sábado, 3 de janeiro de 2009

Os parceiros do nazi-sionismo

Anistia Internacional critica "parcialidade" dos EUA, e ONU vê falhas na assistência a Gaza Publicidade
da Folha Online

A organização Anistia Internacional denunciou nesta sexta-feira a posição "parcial" dos Estados Unidos em relação à resposta "desproporcional" de Israel na faixa de Gaza, e pediu que o país pare de fornecer armas aos israelenses. Também nesta sexta-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) disse que os palestinos na faixa de Gaza enfrentam uma grave crise de saúde e de falta de alimentos, em meio aos ataques israelenses, que prosseguem pelo sétimo dia consecutivo.
Desde sábado (27), Israel comanda uma operação militar na faixa de Gaza com bombardeios que atingiram diversos pontos vinculados ao Hamas e mataram mais de 400 pessoas, sendo mais de 50 civis. Segundo Israel, a ofensiva é uma resposta à violação --e lançamento de foguetes-- do Hamas da trégua de seis meses assinada com Israel e que acabou oficialmente no último dia 19. Desde o início dos bombardeios israelenses, o Hamas intensificou o lançamento de foguetes sobre o sul de Israel, em ataques que mataram quatro pessoas.
A situação é de "emergência crítica", apesar do aumento no envio de carregamentos de ajuda humanitária, afirmou o coordenador de ajuda da ONU para o território palestino, Maxwell Gaylard.De acordo com a ONU, há pelo menos 100 civis entre os mais de 400 palestinos mortos até agora em decorrência dos ataques, que também deixaram cerca de 2 mil feridos.
Em uma carta dirigida à secretária de Estado Condoleezza Rice, a organização de defesa dos direitos humanos diz estar "particularmente consternada diante da parcialidade da reação do governo dos Estados Unidos e sua falta de esforços para ajudar na crise humanitária em Gaza".
"Sem minimizar a responsabilidade do Hamas e de outros grupos armados palestinos nos ataques indiscriminados e deliberados contra civis israelenses, o governo dos Estados Unidos não deve ignorar a resposta desproporcional e as políticas de longo prazo que deixaram Gaza à beira do desastre humanitário", afirma o texto.
A Anistia se declara ainda "muito preocupada, porque os armamentos e equipamentos militares fornecidos pelos Estados Unidos a Israel também foram utilizados nos recentes ataques israelenses contra áreas residenciais de Gaza altamente povoadas por civis".
"Os Estados Unidos", acrescenta, "devem suspender a transferência de armas a Israel e investigar imediatamente se as mesmas são utilizadas para cometer abusos contra os direitos humanos".
Por último, a organização faz um apelo aos Estados Unidos para "ir além da retórica e exercer uma pressão real sobre as duas partes para que os ataques ilegais parem imediatamente".

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Relatos do genocídio israelense em Gaza

Do site da BBC-Brasil

""Eu estava dormindo com minhas irmãs quando de repente acordei", conta Reem Baloosha, de 13 anos, descrevendo a noite do último domingo, quando suas cinco irmãs foram mortas por um ataque aéreo israelense.
“Eu me vi sob escombros, as pedras me pressionando. Olhei em volta e minha irmã também estava sob os escombros, ela estava morta”.
Eu visitei a família de Reem no campo de refugiados de Jabaliya, ao norte da Faixa de Gaza. A casa onde eles viviam se tornou uma pilha de escombros. Não havia nada além de poeira e pedras misturadas com algumas roupas de meninas e livros escolares.
Não sobraram para os pais nem mesmo fotografias das filhas mortas, todas elas foram perdidas em meio aos escombros.
O pai delas, Anwar, estava sentado velando as meninas. A mãe delas estava em estado de choque, quase sem consciência. Eles pareciam muito chocados até mesmo para chorar.
“Se elas estivessem construindo foguetes (para atacar Israel), eu não estaria tão triste assim, mas elas estavam esperando pela volta da luz elétrica para estudar para os exames. Eu tenho oito filhas, cinco delas foram mortas”, diz Anwar Baloosha.
Janelas quebradas
Pessoas no hospital Shifa, na Cidade de Gaza, sentiam o mesmo sofrimento.
Há muitos jovens feridos nos ataques, pessoas que perderam partes de seus braços ou pernas ou que estão ligadas a tubos de soro, mas que não podem ser removidas para unidades de tratamento intensivo.
Centenas de pessoas chegam ao local para visitar seus parentes. Algumas passam a noite no hospital, dormindo no chão, em cadeiras, ou simplesmente ficando sem dormir. Se você olhar em seus olhos, perceberá que alguns não dormem há dias.
Na noite de segunda-feira, fazia bastante frio e uma chuva forte caía sobre a Cidade de Gaza. Algumas das janelas do hospital estavam danificadas e haviam sido cobertas com plástico, folhas ou estavam simplesmente abertas.
Não havia aquecimento. A equipe do hospital apenas cobria os pacientes com folhas e cobertores.
Eu também estive na parte oeste da cidade. Havia uma grande fila fora de uma padaria. Crianças, homens e mulheres estavam esperando por pão.
Alguma ajuda humanitária chegou à região, mas muitas pessoas não têm farinha ou gás de cozinha para poder fazer pães em casa.
Hossein Saad, de 56 anos, conta que há alguns anos ele costumava trabalhar em Israel, mas que agora não tem emprego para sustentar as 13 pessoas de sua casa.
“Eu não tenho farinha ou gás, eu não tenho nada em casa”, conta.
“Antes que você pergunte sobre o que há para comprar em Gaza, pergunte se as pessoas têm dinheiro ou não para comprar alguma coisa”, diz Saad.


