quarta-feira, 3 de maio de 2017

A internet não é um poder da República

A decisão de ontem do STF pode ter chocado muita gente, mas foi um ato que demonstrou apenas uma coisa, a internet não detêm o poder!
Temos no Brasil uma democracia, chamada de participativa, onde o cidadão se manifesta através do voto para eleger seus delegados, e estes, junto com o executivo, indicam os juízes e o promotor geral que irão reger as nossas leis.
O que estamos tendo, com a grife Lava Jato sendo embalada pela grita da internet e da imprensa é uma inversão.
Através da internet e da imprensa o cidadão opina, diverge, instrui, mas não pode querer fazer a lei.
Fosse assim voltaríamos aos tempos do bang bang ou da era medieval, onde as turbas ensandecidas decidiam quem iria morrer.
A imprensa de hoje está a reboque da internet enquanto opinião pública. Foi salva por ela em sua crise comercial na mudança do impresso pelo digital. E como a imprensa se crê um quarto poder tomou a internet para si para conduzir seu noticiário.
E dessa postura se servem outros atores políticos e judiciais, que no afã de fazer cumprir a lei pulam etapas, e muitas vezes se esquecem do seu papel.
A opinião pública pôs a grife Lava Jato no colo. Seu serviço de caça a corruptos criminosos está sendo exemplar. Mas na hora de aplicar a lei, faz valer critérios que, aos olhos da Constituição e do STF são antidemocráticos.
Agora o que temos com essa decisão de ontem? Uma grande frustração com a libertação dos "bandidos" que ela conseguiu ver conduzida para a forca.
De agora em diante todos deverão sentar e decidir, se querem que a democracia tal qual como ela está posta deve prosseguir, ou se querem um outro regime. 
Mas isso é assunto para uma Assembléia Constituinte, e que não seja digital.