Acho precipitado o apoio incondicional ao "Mais
Médicos" como programa de saúde pública.
Os que o fazem por envolvimento político com o governo, tudo
bem. Não fazem mais do que seu papel de manutenção das suas boquinhas
ideológicas.
Agora, aqueles que por ingenuidade acreditam no programa a
partir da propaganda na televisão, desculpe, mas estão redondamente enganados.
Vamos aos fatos.
Havia uma negociação entre a classe médica e o governo para
extensão de melhorias na saúde. Só que esta negociação empacou, por que feita
com entidades de classe queriam melhorias para todos os médicos, e não só
gratificações para programas específicos.
O governo já tinha uma oferta de médicos cubanos antes do
programa no formato anunciado.
Seu contrato com a OPAS é anterior ao programa, e já estava
para ser anunciado como opção ao impasse com a classe médica.
Sobre os cubanos um adendo. Já estiveram por aqui quando das
primeiras equipes do Programa de Saúde da Família.
Só que naquela ocasião a negociação era feita entre governo
de Cuba e Prefeituras, e por diversas questões foi a pique.
Agora Cuba descobriu a fórmula milagrosa. Tem a garantia da
OPAS e o convênio é assinado via governo federal, que repassará os médicos para
as prefeituras.
Com isso Cuba transformou sua principal escola de medicina
numa verdadeira fábrica de médicos para levar divisas ao falido país.
Voltemos ao "Mais Médicos".
Os jornais de hoje começam a apontar o verdadeiro queijo
suíço que é o programa.
Médicos desistindo, falta de estrutura e desinformação
contratual.
Os que apoiam o fazem sem conhecer a realidade destes
rincões para os quais serão mandados os abnegados profissionais que toparam as
precárias condições trabalhistas do programa.
Neste quesito posso meter minha colher.
Moro na zona rural de Araruama, cidade da região dos lagos
do Rio de Janeiro.
Aqui não é difícil se ver o descolamento entre a propaganda
oficial e a realidade.
Em qualquer área que apontada como tendo havido ação do
governo nestes últimos 13 anos, não é difícil conferir a mentira.
Transporte, educação, saneamento, energia, moradia,
comunicação e saúde tudo é precário quando se trata do mais pobre.
No lugarejo onde fica a propriedade que moro, para não é
mais longe a vida mais pobre é muito dura, embora a 20km do centro municipal.
O posto de saúde, que deveria ser um PSF funciona como posto
fixo de atendimento ambulatorial, só tendo médico as 2ª e 6ª feiras. Um bando
de funcionários auxiliares fica por ali vagando, muitas vezes do lado, pois o
local só tem uma mesa e três cadeiras. Ou seja, quando o médico está atendendo
o funcionário tem que ir para fora.
O médico que atendia anteriormente levou um beiço da
prefeitura e desistiu.
Fosse eu um jovem formando de medicina que chegasse ao lugar
desistiria na hora.
E não me venham com esse papo de "boicote". Isso é
conversa para boi dormir.
Ninguém se forma numa escola de medicina de primeiro mundo,
com a sofisticação dos equipamentos dos hospitais universitários para voltar
aos tempos de Hipócrates.
Esse governo, que ai já está há 13 anos já teve tempo e
dinheiro para dar uma solução mais consistente do que um simples "Mais
Médicos".
Encontrou um SUS formulado, encontrou Programas de Saúde da
Família testados e em andamento, e nada fez por pura incompetência, e agora se
aproveitando da grita popular, e para dar apoio aos irmão cubanos veio com essa
história de "Mais Cubanos", ou melhor "Mais Médicos" para
enganar o povo e sobreviver no poder.
Trouxas são os gepetos que acreditam no Ministro "Pinóquio" Padilha.
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