Na internet todo mundo mete o dedo na ferida, ou no nariz do outro. Tanto faz se sobre política, economia ou comportamento. O importante é cutucar, informar, ter opinião sobre tudo, seja fazendo graça ou falando sério. Por isso estamos aqui para pensar, falar das injustiças contra minorias e países, e dar nosso palpite sobre a fábula do enfraquecimento moral desse país, suas mazelas e problemas, pois não queremos carregar a maldita herança que estão querendo nos deixar.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Relatos do genocídio israelense em Gaza
""Eu estava dormindo com minhas irmãs quando de repente acordei", conta Reem Baloosha, de 13 anos, descrevendo a noite do último domingo, quando suas cinco irmãs foram mortas por um ataque aéreo israelense.
“Eu me vi sob escombros, as pedras me pressionando. Olhei em volta e minha irmã também estava sob os escombros, ela estava morta”.
Eu visitei a família de Reem no campo de refugiados de Jabaliya, ao norte da Faixa de Gaza. A casa onde eles viviam se tornou uma pilha de escombros. Não havia nada além de poeira e pedras misturadas com algumas roupas de meninas e livros escolares.
Não sobraram para os pais nem mesmo fotografias das filhas mortas, todas elas foram perdidas em meio aos escombros.
O pai delas, Anwar, estava sentado velando as meninas. A mãe delas estava em estado de choque, quase sem consciência. Eles pareciam muito chocados até mesmo para chorar.
“Se elas estivessem construindo foguetes (para atacar Israel), eu não estaria tão triste assim, mas elas estavam esperando pela volta da luz elétrica para estudar para os exames. Eu tenho oito filhas, cinco delas foram mortas”, diz Anwar Baloosha.
Janelas quebradas
Pessoas no hospital Shifa, na Cidade de Gaza, sentiam o mesmo sofrimento.
Há muitos jovens feridos nos ataques, pessoas que perderam partes de seus braços ou pernas ou que estão ligadas a tubos de soro, mas que não podem ser removidas para unidades de tratamento intensivo.
Centenas de pessoas chegam ao local para visitar seus parentes. Algumas passam a noite no hospital, dormindo no chão, em cadeiras, ou simplesmente ficando sem dormir. Se você olhar em seus olhos, perceberá que alguns não dormem há dias.
Na noite de segunda-feira, fazia bastante frio e uma chuva forte caía sobre a Cidade de Gaza. Algumas das janelas do hospital estavam danificadas e haviam sido cobertas com plástico, folhas ou estavam simplesmente abertas.
Não havia aquecimento. A equipe do hospital apenas cobria os pacientes com folhas e cobertores.
Eu também estive na parte oeste da cidade. Havia uma grande fila fora de uma padaria. Crianças, homens e mulheres estavam esperando por pão.
Alguma ajuda humanitária chegou à região, mas muitas pessoas não têm farinha ou gás de cozinha para poder fazer pães em casa.
Hossein Saad, de 56 anos, conta que há alguns anos ele costumava trabalhar em Israel, mas que agora não tem emprego para sustentar as 13 pessoas de sua casa.
“Eu não tenho farinha ou gás, eu não tenho nada em casa”, conta.
“Antes que você pergunte sobre o que há para comprar em Gaza, pergunte se as pessoas têm dinheiro ou não para comprar alguma coisa”, diz Saad.
Trovões
Na manhã em que eu estive na praça central da Cidade de Gaza, que normalmente fica cheia de pessoas e carros de todas as partes da região, ela estava silenciosa.
Havia apenas umas poucas barracas vendendo carne enlatada e queijo, além de lamparinas a gasolina.
Mostaja Abbas, 55, que foi à praça para comprar um novo pavio para sua lamparina, contou que os doze membros de sua família passaram os últimos dias apertados em um único cômodo da casa.
“Achamos que esta é a área mais segura, longe das janelas. Nunca vimos uma situação como esta em toda a história dos palestinos”, ele diz.
Ayman Atalla, de 38 anos, pai de três crianças, afirma estar temeroso de sair às ruas da cidade.
“Por dias eu não saí de casa. Nós não podemos prever onde será o próximo ataque e eu posso ser atingido por um deles”.
Ele conta que disse a seus filhos que estava chovendo durante os ataques da última segunda-feira.
“Eu falava para eles que eram apenas trovões, para não ficarem preocupados, não terem medo”, conta."
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Não fiquemos indiferentes diante deste genocício
"Um relator da ONU para os territórios palestinos acusou Israel de cometer "atrocidades chocantes".
Richard Falk disse que a comunidade internacional precisa pressionar mais Israel para por fim aos ataques na Faixa de Gaza.
"Israel está cometendo uma série chocante de atrocidades ao usar armamento moderno contra uma população indefesa - atacando uma população que vem enfrentando um bloqueio rigoroso há vários meses", afirmou Falk em entrevista à BBC.
