sábado, 3 de julho de 2021

As passeatas que pararam o Brasil

AS PASSEATAS QUE PARARAM O BRASIL
#OEstragaRaça

Depois de anos de muito ardor juvenil, envelheci e me transformei num pragmático de carteirinha. Em 92, filhas adolescentes, cheias de gás, tinha um contrato com uma estatal. As meninas não entendiam nada de política, iam atrás daquela bagunça de pintar a cara, e dar umas paqueradas. Falei com elas, "se perder esse contrato, vocês perdem a mesada!". Não adiantou, Collor caiu, Itamar entrou, e a gente só foi ter um refresco em 95/96, com o plano real. Em 2013, de novo as ruas, Dilma tinha estuporado com a economia, e os ganhos da marolinha do Lula foram para o brejo. Um pouco mais esperto, fechei o negócio que tinha e fui viver da merreca do INSS. Foram anos difíceis de aguentar, recessão, inflação alta, confesso que cheguei a passar fome. Em 2017, uma armação da Globo, com um promotor cachaceiro, e um empresário tentando se livrar da cadeia, levou o povo às ruas de novo. Temer resistiu, deu tudo que os políticos queriam - verbas, cargos, etc. - e conseguiu, bastante chamuscado, permanece no poder até o fim. Entregou ao sucessor um país nos trinques. Mas aí a Lava Jato já tinha prendido o LILS, e levado o país a radicalização esquerda/direita. O novo governo, até que tinha boas ideias, bem ao gosto dos liberais, mas como o presidente é um populista de carteirinha, bazofeiro falador, e sem nenhuma finesse, a burguesia nacional não gostou, LILS foi solto, e as esperanças de retorno ao poder ganharam voz. Querem o impeachment, e se esse vingar (e vier), lá para 2° semestre do ano que vem teremos o resultado, com tudo parado, inflação mais alta, bolsa em queda, e nada da pauta liberal avançando. Se a esquerda voltar, teremos uns dois anos daquele papo de herança maldita, e lá pra 2024, com sorte e uma nova marolinha, tudo volte ao eixo. Mas aí, que se dane, talvez lá do céu estarei dando boas gargalhadas com as novas manifestações, em clima de guerra civil. #OEstragaRaça

Um comentário:

Unknown disse...

Como dizia minha avó: vaso ruim não quebra.
Você vai estar bem velhinho e não terá visto tudo do que as pessoas fazem pelo poder.