terça-feira, 26 de setembro de 2006

Bronca é arma de otário!

Aprendi que esta máxima em política não funciona. O que eu já vi de gente desancando adversários, e depois beijando a mão não é brincadeira. No entanto esta máxima só funciona enquanto não ganha o terreno do ressentimento. Quando era funcionário público, no antigo Ministério da Viação e Obras Públicas era ministro Juarez Távora. Eram os primeiros anos do golpe militar e ele tinha que mostrar serviço. Fez a limpa no movimento sindical, bastante atuante, fechando sindicatos, acabando com as estradas de ferro, estaleiros e tudo que havia na sua área ligado ao operariado que apoiava Jango Goulart. A solução que ele encontrou para tratar com aquele bando de gente foi colocá-los em disponibilidade, em casa, sem trabalhar. Mais tarde, depois da sua saída, o pessoal começou a voltar a trabalhar em funções administrativas. Intrigava-me toda aquela bronca do Juarez Távora com o movimento sindical. Foi ai que ouvi a historinha de um ex-estivador que vou contar. Juarez Távora era candidato a presidente da república contra João Goulart, e entrou numa de fazer um comício nas Docas. Almofadinha que era, bem estilo Geraldo não agradou. Recebeu uma enorme vaia, e teve que sair corrido para não ser agredido. Eis que aparece um estivador mais ousado e enfia a mão, com o fura-bolo esticado bem no rabo do militar. Dizem que ele olhou para trás enfurecido, e mirou no olho do engraçadinho com aquele olhar "vou me vingar". Até que veio a revolução e ele acabou com a "raça". Agora me pergunto: será que não foi mais ou menos isto que aconteceu com o Paulo Henrique Amorim para demonstrar tanto ódio do FHC? Só Freud explica.

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