Comentário de Luis Nassif em seu blog sobre um artigo do jornalista Luis Weiss em que este analisa o comportamento de um certo Prof. Carlos Chaparro numa entrevista com o Sr. Vitor Civita, dono da Revista Veja:
"Essa é uma boa discussão, que o Weiss enfoca muito bem no seu comentário, em cima de uma belíssima entrevista do pessoal da Jornalistas & Cia."
Não sou pago por Veja para defendê-la mas salta aos olhos a excelente qualidade do jornalismo do Sr. Luis Weiss: publica a pergunta na íntegra, e condensa a resposta, querendo dar a ver que o dono da Veja ficou constrangido ou acuado.
Acho que deve ter sido por isso que, triste e amuado ele esticou para o governo Lula a tábua de salvação para a versão do acidente da TAM com a matéria de capa dessa semana.
O que certos blogueiros de opinião (normalmente ex-funcionários dessas corporações) não se conformam e com a qualidade da apuração da chamada grande imprensa.
Se incorre em erros, também promove acertos (e muitos) na busca da informação. Veja o caso do acidente com o Airbus.
Onde se leu nesses quase dez dias do acidente que dois aviões do mesmo tipo já tinha sofrido acidentes idênticos, um em Taipei e outro nas Filipinas, onde?
Talvez em algum comentário escondido de leitor em algum blog ou jornal, e que nenhum desses articulistas engajados foi capaz de levantar como notícia.
Se Veja detêm 8/9 milhões de leitores como diz o Sr. Civita na tal entrevista não é porque tem dinheiro para gastar com publicidade.
É porque os leitores que a compram, e que com certeza devem ter ido a escola um pouco mais que outros devem ter adquirido um "eu crítico" para dar como verdade o que está dito ali.
Se propaganda ganhasse o jogo Lula hoje seria uma unanimidade, sem precisar arrumar claques para viver andando por ai com as suas "verdades".
Queria que o tal debate que o Sr. Civita tivesse se dado com o nosso presidente, com ele podendo ser replicado de maneira tão intensa se sustentando no argumento sem bradar um palavrão ou elevar o seu tom rouco de voz de maneira ameaçadora, semblante raivoso (essa é a técnica que sempre usa para ganhar a briga) como se tivesse chamando para o braço o seu interlocutor.
Ganhar no grito é fácil. Difícil é saber perder com elegância e educação.
Na internet todo mundo mete o dedo na ferida, ou no nariz do outro. Tanto faz se sobre política, economia ou comportamento. O importante é cutucar, informar, ter opinião sobre tudo, seja fazendo graça ou falando sério. Por isso estamos aqui para pensar, falar das injustiças contra minorias e países, e dar nosso palpite sobre a fábula do enfraquecimento moral desse país, suas mazelas e problemas, pois não queremos carregar a maldita herança que estão querendo nos deixar.
sábado, 28 de julho de 2007
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Até tu, Beijoqueiro?
O país está ficando tão surrealista que, como se não bastasse a volta de Collor e toda a galera do "mensalão", o Beijoqueiro reapareceu todo faceiro beijando as meninas do futebol feminino do Brasil no PAN, e a grama do Maracanã. Só falta agora o Gentileza levantar do túmulo, e começar a pregar o seu discurso moral. A propósito: já que o Lula gosta tanto do contato com as massas, que tal deixar o Beijoqueiro romper o cordão de isolamento de alguma cerimônia para lascar-lhe um beijo na bochecha? Só não vale nomeá-lo como "Bôbo-da-Côrte".
Num picadeiro chamado Brasil
Carlos Heitor Cony, em seu bate-papo hoje pela manhã no rádio descreveu muito bem o que aconteceu na cerimônia de posse do Ministro da Defesa Nelson Jobim: "No circo quando alguém tomba no picadeiro, o dono do circo manda a bandinha tocar e ordena: Que entrem os palhaços!" E todo mundo esquece o tombo, e ri por cima da tragédia.