Segundo a ONU, pelo menos 62 dos palestinos mortos até agora eram mulheres e crianças."
domingo, 28 de dezembro de 2008
UMA ABSURDA VINGANÇA
Eis aqui o relato do jornalista da BBC em Gaza, Amada Abu Qammar sobre o impacto do bombardeio contra a população indefesa:
Ataques provocam medo e desespero em Gaza
Os hospitais em Gaza estão cheios de vítimas dos bombardeios israelenses.
"As ruas em Gaza estão desertas, fora alguns poucos carros que levam vítimas para hospitais ou famílias levando - aos gritos e choros - entes queridos ao cemitério para serem enterrados.
Esta manhã eu visitei o hospital de Shifa, o principal de Gaza.
Conversei com um civil e também com um rapaz de 14 anos que foi ferido em um ataque aéreo contra uma delegacia no oeste da cidade nesta manhã.
O homem disse que estava a caminho do trabalho em uma clínica quando ouviu o som dos aviões e resolveu voltar para casa. Mas depois disso ele não lembra o que aconteceu - ele acordou machucado, com ferimentos nas mãos, perna e estômago.
O rapaz tinha sangue na cabeça e sofria de muita dor. Ele não conseguia sequer lembrar seu nome. 'Não sei nem onde estou', disse-me ele.
Também vi um corpo, na sala de emergência, com um pedaço de pau atravessando o peito.
No sábado eu também estive no hospital; o necrotério estava cheio e corpos tinham sido deixados nas ruas. Pais procuravam seus filhos no hospital.
Segui uma mulher que gritava 'meu filho, meu filho' enquanto procurava pelo prédio.
O filho foi encontrado, um jovem de vinte e poucos anos. Os funcionários do hospital não deixaram a mãe ver o corpo, mas eu vi. Ele não tinha cabeça, e não havia estômago. Ela desmaiou em cima dos restos do corpo do filho, cobertos por um lençol branco.
Os parentes no hospital gritavam e gritavam. Eles não tinham palavras para expressar seus sentimentos, apenas diziam 'Deus nos ajude', sem parar.
Vi vários ataques aéreos nesta manhã - um contra um posto policial do Hamas em uma rua costeira, outro contra uma casa a 200 metros do escritório da BBC.
Fumaça subia para o céu. O pior ataque hoje (domingo) foi contra o quartel-general das forças de segurança do Hamas, que também fica perto do escritório.
Estava olhando da janela. Houve três barulhos altos de explosão e um corte de luz. Pude ouvir mulheres gritando em suas casas, e tiros sendo disparados por homens do Hamas ao redor da área para manter pessoas à distância.
O complexo fica em plena área residencial, com vários prédios altos de apartamentos. Algumas dessas residências ficam a apenas 5 metros do local - e é claro que esses prédios também foram atingidos, com janelas sendo estilhaçadas e caindo no chão.
A eletricidade vai e vem, como sempre. A maioria das lojas estão fechadas. Há escassez de tudo - a agência de ajuda da ONU ainda não foi capaz de distribuir alimentos e ajuda para 750 mil pessoas.
Falta gás anestésico, suprimentos médicos, farinha e leite - mas muitas das pessoas que encontrei me disseram não estar preocupadas em comer enquanto essa situação persistir.
Famílias estão passando tempo sentadas em suas casas. Conversei com uma vizinha minha, Iman, uma menina de 14 anos. Ela estava tão assustada que mal conseguia falar.
'Não sei para onde ir. Não sei onde é seguro para se ficar. Não sabemos quando eles vão atacar de novo', disse ela."
Israel não está permitindo que jornalistas estrangeiros entrem na Faixa de Gaza.
sábado, 22 de novembro de 2008
Fábulas do Inácio (12)
"Veste a roupa rei... Pare de falar bobagem! Não seja tão rápido no julgamento do que os outros fizeram. Não seja tão pretensioso. Seja mais humilde."
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
O Rei do Bacalhau
E se Luis Inácio tivesse sido eleito no pleito contra o Collor, FHC(1) ou FHC(2) como teria agido diante da inflação, ou das crises da Ásia, Rússia e México? Comendo Bacalhau e acordando as 10 da matina?
Ou estaria preocupado com os "amigos da hora" do mercado financeiro?
De duas coisas eu tenho certeza:
1) A ENCOL não teria quebrado! A subsidiária da Caixa teria comprado a arapuca, assumido as hipotecas replicadas, e distribuiria os apartamentos do RIO-2 aos cadastrados do PAC da Rocinha, Manguinhos e Complexo do Alemão;
2) Cacciola não estaria preso! "Amigo do Rei" que seria teria seu Banco de Investimento comprado por um bom preço, e não mais precisaria daquela merriquinha que o levou para a prisão. De certo estaria por ai apertando o queixinho do Rei, e passeando de lambreta.
Quem serão os agraciados da vez?
Aceitam-se sugestões.
A pérola do dia...
Luciana Gimenez, a "inteligente" apresentadora do "Super-Pop"
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Ri melhor quem ri por último
Agora com esses 4% de crescimento médio há cerca de 20 meses – tempo parecido com o que o real conseguiu ficar de pé -, Luis Inácio tira onda dizendo que arrumou a casa, e que tudo que acontece de bom é por causa dele.
