Tenho que concordar com a opinião da queridinha das redes, Ruth Manus, simplicidade não rima com ser burguês.
Garoto de bairro, passei minha vida inteira tentando me transformar num bom burguês.
De repente veio a idade, e junto a roça, para me mostrar que a vida burguesa é a coisa mais chata do mundo.
Viajar por que todo mundo viaja, ter carro do ano por que todo mundo tem, aceitar o pensamento do mainstream sem contestação, ser politicamente correto mesmo que isso fira nossos princípios mais elementares, e por ai vai.
A vida burguesa não é nossa, é a vida dos outros, a moda, os costumes, os padrões impostos pelos formadores de opinião.
Quantas vezes a gente não sai de um casamento com aquele sapato apertado, e por vergonha não caminha descalço?
O palavrão contido, o banho de chuva, o nu na varanda, tanto que a gente perde de pequenos prazeres com medo do que o outro irá pensar.
Outro dia sentei numa galeteria no centro do Rio, e no meio daquele bando de candidatos a executivos comendo de garfo e faca, comi a tenra ave com a mão. Que delícia!
Hoje, setentão meus prazeres são aqueles que deixei para trás no bairro da periferia em que morava.
Não são poucos os que vem a minha casa pensando em comer a comida de Chef que faço para sobreviver, e tem de encarar a comidinha simples da roça feita com a mesma qualidade.
Finalmente chutei o pau da barraca, larguei a fubica na garagem, e saio por ai no buzão puxando papo com todo mundo que encontro pela frente. E são justamente os da burguesia os mais travados para uma conversa com um desconhecido, uns chatos!
Talvez o segredo deste desfrute, sem querer ser arrogante e vulgar, tenha sido a preservação da minha criança natural, alma de moleque carioca, galinha, suburbano, de espírito medíocre naquilo que diz respeito a simplicidade, mas que não perdeu a cordialidade e a educação, pois a sedução do sorriso daqueles que tem alma de criança, merece.
Garoto de bairro, passei minha vida inteira tentando me transformar num bom burguês.
De repente veio a idade, e junto a roça, para me mostrar que a vida burguesa é a coisa mais chata do mundo.
Viajar por que todo mundo viaja, ter carro do ano por que todo mundo tem, aceitar o pensamento do mainstream sem contestação, ser politicamente correto mesmo que isso fira nossos princípios mais elementares, e por ai vai.
A vida burguesa não é nossa, é a vida dos outros, a moda, os costumes, os padrões impostos pelos formadores de opinião.
Quantas vezes a gente não sai de um casamento com aquele sapato apertado, e por vergonha não caminha descalço?
O palavrão contido, o banho de chuva, o nu na varanda, tanto que a gente perde de pequenos prazeres com medo do que o outro irá pensar.
Outro dia sentei numa galeteria no centro do Rio, e no meio daquele bando de candidatos a executivos comendo de garfo e faca, comi a tenra ave com a mão. Que delícia!
Hoje, setentão meus prazeres são aqueles que deixei para trás no bairro da periferia em que morava.
Não são poucos os que vem a minha casa pensando em comer a comida de Chef que faço para sobreviver, e tem de encarar a comidinha simples da roça feita com a mesma qualidade.
Finalmente chutei o pau da barraca, larguei a fubica na garagem, e saio por ai no buzão puxando papo com todo mundo que encontro pela frente. E são justamente os da burguesia os mais travados para uma conversa com um desconhecido, uns chatos!
Talvez o segredo deste desfrute, sem querer ser arrogante e vulgar, tenha sido a preservação da minha criança natural, alma de moleque carioca, galinha, suburbano, de espírito medíocre naquilo que diz respeito a simplicidade, mas que não perdeu a cordialidade e a educação, pois a sedução do sorriso daqueles que tem alma de criança, merece.
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