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Parou, parou... "O BLOG"
Ficamos muito muito envaidecidos, eu e os alteregos do Blog, Bob Devasso e Miroca da Glicério com o comentário da garotada do Blog "Parou, Parou" (clique aqui). Durante a greve da USP eles seguraram a onda e souberam manter o equilíbrio em meio a todo o "quebra pau". Não estamos aqui pra cagar regra pra ninguém, mas devemos ter muito mais horas de vôo nesta parada dura chamada "política brasileira" que eles. Agora virou moda a análise da imprensa nacional, a crítica aos donos e as famílias que detêm esse poder de nome "mídia". Pra quem viveu a "Ultima Hora", o "Correio da Manhã", e outros, que sobreviveu na chamada "imprensa nanica", o que acontece agora na chamada "mídia eletrônica" é pinto de analisar. Por trás disso tudo está o lucro que a informação trás. Devemos estar sempre atentos a toda essa movimentação dos "blogueiros de opinião", e não nos deixarmos levar como inocentes úteis nessa batalha pelo "click", rotulados pelas bobagens daqueles que insistem em se deixar carimbar como "tucanalha" ou "petralha". Fortaleçam suas opiniões, criem blogs, se expressem de maneira ordenada e façam a crítica política crescer na web muito mais forte que a "passeata dos 100.000", ou a "invasão da USP" do tempo de vocês. Obrigado rapaziada.
A acidente do avião da TAM
Tal como parece ter sido a melhor reconstituição da queda do avião da TAM feita pelo jornal espanhol "EL PAIS". Clique para ver aqui.
Que venha a democracia
Nota-se uma movimentação entre os jornalistas de uma mudança na relação com a notícia. O comentário do Arnaldo Jabor ontem/hoje demonstra isso. E não é só na mídia esse movimento. Foram precisos os mártires do avião da TAM para esse reação eclodir. A necessidade de um governo de união nacional, sem "heranças malditas", discutindo em profundidade os grandes problemas nacionais. O Brasil não nasceu com o Lula, nem com FHC, nem com Jesus Cristo. Os problemas que ai estão resentem-se da autocrítica de tucanos e petistas. Se em comum a crise aérea do Lula e a crise energética do FHC tem as tais das "malhas", evidência - se também que o papel das agências tem que ser revisto. E não é só isso. Essa política social feita em cima do assassinato da classe média, e não do capital financeiro, e não dos bancos, e não dos rentistas é um absurdo. Temos que rediscutir quem paga essa conta. Urge diminuir a carga tributária, repensar o modelo econômico. Se na mídia nota-se que alguns companheiros começam a repensar o modelo de informação que temos, na política começo a sentir surgir a vontade de se repensar a maneira de governar. Quando se ouve uma entrevista como aquela de ontem, onde os brigadeiros demonstram o quanto de autoritarismo ainda temos vemos que a democracia ainda não se instalou definitivamente entre nós. A entrada do Nelson Jobim no ministério do Lula, justamente no da Defesa é um chamamento ao equilíbrio, a sensatez, a democracia. Deixemos dessa história de mirar no passado, de olhar para os militares como se tivessem sido o melhor que o país teve, e de olhar para os resistentes a ditadura como se fossem os heróis que nos dariam o país dos sonhos. Os mortos do avião da TAM, esses sim são os nossos verdadeiros heróis.
terça-feira, 24 de julho de 2007
A herança do "herança maldita"
Quem trabalha em produção de eventos sabe disso: a massa é burra! Se alguém der um tiro em meio a uma multidão não adianta o cara em cima do palco ficar gritando "calma pessoal, não feriu ninguém"... Todos irão correr apavorados. Quando se está diante de algo, como o caos aéreo, há dez meses anunciado o melhor a fazer é tentar prevenir o inevitável, o erro, o acidente, o horror. É a lei de Murphy em ação. Foi assim com o acidente dos fogos em Copacabana, o furacão Katrina no EUA. Outra tragédia anunciada que espero não ver são as multidões que se aglomeram no Rio de Janeiro em shows de rua, sem a mínima estrutura, sem áreas de escape, em meio ao tráfego de carros e residências. E olha que volta e meia o MP entra na história e tenta interditar. Mas vem o interesse econômico e libera. É interessante notar que, por trás de todos esses eventos trágicos tem aqueles que inflam as expectativas. Quantos não foram os que ufanisticamente se vangloriaram do crescimento da indústria aérea, economistas, jornalistas, etc. Nessas horas o crítico é sempre visto como um chato, o mané natureba com visão politicamente correta de tudo. Tem uma propaganda rolando por ai, promovida por uma associação de propaganda qualquer que esse indivíduo, crítico contumaz, acaba sendo confundido com o censor. Temos que cultivar a humildade, sermos menos arrogante, admitirmos o contraditório de maneira equilibrada, sem pintar o outro como inimigo logo de cara. A droga em política é que ela funciona assim, sempre radicalizando. Um candidato a presidência que lute para atingir o comando de uma nação como o Lula lutou tinha que ter começado conclamando a todos por um governo de união nacional, e não com aquela história de "herança maldita", como se não fosse necessitar mais adiante da autocrítica daqueles que governavam, e dos planos que tinham para melhorar o país. Deu no que deu: um país dividido, difícil de consertar.
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