Na internet todo mundo mete o dedo na ferida, ou no nariz do outro. Tanto faz se sobre política, economia ou comportamento. O importante é cutucar, informar, ter opinião sobre tudo, seja fazendo graça ou falando sério. Por isso estamos aqui para pensar, falar das injustiças contra minorias e países, e dar nosso palpite sobre a fábula do enfraquecimento moral desse país, suas mazelas e problemas, pois não queremos carregar a maldita herança que estão querendo nos deixar.
terça-feira, 8 de maio de 2007
RC: um jovem classe média do Fonseca
Nesta história da sua biografia não-autorizada, RC perdeu uma excelente oportunidade de ficar quietinho lá no seu recanto da Urca. Tive oportunidade de ler os dois primeiros capítulos do livro, e os achei tão babacas e sem brilho que resolvi deixar o resto de lado. Ainda bem que o livro era emprestado senão ia lamentar o investimento. Além do mais encontrei um erro grave na pesquisa do autor que, por conhecer uma parte da história tive a oportunidade de conhecer. Morei no Fonseca, bairro da cidade de Niterói, por onde RC passou uns tempos. Conheci um seu primo, que freqüentava bailes na minha casa. O Fonseca a época era uma espécie de Tijuca, aqui no Rio de Janeiro, bairro de classe média digamos A e B, hoje bastante degradado. Não era bairro de pobre, embora houvesse regiões de pobreza ao seu redor. Mas nestas RC não morou. O autor tenta o tempo todo nesse início de livro caracterizar RC como garoto pobre que cuja família passava por dificuldades chegando ao ponto de transformar um famoso e caro colégio da elite da cidade em grupo escolar, o Colégio Brasil. Minha irmã estudou lá, e todas as suas amigas que freqüentavam a minha casa eram patricinhas. Do bairro também era o maestro de RC, Eduardo Lages outro bem nascido pelo conceito de classe social. Só esta parte do livro, que procura apresentar RC como garoto pobre já mereceria um retoque do "rei". Agora levar toda esta discussão para as barras dos tribunais é uma loucura, e a retirada dos exemplares de circulação uma atitude fascista de quem tem desprezo pelas artes e pela liberdade de expressão. Deixasse o Paulo descolar algum com seus devaneios, suas alucinações, e desmentisse numa coletiva, ou através da sua assessoria de imprensa. O livro era anunciado há tempos. Por que não pediu ao autor e a editora que apresentassem os originais a ele como forma de ajudá-los a construir a verdade? Certo que o Paulo, desde o seu primeiro livro, em que transforma cantores reacionários em heróis na luta contra a ditadura tem essa mania de fazer ilações em cima de notícias de jornal, declarações de alguém já morto, copidescadas e revisadas. Por trás deste quiprocó deve haver muito mais coisa que a gente desconhece. Será que a "Planeta" não recebeu um aceno do "rei" quanto a uma futura edição? Afinal, como no teatro e na TV o Paulo já escreveu o roteiro. O resto é só uma questão de contar a verdade, vista pela ótica do "rei" é claro.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário