“Hoje, a socialite Wilma Magalhães, de 45 anos, é uma submergente. Filha de um garçom e de uma dona-de-casa, Wilma enriqueceu no início dos anos 90 ao montar duas empresas (câmbio e factoring) no ramo de, digamos assim, prestação de serviços. Principal símbolo do colunismo social de Brasília, a então emergente Wilma desfilava roupas de grifes caras, costumava ser vista a bordo de carrões importados e recebia em sua mansão alguns dos principais políticos do país, a quem servia faustosos jantares regados a champanhe e temperados com pó de ouro. A casa de Wilma caiu há dois meses. A socialite foi condenada a uma pena de seis anos de prisão sob a acusação de ter montado um esquema criminoso para legalizar propinas recebidas por um dos principais símbolos da corrupção nacional, o ex-deputado João Alves, um dos célebres anões do Orçamento. Divorciada, mãe de dois filhos, Wilma teve de trocar a vida de badalação por uma cela do tamanho do lavabo de sua casa. Depois de uma temporada em regime fechado, ela foi liberada para trabalhar de dia. Todas as noites, porém, volta para o xilindró. Baixo-astral? Que nada. Wilma continua saltitante. "Sou chiquérrima", diz ela, sem perder a pose.”(...)
Veja – A senhora se sentiu discriminada na cadeia pelo fato de ser rica?
Wilma – Não. Ao contrário: as detentas adoram o fato de eu ser socialite. Elas dizem que, se tivessem o dinheiro que eu tenho, pagavam o melhor advogado e não ficavam presas nem mesmo por um minuto. Mas a minha situação na cadeia não está tão ruim assim para ficar gastando dinheiro à toa. Um advogado me disse que liberdade não tem preço. Tem, sim. Acho melhor cumprir a pena do que entregar a ele quase tudo o que ganhei na vida.
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