É preciso tomar cuidado com as aparências, o juiz Sérgio Moro não é um deus, e a Globo nem sempre é a verdade!
No depoimento de ontem do Eduardo Cunha, ficou claro o quanto ele é um juiz midiático, que se apóia no noticiário dos jornais para elaborar suas sentenças, mais que nas investigações e nos autos do processo, para alcançar sucesso em suas decisões de primeira instância.
Alias, esse papel da imprensa como um subproduto do judiciário também deve ser questionado.
A linha de condução de uma entrevista, em que a palavra se sobrepõe ao fato, não pode ser a mesma da argumentação de um juiz, pois muitas das vezes serve mais a vendetas pessoais e econômicas que ao interesse público.
Ao assistir o interrogatório, além do fato de o juiz Moro se prender demais as entrevistas dadas pelo réu aos jornais, uma outra coisa me chamou atenção, o papel da jornalista Cláudia Cruz nesse processo e em relação a Rede Globo.
Pois bem, Cláudia Cruz venceu a Globo em uma disputa trabalhista milionária, em que o elemento de fundo era um desses pilares da imprensa moderna, o trabalho como PJ que exime as empresas de diversas obrigações com os jornalistas que abriga, e leva para os editoriais a responsabilidade pelas opiniões do jornal. Com a figura do jornalista PJ o órgão de imprensa é apenas um organizador de notícias, e não mais o seu criador.
Sabendo-se da onipotência das Organizações Globo com relação as suas verdades, e da sua vaidade com o que é seu, e que, por conquistas de mercado, já a levou a diversas batalhas "jornalísticas", o elemento da dúvida se faz necessário, cuidado extendido também a tudo aquilo que a imprensa transforma em clamor.
"A quem interessa?" é a pergunta que me faço, sempre que me deparo com uma notícia de jornal, e nesse caso do Eduardo Cunha os interesses não são tão difusos assim para se ter absoluta certeza do que há por trás de tanto clamor.
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