Uma vez assisti a uma audiência de julgamento.
Interrogava-se uma testemunha, a qual teria presenciado o assassinato do irmão de uma amiga.
O advogado do réu, um policial conhecido e temido na região em que os fatos ocorreram, e para quem a testemunha já havia trabalhado, ficava andando de um lado para o outro, passando diante do sujeito com um olhar intimidativo.
A testemunha, um homem simples e chegado a umas cachaças, quando perguntado pelo juiz, negou tudo o que tinha tido no inquérito.
E lá pelas tantas, diante de tantas negativas e das tentativas de intimidação do advogado, ameaçou prender os dois, ao bacharel caso ele não parasse de intimidar a testemunha, e a essa para que falasse a verdade que os autos gritavam.
Daí por diante, aquele circo já tinha me causado nojo e irritação, com todos os que pranteavam a vítima e clamavam por justiça lançando ao ar o seu olhar de vergonha.
Conto este fato para falar do mensalão.
José Dirceu esteve assistindo em casa ao seu julgamento, na companhia de amigos.
Pela televisão assistiu ministros que lhe pediram favor para a nomeação, outros com quem trabalhou, e demais com quem teve íntima convivência, por si ou por quem os nomeou.
Qual será o peso dessa "intimidade" na sua prisão só ficaremos sabendo quando terminar a análise dos chamados "embargos infringentes".
Nenhum comentário:
Postar um comentário