos na noite de segunda-feira em Gaza, todos os membros de uma mesma família, mortos em uma escola elementar da ONU, disse a agência.

As escolas estão sendo usadas como abrigo pelos civis que fogem da operação militar. Os edifícios eram “claramente marcados” com bandeiras da ONU, e a agência disse que tinha dado às autoridades israelenses as coordenadas de onde ficavam todas as suas escolas.

A agência da ONU disse que 400 palestinos estavam dentro da escola elementar de Asma quando ocorreu o ataque aéreo da noite de segunda-feira.

Os incidentes começaram a ocorrer quando as forças terrestres de Israel começaram o cerco a uma área densamente povoada da cidade de Gaza, enquanto pelo menos 50 ataques aéreos martelavam a região durante a noite.

Outros ataques aéreos tem atingido casas da população ligada ao Hamas, grupo militante islâmico que governa Gaza, incluindo famílias do acampamento de Jabalya, disseram fontes da segurança do Hamas. Oito pessoas foram mortas num desses ataques. Um ataque aéreo atingiu a casa de Imad Sião um dos líderes da ala militar do Hamas em Jabalya.

Israel disse nesta terça-feira ter morto 130 combatentes do Hamas desde o começo de sua ofensiva por terra na madrugada de sábado. Um soldado Israelense foi morto na manhã de terça-feira ao norte da cidade de Gaza, disseram as forças armadas de Israel, aumentando para seis o número de militares israelenses que morreram em Gaza desde que Israel lançou sua incursão por terra.

Qual a diferença?

"Meu luto não inclui nenhum desejo de vingança, que eu sei que será sempre em vão. Mas na verdade, como um filho enlutado, eu acho difícil distinguir entre aqueles que israelenses chamam de terroristas e os pilotos e tripulantes de tanques que estão invadindo Gaza"

Fares Akram, jornalista palestino do jornal britânico "The Independent" num artigo em que conta como seu pai -- que não era um militante, mas um fazendeiro -- foi morto por um bombardeio israelense que abria caminho para o avanço das tropas por terra.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

CHAMADA PARA O BOICOTE ACADÊMICO E CULTURAL DE ISRAEL

"Forçados pela opressão colonial de Israel ao povo palestino, que é baseada na ideologia Zionista, este boicote inspira-se nas seguintes razões:
Na negação de Israel a sua responsabilidade com o “Nakba” -- no detalhe, a tragédia da limpeza e dos deslocamentos étnicos que criaram o problema dos refugiados palestinos -- e conseqüentemente sua recusa em aceitar os direitos inalienáveis dos refugiados e deslocados, estipulados dentro, e na proteção da lei internacional;
Na ocupação e colonização militares do lado ocidental (Jerusalém do leste incluído) e de Gaza desde 1967, uma violação da lei internacional e das definições das Nações Unidas;
No enraizado poder de discriminação e de segregação racial contrário aos encontros dos cidadãos Palestinos em Israel, que se assemelha ao extinto sistema do “apartheid” da África do Sul;
Assim,
Considerando que as instituições acadêmicas Israelitas (na maior parte controladas pelo Estado) e a vasta maioria de intelectuais e dos acadêmicos de Israel contribuíram diretamente para manter, defender, ou de outra maneira justificar as medidas de opressão acima citados, ou então foram complacentes com elas com o seu silêncio;
Considerando que todas as atitudes que a comunidade internacional vêm tomado até agora não forçaram Israel a cumprir com a lei internacional ou a terminar sua repressão aos Palestinos, o que vem se manifestando de várias maneiras, inclusive o “siege”, na matança indiscriminada, na destruição arbitrária e no muro colonial racista;
Considerando o fato que os povos da na comunidade de intelectuais e “scholars” internacional sempre empunharam a responsabilidade moral de lutar contra as injustiças, como fizeram com seu esforço para abolição do apartheid na África do Sul através de diversas formas de boicote;
Considerando que o crescente movimento internacional de boicote a partir de Israel expressou a necessidade de uma unidade Palestina de referência que esboçe princípios guiando-se,
No espírito da solidariedade internacional, da consistência moral e da resistência as injustiças e a opressão,
Nós, acadêmicos e intelectuais palestinos, convidamos nossos colegas na comunidade internacional a boicotar detalhada e consistentemente toda manifestação acadêmica e cultural Israelita como uma contribuição contrária ao esforço de ocupação, colonização e ao sistema de Israel de extremo apartheid, da seguinte maneira:


1. Suspensão da participação em todas as formas de cooperação acadêmica e cultural, colaboração ou de projetos comuns com instituições Israelitas;

2. Aplicação de um boicote detalhado às instituições Israelitas nos níveis nacionais e internacionais, incluindo a suspensão de todas as formas de financiar e de subsidiar a estas instituições;

3. Promoção do desinvestimento e da desaplicação desde Israel para instituições acadêmicas internacionais;

4. Trabalhar para a condenação das políticas Israelitas pressionando para que as definições sejam adotadas por associações e por organizações acadêmicas, profissionais e culturais;

5. Suporte as instituições acadêmicas e culturais Palestinas diretamente sem requerer contrapartidas Israelitas como uma condição explícita ou implícita para tal sustentação."

Se a questão é política, porque não a nossa?


A questão toda é política. Outro dia uma amiga minha demonstrava a esperança de ver o Sr. Bush submetido a uma corte marcial. Mal sabe ela que foram criadas leis internacionais isentando os americanos de culpa pelos crimes acontecidos no Iraque. Não podem ser submetidos a Corte de Haia. E assim é com os seus amigos, e com todos aqueles que acham que agem em nome da democracia ocidental. Os outros que se danem! São terroristas, ditadores, ou sei lá o que. O que vale é o interesse econômico daqueles que são amigos do rei. Desde que foi criado o estado de Israel age como quer ditando as leis naquela parte do mundo. Terrorismo? Praticaram e consideraram legal. Assassinatos? Cometeram tantos que o mundo até já esqueceu. O que acontece hoje em Gaza é fruto desta leniência por parte dos governos que já não tem mais uma mentalidade humanística internacional como foi no passado. A nós cidadãos indignados e tristes só resta fazer a nossa parte: política, divulgar os horrores desta invasão, mostrar ao homem comum as atrocidades que são permitidas em nome da paz, da auto-defesa, da defesa do capital e dos interesses de uma minoria que sempre quererá estar acima do bem e do mal.
A propósito: as crianças da foto acima não estão dormindo... Estão mortas!

domingo, 4 de janeiro de 2009

"Os pacientes estão em toda parte"


GAZA CIDADE (CNN) -- O hospital principal de Gaza, já sobrecarregado com os palestinos feridos pelo bombardeio aéreo israelense ao longo da semana, alcançou a massa crítica, de acordo com um doutor norueguês que trabalha no hospital de Shifa.

“Os pacientes feridos são principalmente os civis, muitos crianças com ferimentos terríveis“ disse o Dr. Erik Fosse a CNN nesta segunda-feira, estimando que 20% dos mais de 500 mortos eram crianças.
“Este número está aumentando, e eu penso que tem que se fazer algo enquanto a invasão terrestre não começa a se desenvolver pela cidade“ adicionou.
Após uma série de bombardeios, Israel lançou na noite de sábado um assalto por terra.
As forças israelenses, de acordo com médicos palestinos mataram 37 palestinos -- civis e militantes -- desde que começaram a entrar no território. Com estas mortes, pelo menos 507 palestinos foram mortos na operação militar, incluindo aproximadamente 100 mulheres e crianças, dizem os médicos.
Além destes, 2.600 palestinos foram feridos, a maioria deles civis, dizem os médicos.
“Nós tivemos um aumento diário constante ( dos pacientes), mas nas últimas 24 horas têm triplicado o número dos casos“ disse Fosse nesse domingo.
Fosse disse que estimou que naquele domingo aproximadamente 30 por cento das vítimas em Shifa -- Hospital principal da cidade de Gaza -- estavam entre crianças feridas ou incapacitadas.
O aumento nas vítimas em Shifa seguiu-se a incursão por terra de Israel em Gaza. Fosse disse que 50 pacientes ficaram “gravemente feridos” quando um bombardeio Israelense atingiu um mercado de alimentos na cidade de Gaza.
“Nós estamos operando nos corredores, os pacientes encontram-se em toda parte, e a população está morrendo antes de começar o tratamento“ disseram os médicos.
A maioria das vítimas era devido aos bombardeios aéreos que precederam o incursão por terra. Outros hospitais em Gaza não podem tratar os feridos por causa de uma falta de recursos e da equipe de funcionários.

Repúdio a ofensiva israelense em Gaza

O Governo brasileiro, em nota deplorou a incursão militar terrestre israelense na faixa de Gaza, que tende agravar ainda mais o conflito israelo-palestino.

Família de Gaza devastada pela guerra



Dezenas de vítimas palestinas continuam a chegar aos hospitais depois da invasão Israelense, e famílias inteiras sendo mortas. Reparem na precariedade do atendimento.
Este vídeos contem imagens tão fortes que algumas pessoas podem se perturbar.

Uma guerra que não será vencida

Hamas está pronto para batalha em áreas urbanas
da BBC Brasil

A decisão de Israel de lançar uma ofensiva terrestre contra o Hamas na Faixa de Gaza dá aos militantes palestinos sua primeira chance no atual conflito de trocar disparos em condições de relativa igualdade com as tropas israelenses.
Até agora, os militantes estiveram impotentes diante dos ataques israelenses por ar e mar e de bombardeios - terrenos em que Israel goza de completa superioridade militar.
O Hamas e outros grupos miliantes lançaram dezenas de foguetes contra o território israelense mas, apesar de causar transtornos, enfraquecer a moral da população civil e, às vezes, serem fatais, esses ataques são ineficazes militarmente.
No entanto, se o conflito for transferido para as ruelas estreitas do campo de refugiados de Jabaliya ou para qualquer das populosas áreas urbanas da Faixa de Gaza, a história será diferente.
"O Hamas tem poucos recursos se comparado ao Exército israelense", diz Nicolas Pelham, analista sênior do programa de Oriente Médio do International Crisis Group. "Mas as operações israelenses em áreas urbanas irão eliminar um pouco essa enorme disparidade [de força]."

Aparato

Israel tem um aparato militar formidável, com toda a parafernália usada por Exércitos modernos, como equipamentos de visão noturna.
O Hamas, porém, teve meses para se preparar para uma guerra urbana que dará a seus combatentes a chance de provocar baixas no Exército israelense.
Analistas acreditam que o Hamas tenha aumentado consideravelmente sua capacidade militar desde que assumiu o controle da Faixa de Gaza, em 2007.
Ao assumir o controle da Faixa de Gaza, o Hamas herdou o limitado arsenal da Autoridade Palestina, que foi expulsa do teritório.
Além disso, a conquista da Faixa de Gaza deu ao Hamas liberdade para agir em todo o território sem interferência da Autoridade Palestina, que estava comprometida em desarmar grupos militantes.

Contrabando

Todo o armamento restante do Hamas teve de ser contrabandeado para dentro da Faixa de Gaza - que está sob um bloqueio total imposto por Israel e apoiado pelo Egito, país com o qual faz fronteira ao sul.
O contrabando é feito por túneis que atravessam a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito. Foi por esses túneis que chegaram às mãos do Hamas os foguetes de médio alcance que atingiram cidades israelenses localizadas a até 40 Km de distância.
Explosivos e material para fabricação de explosivos são contrabandeados mais facilmente ainda.Morteiros e algumas armas anti-aéreas - que, apesar de ineficazes contra jatos modernos, podem ter efeito contra helicópteros mais antigos - também podem ter sido levados a Gaza pelos túneis de Rafah.
Portanto, não causa surpresa o fato de o líder do Hamas, Khaled Meshaal, que vive exilado na Síria, ter dado uma entrevista em tom belicoso ao canal de TV árabe Al-Jazeera, antes que Israel iniciasse sua ofensiva em Gaza, na noite de sábado.
"Soldados do inimigo... vocês devem saber que um destino negro está a sua espera, e vocês serão mortos, feridos ou presos", disse Meshaal.

