O jornalismo é uma profissão importante para a democracia, deve ser conduzido com seriedade, sem comprometimento com grupos, políticos ou econômicos.
A crise que estamos vivendo, além de ser uma crise moral e política, é também uma crise do jornalismo.
O presidente americano, recentemente, chamou a imprensa de seu país de "desonesta", por estar atuando de maneira preconceituosa em relação a ele.
Nessa crise, o papel do Sistema Globo de Informações está exercendo uma função que vai no sentido contrário a do bom jornalismo.
Ao invés de checar as informações recolhidas pelo jornalista Lauro Jardim de uma fonte em off, o Grupo Globo tratou de replicá-la rapidamente em suas mídias televisivas em plantões de urgência, tomando seus termos como totalmente verdadeiros, e sem nenhuma falha que necessitasse chegar ou corrigir.
O que aconteceu foi que essa postura com a notícia, que continha falhas graves, além de causar um enorme prejuízo financeiro ao país, levou a paralisação de reformas que dariam aval a investimentos importantes em diversas áreas.
E o que temos agora na sequência dos dias que se seguiram a informação é sui generis. Enquanto a maioria dos órgãos de imprensa se põe a averiguar e investigar a denuncia, seus motivos e personagens, o Grupo Globo sai em campo para desmentir e ridicularizar as matérias investigativas de colegas da própria Imprensa, as quais põe em dúvida as informações das suas reportagens, e a reforçar as teses dos investigadores, agindo não como um veículo de informação fazendo o bom jornalismo investigativo, mas como divulgador de todas as teses da acusação contidas na construção de seu pedido inicial ao STF, reforçando assim como partícipes a visão dos promotores, sem por em dúvida os interesses corporativos que possam estar por trás da investigação, e erros na condução do processo, e sem levar em conta na mesma intensidade a versão dos acusados, como está fazendo a maioria dos outros jornais, sites e revistas.
Para mim, isso é desonestidade. Em nome do combate a corrupção, tentam assegurar para si a audiência e concordância da grande parcela da sociedade que, indignada clama por mudança na política nacional, sem prejuízo da verdade dos fatos.
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