quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Uma ode ao puxasaquismo

Paulo Henrique Amorim, aquele apresentador do "Fantástico" da TV-Record aos domingos, e que desde que foi demitido da Globo não esquenta cadeira em lugar nenhum - Bandeirantes, Terra, Cultura... -, descobriu uma maneira de descolar algum do governo: puxar o saco do Lula! Primeiro perdeu o emprego de porta-voz para o Franklin Martins, agora cobiça o papel de "Paulo Markun" da TV-Pública, com extensão na Internet atráves do grande portal cibernético articulado pelo "pau-mandado" Helio Costa (este saiu da Globo pela porta da frente). No seu afã de querer agradar o senhor é convidado a todo seminário da TV-Pública (deve receber um cachê altíssimo) para falar aquilo que o governo e o PT gostam de ouvir: atacar a Globo e a chamada "grande imprensa". Num post de hoje, além de citar o site de referência para o seu "Conversa Afiada", o "DailyKos" mostra como gostaria de ser conduzido por um "conselho editorial" para acabar com "monopólio da mídia conservadora e golpista". Leiam:

(Primeiro o comentário que postei no blog dele):

"...enquanto isso no palácio do planalto o saco do presidente Lula tava todo babado. Não bastasse puxar o saco você chupa... Assim vc leva o homem ao orgasmo!"

Agora o post dele que motivou meu comentário:

