terça-feira, 3 de setembro de 2013

Para entender porque somos contra a intervenção americana na Síria


As vitórias obtidas pelos radicais islâmicos na Líbia, Egito e Marrocos levaram-os a crer que não seria preciso negociar a queda de Hafez Assad na Síria, pois teriam a ajuda da ONU, como tiveram em toda a chamada "primavera árabe". 
Só que esta sublevação só ocorreu contra as chamadas ditaduras laicas, não era contra todas as ditaduras do Oriente Médio, como as da Arábia Saudita, Jordânia, Turquia. Logo não era a favor de mais democracia, mas de interesses distintos na região. 
A Síria vive uma ditadura. Hafez Assad reprime sua oposição com mão de ferro, como fazem todos os países da região - prisões, tortura, confinamento. 
Além disso tem um dos melhores exércitos da região, que já enfrentou Israel e esteve no Líbano durante longo tempo a garantir o modelo laico de divisão de poder que se implantou no país. 
Acrescente-se a isso os interesses de russos e chineses no Irã, que perceberam rapidamente os movimentos que se faziam na ONU pelo "eixo do mal" (americanos, ingleses e franceses) e temos o surgimento de uma nova geopolítica para a região. 
Sem Hafez Assad a Síria viveria uma barbárie pior do que a que está vivendo com esta guerra civil, e o alvo seriam os alauitas e cristãos. 
Logo, qualquer solução para a Síria deve ser negociada, e não será através da guerra que o Oriente Médio terá paz. 
Israel, com sua política armamentista não conseguiu dar paz a Palestina, impedindo por todas as vias a criação de um estado palestino. 
Iraque, Líbia, Egito, Marrocos tampouco, vivem uma sangrenta guerra civil com milhares de mortos em atentados. 
Diversos negociadores passaram pela Síria, e em muitas das ocasiões Assad acenou com reformas, que embora tênues encaminhavam uma negociação. 
No entanto os rebeldes, fomentados pelos agentes do Eixo do Mal, em particular pela Sra. Hillary Clinton e seu lacaio Ban-Ki Moon, juntamente com os aliados israelenses e as ditaduras monásticas do Iemen, Arábia Saudita e Marrocos, que tem assento especial na Casa Branca, querem o contrário. A queda pelas armas ou a renuncia incondicional, o que levaria a Síria a mesma situação de impasse dos outros países em que a chamada "primavera" ocorreu. 
Por isso, e como disse alguém, que não existe um lugar em que os americanos atuem com sua política de guerra que não fique pior, somos contra a invasão americana na Síria.

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