Na internet todo mundo mete o dedo na ferida, ou no nariz do outro. Tanto faz se sobre política, economia ou comportamento. O importante é cutucar, informar, ter opinião sobre tudo, seja fazendo graça ou falando sério. Por isso estamos aqui para pensar, falar das injustiças contra minorias e países, e dar nosso palpite sobre a fábula do enfraquecimento moral desse país, suas mazelas e problemas, pois não queremos carregar a maldita herança que estão querendo nos deixar.
segunda-feira, 9 de outubro de 2006
As sandálias da humildade
A novidade de ontem no debate da Band foi o fato de o presidente em exercício ter que ouvir poucas e boas cara a cara, na "lata". Tivesse Lula se acostumado durante todo seu mandato a conceder entrevistas coletivas, a ir ao parlamento debater com deputados e senadores (só não assume o parlamentarismo do nosso regime quem não quer) teria evitado a catástrofe de termos um presidente nocauteado num estúdio de TV. No poder a platéia é composta normalmente por bajuladores, puxa-sacos, gente que vive para dizer aquilo que o presidente gosta de ouvir - que ele é o maior presidente que o Brasil já teve na sua história, e que nada do que foi construido por ele ninguém pensou antes em fazer -. Bem ou mal Alkmin representou o pensamento de quase metade do povo brasileiro que a muito tempo andava querendo dizer ao presidente "umas verdades". É aquela coisa que os seguranças impedem de deixar você caminhar solto pelas ruas e poder ouvir um impropérios, ganhar um tomate na cara de algum engraçadinho (lembram do José Dirceu levando uma guardachuvada, ou do José Sarney ganhando uma machadada). Só assim um governante desce da sua empáfia e veste as sandálias da humildade.
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