quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

A Turquia não é aqui

Ontem passei o dia me insurgindo contra o autoritarismo e imaturidade dos promotores da Lava Jato.
Inflada por sites em busca de cliques a internet se posicionava como uma turba irada, repercutindo a votação da Câmara.
Esquecidos que o Brasil é um país democrático queriam legislar através do grito, como se um abaixo assinado de 2 milhões em meio a uma população de 220 milhões representasse a maioria do povo.
Representantes do povo são os senhores e senhoras deputados e senadores eleitos pelo voto, e quer queiram ou não são estes que tem a responsabilidade de fazer as leis, boas ou más.
Para que eles hajam conforme o nosso desejo existe o lobby, a pressão popular, e nem sempre esta expressa pela chamada opinião pública através da imprensa é a mais correta.
Quisessem ver as "10 Medidas" aprovadas pela Câmara fossem para os gabinetes, acessassem as galerias, fizessem fila nas caixas de email.
Ao que me consta a internet ainda não virou urna, e reclamar do resultado de uma votação democrática apenas para acompanhar um meme, para mim é uma irresponsabilidade.
Hoje o trending da rede é considerado na tomada de decisão da maior parte dos governantes, que suspendem decisões ou adiam medidas.
Mas tudo isso se dá dentro de um processo democrático, com muita opinião e participação.
A reação dos procuradores fazendo beicinho, querendo levar para a casa a bola do jogo só porque não foram escalados foi errada, antidemocrática.
Quiserem emparedar, como disse o ex ministro maluquinho, Congresso e Presidência da República e isso é inconsequente.
Como Israel, que sofreu com o holocausto e hoje pratica genocídio contra os palestinos, os procuradores, cristãos de carteirinha, quiseram repetir o julgamento de Cristo transferindo para si e para o povo a sentença do seu pleito, e isso não faz sentindo numa democracia, onde os poderes funcionam e existe a lei.
Aqui não existe um Erdogan, e a Turquia não é aqui.

O Antagonista pulando fora

Vejam como é a imprensa brasileira.
Diogo Mainard e outros dois jornalistas desempregados resolveram montar, quase de brincadeira, um site político.
Como bandeira para fazer o site bombar pegaram carona no impeachment e no sentimento nacional contra a roubalheira do lulopetismo.
Impeachment dando certo, o site bombou. Só que clique em anúncio do Google não dá grana, tem que ter patrocínio.
Foi quando resolveram colocar o site a serviço de um grupo financeiro, as custas de um bom dinheiro.
Mas sabe como é sucesso e dinheiro sobem a cabeça, e patrocínador cobra trending topic para continuar na jogada.
Foi aí que se deram conta que o lulopetismo já não vendia jornal, e que os grandes arautos do anti lulopetismo já tinham mudado de lado, e embarcado meio que sorrateiramente no "fora Temer".
Um deles, o mais ferrenho e destemido, o jornalista Reinaldo Azevedo, praticamente um concorrente.
E assim, meio que sem querer querendo o site Oantagonista foi abandonando o combate ao lulopetismo pelo moralismo da luta anti corrupção, tendo como pano de fundo o "fora Temer".
Aos poucos vão colocando o Michel Temer como a bola vez, e aquecendo essa crise política que promete fazer aumentar a recessão, afugentar os investimentos e aumentar a miséria e o desemprego.
Mas que importa, se a classe média na sua sofrência politica garante os cliques que aumentam a audiência que o patrocínador precisa e lhes garante o salário?