Trovões

Na manhã em que eu estive na praça central da Cidade de Gaza, que normalmente fica cheia de pessoas e carros de todas as partes da região, ela estava silenciosa.
Havia apenas umas poucas barracas vendendo carne enlatada e queijo, além de lamparinas a gasolina.
Mostaja Abbas, 55, que foi à praça para comprar um novo pavio para sua lamparina, contou que os doze membros de sua família passaram os últimos dias apertados em um único cômodo da casa.
“Achamos que esta é a área mais segura, longe das janelas. Nunca vimos uma situação como esta em toda a história dos palestinos”, ele diz.
Ayman Atalla, de 38 anos, pai de três crianças, afirma estar temeroso de sair às ruas da cidade.
“Por dias eu não saí de casa. Nós não podemos prever onde será o próximo ataque e eu posso ser atingido por um deles”.
Ele conta que disse a seus filhos que estava chovendo durante os ataques da última segunda-feira.
“Eu falava para eles que eram apenas trovões, para não ficarem preocupados, não terem medo”, conta."

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Não fiquemos indiferentes diante deste genocício

Do site da BBC-Brasil

"Um relator da ONU para os territórios palestinos acusou Israel de cometer "atrocidades chocantes".
Richard Falk disse que a comunidade internacional precisa pressionar mais Israel para por fim aos ataques na Faixa de Gaza.
"Israel está cometendo uma série chocante de atrocidades ao usar armamento moderno contra uma população indefesa - atacando uma população que vem enfrentando um bloqueio rigoroso há vários meses", afirmou Falk em entrevista à BBC.
Segundo a ONU, pelo menos 62 dos palestinos mortos até agora eram mulheres e crianças."

domingo, 28 de dezembro de 2008

UMA ABSURDA VINGANÇA

O mundo não pode deixar de saber sobre as atrocidades que Israel vem cometendo contra o povo palestino como vingança a suspensão do cessar fogo pelo Hamas, e o lançamento de foguetes em cidades de fronteira.
Eis aqui o relato do jornalista da BBC em Gaza, Amada Abu Qammar sobre o impacto do bombardeio contra a população indefesa:

Ataques provocam medo e desespero em Gaza
Os hospitais em Gaza estão cheios de vítimas dos bombardeios israelenses.

"As ruas em Gaza estão desertas, fora alguns poucos carros que levam vítimas para hospitais ou famílias levando - aos gritos e choros - entes queridos ao cemitério para serem enterrados.

Esta manhã eu visitei o hospital de Shifa, o principal de Gaza.

Conversei com um civil e também com um rapaz de 14 anos que foi ferido em um ataque aéreo contra uma delegacia no oeste da cidade nesta manhã.

O homem disse que estava a caminho do trabalho em uma clínica quando ouviu o som dos aviões e resolveu voltar para casa. Mas depois disso ele não lembra o que aconteceu - ele acordou machucado, com ferimentos nas mãos, perna e estômago.

O rapaz tinha sangue na cabeça e sofria de muita dor. Ele não conseguia sequer lembrar seu nome. 'Não sei nem onde estou', disse-me ele.

Também vi um corpo, na sala de emergência, com um pedaço de pau atravessando o peito.

No sábado eu também estive no hospital; o necrotério estava cheio e corpos tinham sido deixados nas ruas. Pais procuravam seus filhos no hospital.

Segui uma mulher que gritava 'meu filho, meu filho' enquanto procurava pelo prédio.

O filho foi encontrado, um jovem de vinte e poucos anos. Os funcionários do hospital não deixaram a mãe ver o corpo, mas eu vi. Ele não tinha cabeça, e não havia estômago. Ela desmaiou em cima dos restos do corpo do filho, cobertos por um lençol branco.

Os parentes no hospital gritavam e gritavam. Eles não tinham palavras para expressar seus sentimentos, apenas diziam 'Deus nos ajude', sem parar.

Vi vários ataques aéreos nesta manhã - um contra um posto policial do Hamas em uma rua costeira, outro contra uma casa a 200 metros do escritório da BBC.

Fumaça subia para o céu. O pior ataque hoje (domingo) foi contra o quartel-general das forças de segurança do Hamas, que também fica perto do escritório.

Estava olhando da janela. Houve três barulhos altos de explosão e um corte de luz. Pude ouvir mulheres gritando em suas casas, e tiros sendo disparados por homens do Hamas ao redor da área para manter pessoas à distância.

O complexo fica em plena área residencial, com vários prédios altos de apartamentos. Algumas dessas residências ficam a apenas 5 metros do local - e é claro que esses prédios também foram atingidos, com janelas sendo estilhaçadas e caindo no chão.

A eletricidade vai e vem, como sempre. A maioria das lojas estão fechadas. Há escassez de tudo - a agência de ajuda da ONU ainda não foi capaz de distribuir alimentos e ajuda para 750 mil pessoas.
Falta gás anestésico, suprimentos médicos, farinha e leite - mas muitas das pessoas que encontrei me disseram não estar preocupadas em comer enquanto essa situação persistir.

Famílias estão passando tempo sentadas em suas casas. Conversei com uma vizinha minha, Iman, uma menina de 14 anos. Ela estava tão assustada que mal conseguia falar.

'Não sei para onde ir. Não sei onde é seguro para se ficar. Não sabemos quando eles vão atacar de novo', disse ela."


Israel não está permitindo que jornalistas estrangeiros entrem na Faixa de Gaza.