Não sou afro-descendente.
Como Gloria Maria me considero apenas negro. Os africanos foram, em muito culpados pela escravidão no Brasil.
Assim como não haveria holocausto de não tivesse havido "judeus", não teria havido escravidão se não existissem os escravocratas "africanos".
Minhã avó, uma bela negra, filha de escravos nascida liberta pela Lei do Ventre Livre, casou-se com um guapo português, dando origem a família que conheço, mãe, tios e sobrinhos.
Com esse "pé na cozinha", minha mãe, de traço nenhum negro, nem nos cabelos casou-se com meu pai, negro paulista, galante e de tez afinada.
Embora hoje me considere negro, classificam-me de moreno, mulato, pardo, conforme a conveniência do interlocutor(a), ou do seu maior ou menor racismo.
Anos de análise me fizeram curar as chagas dos primeiros anos de vida.
Rejeitado pelos negros, rejeitado pelos brancos, os morenos ou mulatos eram como que um bando de sem-pátria na minha infância.
Hoje acho graça dessas leis de inclusão, e do excesso de manifestação "branca" em favor dos negros.
Curar o "vitimismo" ou o "racismo" só com muita reflexão, e no meu caso divã.
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