Braço militar

Acredita-se que o braço militar do Hamas, as Brigadas de Izz Al-Din Al-Qassam, tenha cerca de 15 mil integrantes.
O grupo seria, portanto, bem inferior à capacidade militar israelense. Mas não há falta de armas em Gaza, nem de pessoas que queiram pegar em armas para lutar contra forças israelenses.
Os padrões de treinamento e disciplina para as Brigadas foram elevados recentemente, e acredita-se que o grupo tenha também sofisticado seus sistemas de comunicação.
A organização certamente aprendeu as lições da guerra do Líbano, em 2006, quando o grupo xiita libanês Hezbollah feriu Israel em um duro embate em um terreno vantajoso para forças de guerrilha contra tropas convencionais.
Desde então, acredita-se que vários membros do Hamas tenham passado algum tempo com o Hezbollah e com a Guarda Revolucionária do Irã - o que resultou no apefeiçoamento de suas técnicas de treinamento militar e seus sistemas organizacionais.
A geografia da Faixa de Gaza pode não ser tão favorável quanto a do sul do Líbano, mas não há dúvida de que muitos membros das Brigadas de Izz Al-Din Al-Qassam esperam poder desferir um golpe contra as forças israelenses e ser recompensados com o que eles consideram um martírio glorioso.

Efeito devastador

No entanto, Israel também parece ter sofrido mudanças desde 2006, afirmam analistas. Suas forças treinaram duro para esse tipo de conflito, e também foram aperfeiçoados campos como defesa civil, linhas de suprimento, planejamento e relações públicas.
Mas a questão principal agora é o que Israel quer conquistar com sua ofensiva terrestre. O objetivo oficialmente divulgado é atingir o Hamas e interromper o lançamento de foguetes contra o território israelense.No entanto, se o Exército israelense realmente buscar retomar áreas urbanas, poderá favorecer diretamente o Hamas --principalmente quanto mais tempo seu aparato militar permanecer em Gaza. E o que acontecerá depois que Israel se retirar de Gaza?
"Não há garantia, mesmo que o Hamas seja expulso de Gaza, de que o lançamento de foguetes contra Israel não vai continuar", diz o analista Nicolas Pelham. "A verdade é que mais foguetes eram lançados de Gaza antes de o Hamas assumir o poder."
O que parece certo é que o desejo do Hamas de lutar na áreas urbanas densamente habitadas de Gaza e a aparente vontade de Israel de manter sua guerra ali podem ter um efeito devastador na já sofrida população civil de Gaza, que não tem para onde ir.

BASTA!!!


Do site da AlJazzera em inglês - http://english.aljazeera.net/

Entre gritos de “Judeus e Árabes recusem ser inimigos!” e bandeiras em que se lêem “basta!” milhares de israelenses foram às ruas de Telavive na noite de sábado em protesto à guerra do país em Gaza.
Os manifestantes clamaram por um cessar-fogo imediato dos ataques Israelenses, num confronto em que mais de 450 palestinos foram mortos e ao redor 2.100 foram feridos desde que os ataques aéreos em Gaza começaram no último sábado.
Os organizadores, uma coalizão de grupos tais como o Gush Shalom, o partido de Hadash e a coalizão das mulheres pela a paz foram os responsáveis pelo protesto.
“Nós temos a experiência da última guerra no Líbano, e desta vez o sentimento público é muito mais rápido e muito mais grande” disse o militante veterano de guerra Uri Avnery.
“É uma guerra cínica, porque as razões políticas e os povos estão muito mais cientes do que aquela.“
Os Palestinos-Israelitas que demonstraram lado a lado dos co-nacionalistas judeus acenaram a bandeira Palestina, com a polícia tentando proibir tal prática antes que o protesto passasse pela parte central da cidade Israelense.
Mais cedo, no mesmo sábado, aproximadamente 10.000 manifestantes, predominantemente Palestinos-Israelitas, protestaram na vila do norte de Galilee de Sakhnin.
Muitos dos manifestantes expressaram seu desejo de mostrar um outro lado da equação Israelense de abafar a manifestação pública contra os ataques atuais.
“Há povos que pensam diferentemente” disse ao telefone o jovem Iya Michlin, de 24 anos.
“É importante que o mundo, e especialmente o mundo árabe saiba disso.”
Outro estava tentando desobstruir as exigências ao governo Israelense.
“Eu quero começar a falar para eles“ disse Raquel Mendelson, de 65 anos, da cidade Israelense de Rehovot.
“Você não pode continuar a acreditar que pode responder a ataques com mais ataques. É hora de conversar aqui e ali, e não de morrer.”

Como se explica?

Comentário deixado no Blog do Chacra (http://blog.estadao.com.br/blog/chacra/ ) postado por Jose Antero em resposta a um outro post:

1)"...25% das vitimas de Israel são civis, ISSO SIGNIFICA MAIS DE CEM PESSOAS EM 8 DIAS."
R. 99% das vitimas do HAMAS são civis, ISSO SIGNIFICA 7 PESSOAS EM 8 ANOS. Israel usa misseis teleguiados COM 1000 KG DE EXPLOSIVOS CADA para atacar alvos previamente selecionados de elevado interesse estratégico QUE ESTÃO EM UMA REGIÃO COM A MAIS ALTA DENSIDADE DEMOGRÁFICA DO PLANETA, OU SEJA, MISTURADOS A VIDA CIVIL.

2)"...O Hamas mira morteiro para o Norte CAPAZ DE DESTRUIR UMA CASA OU UM CARRO e atira."
R.Israel invade com seus tanks Merkava IV EM RUAS ESTREITAS E ATIRANDO EM ÁREAS SUPERPOVOADAS.

3)"...O Hamas se esconde em hospitais e mesquitas"
R.E O EXÉRCITO ISRAELENSE ATIRA EM HOSPITAIS E MESQUITAS E UNIVERSIDADES.

4)"...Israel usa o uniforme IDF. O Hamas usa roupas de médicos e cléricos."
R.Israel equipa seus soldados com blindagem especial PARA PROTEGER OS SEUS SOLDADOS SEM SE IMPORTAR COM AS VÍTIMAS.

5)"...O Hamas usa mulheres e crianças como escudo humano
R.NOVAMENTE PARA O SEU CONHECIMENTO, GAZA É EXTREMAMENTE SUPERPOVOADA E NÃO HÁ ESPAÇO SUFICIENTE PARA ESSA SEPARAÇÃO, aliás, mesmo em São Paulo, a sede do comando militar do sudeste fica ao lado do Parque do Ibirapuera. Como alguem ainda pode defender o Hamas? ISRAEL COMO FORÇA OCUPANTE DEVERIA PERMITIR A SAÍDA DA POPULAÇÃO CIVIL DA CADEIA A CÉU ABERTO QUE É GAZA E DEPOIS ATACAR OS MILITANTES DO HAMAS COMO DEVE SER UMA GUERRA, EXÉRCITO CONTRA EXÉRCITO (APESAR DE QUE AINDA ASSIM, A DIFERENÇA SERIA DE METRALHADORAS E FOGUETES CONTRA AVIÕES, NAVIOS, MÍSSEIS E TANQUES.EU DEVOLVO A PERGUNTA, COMO ALGUÉM PODE DEFENDER ISRAEL, POTÊNCIA OCUPANTE QUE NÃO PERMITE A ENTRADA DE AJUDA HUMANITÁRIA OU A SAÍDA DA POPULAÇÃO CIVIL DA ÁREA DE CONFLITO?