". Reproduzo o roteiro da exposição que fiz nesta quarta-feira, dia 22, em Salvador, no “Workshop de Programação para a TV Pública”:
. Tomar cuidado para não parecer que estamos em 1450 a discutir os tipos móveis de Gutenberg.
. Prefiro tratar de TV Pública barra Internet.
. Sugiro que a questão seja tratada, a quatro mãos, pelo Ministro Franklin Gil e o Ministro Gilberto Martins.
. Um, o da TV Pública; outro o do espaço virtual, sideral, cibernético, futurístico.
. Qual é o modelo de negócio do Ministro Franklin Gil ?
. Deveria ser o negócio da “produção de conteúdo”.
. Tornar viável do ponto de vista comercial e da qualidade
a produção de conteúdo em vídeo – entretenimento ou jornalismo.
. Tornar-se uma espécie de “fundo”, “BNDES” para criar conteúdo que seja entregue em TV pública, TV por assinatura, TV comercial, internet, YouTube, Ipod, rádio comunitário, TV comunitária, o que for.
. Não esquecer que as vendas de computadores dispararam (
clique aqui para ler a entrevista com o presidente da Positivo Informática), vem aí o computador de US$ 100 do Negroponte, e a Infovias.
. Quando Franklin Roosevelt se elegeu a primeira vez, de cada dez jornais americanos, 6 eram contra ele.
. Roosevelt deu o salto à frente na tecnologia: foi para o rádio e criou o “fireside chat”, o “café com o presidente”.
. Hoje, o DailyKos, um blog, é um ponto de referência política nos Estados Unidos.
. Dias atrás, organizou uma convenção em Chicago dos representantes das “net roots”, com 1.500 participantes e TODOS os candidatos à Presidência pelo Partido Democrata.
. É a democracia on line.
. A multiplicação das possibilidades de criar espaços públicos de discussão.
. Meu amigo Fernando Lyra tem um neto de seis para sete anos que compartilha o computador dele.
. Um dia, Fernando chegou em casa, abriu o computador e estava num site: “chupandorola.com.br”.
. Chamou o neto e perguntou: “Menino, o que é isso aí?”
. O menino respondeu: “Sei não, eu tava passando, esbarrei o cotovelo e apareceu isso aí...”
. Já que o tema desse painel é jornalismo na TV pública:
. A maior contribuição que o jornalismo da TV pública pode dar ao Brasil é acabar com a pajelança, o vatapá em que se transformou o jornalismo da tevê brasileira – falo do jornalismo da Globo.
. Você não consegue distinguir o que é amendoim e o que é camarão seco: o que é fato e o que é opinião.
. A Miriam Leitão é o exemplo mais expressivo disso, porque, como Deus, ela é onipresente – multimediaticamente onisciente.
. Ela é “colunista” e tem o direito de dizer o que ela pensa – em qualquer mídia, sobre qualquer assunto.
. O maior âncora da televisão americana, Walter Cronkite, NUNCA deu a opinião dele.
. Deu uma única vez, na verdade.
. Ao voltar do Vietnã, onde ancorou o jornal da CBS e fez várias reportagens, achou que tinha o direito de dar a sua opinião.
. Apareceu num enquadramento diferente, com a legenda embaixo: “editorial”.
. Dizem que Lyndon Johnson viu o programa e disse: “Se eu perdi Cronkite, perdi a classe média americana”. E não se candidatou à reeleição.
.
Aqui, na TV Globo, a paginação, as cabeças, a entonação dos repórteres, a reação dos âncoras – os olhares, os sorrisos matreiros –, os assim chamados “colunistas” - tudo é um editorial.
. E o que dizem os editoriais?
. São como os três jornais nacionais impressos –
Globo, Folha e Estadão: anti-Lula, como foram, no passado, contra qualquer Governo trabalhista e a favor do regime militar.
. (Não trato da Veja, porque considero a ultima flor do Fascio.)
. O jornalismo da TV pública e da/na internet deveria se inspirar no Murdoch.
. O pai de todos os reacionários da indústria da mídia mundial se submeteu a um conselho editorial ao comprar o Wall Street Journal.
. O Murdoch se submeteu mais ao seguinte: ele não pode nomear os editorialistas do Wall Street Journal. E muito menos escolher os colunistas.
. Imagine ! O Murdoch, se quisesse, não poderia escolher a Miriam Leitão !
. A TV pública da e na Internet deveria se inspirar, de novo, no Murdoch.
. Ele comprou o Wall Street Journal para fazer uma grande plataforma na Internet, pendurar todos os produtos dele lá, inclusive os vídeos da Fox, da futura Fox Business News e da SkyNews.
. (Imaginem o que o Murdoch vai fazer na Internet com o brand “Wall Street Journal”.)
. Por falar nisso, qual vai ser o brand da TV Pública da e na Internet ?
. (Na área de televisão e sites, o Governo Federal tem, aproximadamente, 4 mil 789 brands ...)
. Mas, não podemos perder o fio da meada.
. Por que a TV pública entrou na agenda do país ?
.
Porque a mídia conservadora (e golpista !) – especialmente a edição do Jornal Nacional que ignorou o desastre da Gol para mostrar a foto dos aloprados e a cadeira vazia do presidente Lula no debate da Globo, principalmente essa edição do Jornal Nacional (a obra prima da Ali Kamel) – levou a eleição para o Segundo Turno.
. Nenhuma sociedade democrática do mundo tem uma mídia com três jornais e uma rede que, com 50% da audiência, detém 70% da publicidade.
. (Omito, aqui, de novo, a última flor do Fascio.)
.
Portanto, a questão da democracia brasileira – e isso precede e transcende o Governo Lula – exige enfrentar esse monopólio da mídia conservadora e golpista.
. (Neste ponto, li trechos da entrevista que Marilena Chauí me deu e tinha sido lida por um bom número de pessoas na platéia. Clique aqui para ler “A Invenção da Crise”, que trata do papel da mídia e da televisão na “crise aérea”).
.
A mídia conservadora e (golpista !) provou que o Presidente Lula derrubou o avião da Gol.
. Derrubou o avião da TAM.
. A queda do índice Dow Jones vai dizimar o parque industrial e as terras agriculturáveis do Brasil. Só São Paulo e a Avenida Berne – onde fica o prédio da Globo – permanecerão de pé.
. Depois da crise do Vavá, virá a do Vevé, do Vivi e do Vovó e do Vuvu.
. O Presidente Lula dá a impressão de confiar que, sempre, virá uma nova pesquisa de opinião pública para demonstrar que ele fica imune às “acusações” da mídia conservadora (e golpista!).
. Concorda com a professora Chauí: a mídia sempre será capaz de solidificar, cristalizar imagens, conceitos, estereótipos, estigmas.
. Espero que a TV pública da e na Internet, plural, com um jornalismo que distinga o fato da opinião, seja UM dos instrumentos a combater o permanente esforço golpista da mídia brasileira.
(Em tempo – esse roteiro não corresponde exatamente ao que falei. No calor da hora, mudei alguma coisa, mas não o essencial. Troquei adjetivos. Os substantivos são os mesmos ...)".

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