sexta-feira, 27 de abril de 2007

Os pudores dos jornalistas do Rei

Não entendo esse pudor que tomou conta de todos que lidam com a mídia. Agora é o Congresso que se faz melindrado. Essa gente precisa saber que Arnaldo Jabor assimilou o padrão de atrevimento da mídia americana, que imperou comodamente aqui até a ascensão do nosso querido e amado Rei Luiz, com respeito lá, a primeira emenda, e aqui a lei de imprensa. Não consigo entender como um governo feito de operários, que basicamente se expressa num linguajar chulo, cheio de ofensas e impropérios de repente se torna tão cioso do sentido das palavras. Assistissem a qualquer comício ou bate-papo de Vossa Majestade nos tempos de operário-candidato ou líder sindical, e veriam as belas palavras com que premiava os adversários. Palavrão era palavra de carinho à época. Agora, quando se tenta elevá-lo a categoria de mito nada pode. Vai-se ao passado e busca-se Carlos Lacerda, e golpe e imprensa burguesa são as citações mais comuns. Será que aqueles que pregam tão autoritárias mudanças contra o tal "nefasto jornalismo de insulto" não estiveram algum dia do outro lado e jogaram "pedra na Geni" . A propósito, canalha não é palavrão. Significa "gente reles, ralé; pessoa infame, vil". E qual conceito os que querem mudar a lei acham que o nosso povo tem do nosso político? O problema de Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo e Arnaldo Jabor é que além de terem a seu lado o talento, a mestria do bater sem dizer um único palavrão tem a seu lado o dicionário. E é o que falta a muitos que tentam ver "pelo em ovo", e escrevem unicamente com a emoção. Por isso é que o PHA entrou tão bem no jogo e não consegue levar o Serra, o FHC a irritação. Sabe que do outro lado tem gente inteligente que conhece os limites da liberdade de expressão.

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