As fotos do horror palestino

Link para o site da Al-Jazeera com as fotos do horror pelo qual vem passando o povo palestino http://www.aljazeera.net/PhotoGallery/Aspx/Show.aspx?album=G_894&currentPage=32&slidshow=Next

Israel tem de parar com esse assassinato...



































































Vivendo o horror da invasão israelense em Gaza

O jornalista da BBC Hamada Abu Qammar relata o que viu do ataque israelenses à faixa de Gaza na noite de sábado (3) para domingo.
Qammar é morador da faixa de Gaza e tem parentes no campo de refugiados de Jabaliya, onde forças israelenses e militantes do grupo palestino Hamas entraram em choque. Israel não está permitindo que jornalistas internacionais cruzem a fronteira para a faixa de Gaza.
Confira abaixo o relato de Qammar.

"Na noite passada (sábado), onde eu moro, na parte central da faixa de Gaza, nós ouvíamos bombas, artilharia e também tiros disparados de helicópteros.
Eu estava observando tudo do topo da casa do meu irmão. Era assustador. Eu também fui para a rua na nossa área. Ela estava virtualmente vazia.
Nós estamos preocupados com os ataques aéreos, especialmente porque os israelenses advertiram uma família que mora aqui perto que eles pretendem destruir a sua casa.
As pessoas aqui ficaram chocadas e entraram em pânico após os primeiros ataques aéreos, há uma semana.
Agora, alguns estão deixando suas casas, não apenas no norte, mas em outros lugares também, onde há algum prédio do Hamas ou mesquita por perto. Eu vi algumas pessoas se mudando, eles em geral buscam abrigo com parentes e vizinhos.
Eu acabei de falar com um dos meus primos. Ele vive a cerca de 300 metros do campo de refugiados de Jebaliya. Ele disse que há muitos militantes prontos para disparar contra tropas israelenses, que não estão longe da estrada de Salahuddin, a principal via que liga o norte ao sul.
Ele disse que os militantes estão fazendo muita fumaça para esconder os seus movimentos.Ele disse que há atiradores, forças especiais e tanques israelenses próximos ao populoso campo da faixa de Gaza.
Se eles entrarem no campo, as pessoas estão preocupadas que a situação vai piorar ainda mais.
Ele tem dois filhos e há mais 15 pessoas na sua casa. Eles têm um quarto pequeno e estão todos amontoados ali, tentando se manter a salvo. Eles estão com muito medo.
Outro primo meu mora no campo. Um dos seus vizinhos ouviu na rádio local que meu primo morreu, mas eu não consegui confirmar a informação porque não consegui falar com ninguém.
Muitos dos telefones, especialmente no norte, não estão funcionando. É uma situação muito difícil, mas o que nós podemos fazer? Eu não posso nem ir ao escritório da BBC, as tropas israelenses dividiram a faixa de Gaza.
Essas coisas estão tornando a vida muito difícil das famílias em Gaza, especialmente se elas estão tentando se comunicar entre si.
Nós vivemos com preocupação. Durante toda a noite passada, não havia jeito de dormir, com os bombardeios, e não havia jeito de entrar em contato com nossos parentes. Eu tenho duas irmãs que moram no campo de refugiados de Jabaliya e elas também estavam tentando deixar as suas casas.
Eu estou tentando fazer meus filhos pararem de chorar. Eu tento fazer com que eles brinquem, eu estou com eles agora. Eu só quero que eles ignorem o que está acontecendo ao redor deles. Eles dormiram um pouco durante a noite, mas o som dos bombardeios continua os acordando.
Eu disse ao meu filho que tudo está acontecendo longe daqui, mas ele mesmo disse ter visto dois helicópteros acima de nós. Ele tem seis anos de idade. Ele sabe a diferença entre helicópteros, aviões não-tripulados, F16s... tudo isso."

Hamas captura dois soldados israelenses

Transcrito do site da Aljazeera

O Movimento Islâmico Hamas disse que seus combatentes capturaram dois soldados israelitas durante confrontos com tropas que invadiram a Faixa de Gaza.
"Dois soldados foram capturados" disse o dirigente Izz Ad-Din de uma ala militar do Hamas, a Brigada Al-Qassam, na rádio e televisão do grupo.
O exército israelita negou o relatório, mas confirmou que um alto comandante israelense foi capturado em Gaza.
"Tanto quanto sabemos, isto não é verdadeiro", disse um oficial do exército israelita.
As detenções vêm relatadas um dia após o líder do Hamas Khalid Mashaal ameaçar deter as tropas israelitas se Telavive lançasse uma ofensiva terrestre na faixa costeira.
Meshaal afirmou que ao envio de tropas israelitas na Faixa de Gaza, o Hamas iria responder com operações como a que capturou o soldado israelense Shalit.
"Se vocês cometerem a estupidez de lançar uma ofensiva terrestre, um negro destino aguardará vocês" disse Mashaal nesta sexta-feira.
"Se vocês cometerem um ato insensato como uma invasão por terra em Gaza, quem sabe, poderemos ter um segundo ou um terceiro ou quarto soldado Shalit", acrescentou.
O soldado israelita Gilad Shalit foi capturado há dois anos, em uma operação trans-fronteiriça por combatentes palestinos.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Os parceiros do nazi-sionismo

Anistia Internacional critica "parcialidade" dos EUA, e ONU vê falhas na assistência a Gaza Publicidade
da Folha Online

A organização Anistia Internacional denunciou nesta sexta-feira a posição "parcial" dos Estados Unidos em relação à resposta "desproporcional" de Israel na faixa de Gaza, e pediu que o país pare de fornecer armas aos israelenses. Também nesta sexta-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) disse que os palestinos na faixa de Gaza enfrentam uma grave crise de saúde e de falta de alimentos, em meio aos ataques israelenses, que prosseguem pelo sétimo dia consecutivo.
Desde sábado (27), Israel comanda uma operação militar na faixa de Gaza com bombardeios que atingiram diversos pontos vinculados ao Hamas e mataram mais de 400 pessoas, sendo mais de 50 civis. Segundo Israel, a ofensiva é uma resposta à violação --e lançamento de foguetes-- do Hamas da trégua de seis meses assinada com Israel e que acabou oficialmente no último dia 19. Desde o início dos bombardeios israelenses, o Hamas intensificou o lançamento de foguetes sobre o sul de Israel, em ataques que mataram quatro pessoas.
A situação é de "emergência crítica", apesar do aumento no envio de carregamentos de ajuda humanitária, afirmou o coordenador de ajuda da ONU para o território palestino, Maxwell Gaylard.De acordo com a ONU, há pelo menos 100 civis entre os mais de 400 palestinos mortos até agora em decorrência dos ataques, que também deixaram cerca de 2 mil feridos.
Em uma carta dirigida à secretária de Estado Condoleezza Rice, a organização de defesa dos direitos humanos diz estar "particularmente consternada diante da parcialidade da reação do governo dos Estados Unidos e sua falta de esforços para ajudar na crise humanitária em Gaza".
"Sem minimizar a responsabilidade do Hamas e de outros grupos armados palestinos nos ataques indiscriminados e deliberados contra civis israelenses, o governo dos Estados Unidos não deve ignorar a resposta desproporcional e as políticas de longo prazo que deixaram Gaza à beira do desastre humanitário", afirma o texto.
A Anistia se declara ainda "muito preocupada, porque os armamentos e equipamentos militares fornecidos pelos Estados Unidos a Israel também foram utilizados nos recentes ataques israelenses contra áreas residenciais de Gaza altamente povoadas por civis".
"Os Estados Unidos", acrescenta, "devem suspender a transferência de armas a Israel e investigar imediatamente se as mesmas são utilizadas para cometer abusos contra os direitos humanos".
Por último, a organização faz um apelo aos Estados Unidos para "ir além da retórica e exercer uma pressão real sobre as duas partes para que os ataques ilegais parem imediatamente".