Nos tempos de estudante encarei batalhas campais contra a polícia militar.
Eram tempos de ditadura e ainda não tinha sido editado o AI-5.
Ninguém tinha pau ou pedra nas mãos. Tínhamos a garganta para gritar e perns para correr.
Quando uma ou outra bomba de gás lacrimogêneo não explodia, devolvíamos na direção dos policiais.
Para minimizar o efeitos do gás lacrimogênio algumas meninas faziam xixi na calcinha e colocavam no rosto.
Os mais exaltados partiam para a briga corporal com os policiais.
Difícil era fugir dos danos das bombas de efeito moral. Quando explodiam machucavam e faziam as artérias sangrar.
Hoje a garotada, cooptadas as entidades estudantis pelas esferas do poder, volta as ruas para protestar. Aumento das passagens, proteção a índios de rg duvidosa, qualquer assunto que pegue pela internet, tendo o facebook como palavra de ordem.
Cobrem os rostos como bandidos, lançam paus e pedras em qualquer alvo que virem pela frente, impedindo o direito de ir e vir de milhões de cidadãos.
Tempos atrás tínhamos a simpatia da população, e as manifestações muitas das vezes se dava por entre os veículos em movimento.
Hoje depreda-se coletivos, em alguns locais incendiados.
A juventude é assim, adrenalina, hormônios a flor da pele, que quando não carreados para motivações mais nobres, transformam suas ações em vandalismo.
A crise das passagens é mais uma (e não será a última) no cenário de decadência moral em que a política se meteu nesses últimos anos.
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