Seu calo de estimação FHC disse certa vez que torcia pra que ele não experimentasse uma crise financeira igual às três crises que amargou até o real ir pro vinagre.
Agora chegou a hora de a onça beber água.
Se tiver um bom papo e conseguir que o povo continue comprando ao invés de dar um calote igual ao que os americanos deram nos bancos com suas hipotecas podres, tudo bem.
Agora se o povo parar de pagar e comprar, e sem dinheiro para exportar os exportadores correrem pro PROER do Inácio, os tais R$ 207 bilhões de reserva vão virar pó, assim como virou pó o dinheiro das privatizações.
Ri macaco, ri!
terça-feira, 2 de setembro de 2008
No espírito da solidariedade internacional, da consistência moral e da resistência as injustiças e a opressão...
Um comunicado da Campanha Palestina para o Boicote Acadêmico e Cultural a Israel (Pacbi, em inglês), informa que o Estado de Israel programou o concerto para comemorar seu 60º aniversário, que é completado este ano.
"Forçados pela opressão colonial de Israel ao povo palestino, que é baseada na ideologia Zionista, este boicote inspira-se nas seguintes razões:
- Na negação de Israel a sua responsabilidade com o “Nakba” -- no detalhe, a tragédia da limpeza e dos deslocamentos étnicos que criaram o problema dos refugiados palestinos -- e conseqüentemente sua recusa em aceitar os direitos inalienáveis dos refugiados e deslocados, estipulados dentro, e na proteção da lei internacional;
- Na ocupação e colonização militares do lado ocidental (Jerusalém do leste incluído) e de Gaza desde 1967, uma violação da lei internacional e das definições das Nações Unidas;
- No enraizado poder de discriminação e de segregação racial contrário aos encontros dos cidadãos Palestinos em Israel, que se assemelha ao extinto sistema do “apartheid” da África do Sul;
Assim,
- Considerando que as instituições acadêmicas Israelitas (na maior parte controladas pelo Estado) e a vasta maioria de intelectuais e dos acadêmicos de Israel contribuíram diretamente para manter, defender, ou de outra maneira justificar as medidas de opressão acima citados, ou então foram complacentes com elas com o seu silêncio;
- Considerando que todas as atitudes que a comunidade internacional vêm tomado até agora não forçaram Israel a cumprir com a lei internacional ou a terminar sua repressão aos Palestinos, o que vem se manifestando de várias maneiras, inclusive o “siege”, na matança indiscriminada, na destruição arbitrária e no muro colonial racista;
- Considerando o fato que os povos da na comunidade de intelectuais e “scholars” internacional sempre empunharam a responsabilidade moral de lutar contra as injustiças, como fizeram com seu esforço para abolição do apartheid na África do Sul através de diversas formas de boicote;
- Considerando que o crescente movimento internacional de boicote a partir de Israel expressou a necessidade de uma unidade Palestina de referência que esboçe princípios guiando-se,
No espírito da solidariedade internacional, da consistência moral e da resistência as injustiças e a opressão,
Nós, acadêmicos e intelectuais palestinos, convidamos nossos colegas na comunidade internacional a boicotar detalhada e consistentemente toda manifestação acadêmica e cultural Israelita como uma contribuição contrária ao esforço de ocupação, colonização e ao sistema de Israel de extremo apartheid, da seguinte maneira:
1. Suspensão da participação em todas as formas de cooperação acadêmica e cultural, colaboração ou de projetos comuns com instituições Israelitas;
2. Aplicação de um boicote detalhado às instituições Israelitas nos níveis nacionais e internacionais, incluindo a suspensão de todas as formas de financiar e de subsidiar a estas instituições;
3. Promoção do desinvestimento e da desaplicação desde Israel para instituições acadêmicas internacionais;
4. Trabalhar para a condenação das políticas Israelitas pressionando para que as definições sejam adotadas por associações e por organizações acadêmicas, profissionais e culturais;
5. Suporte as instituições acadêmicas e culturais Palestinas diretamente sem requerer contrapartidas Israelitas como uma condição explícita ou implícita para tal sustentação."
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Quanta tristeza no meu coração...
ROBERTO JEFFERSON:
Uma mulher admirável
Admirada por sua competência profissional e intelectual, dona Ruth Cardoso também nos deixou, embora a contragosto, um modelo de comportamento de primeira-dama difícil de ser seguido. Avessa às aparições públicas oficiais, das quais não precisava, ela tinha brilho próprio, apesar da simplicidade com que atuava. Para nós, brasileiros, será sempre uma referência de honradez e discrição. Estudiosa e militante da causa feminina, dona Ruth soube ser uma mulher admirável. Onde quer que esteja, será recebida com reverência.
JOSE DIRCEU
A falta que fará Ruth Cardoso
A morte de Ruth Cardoso, a ex-primeira-dama que está sendo...
A morte de dona Ruth Cardoso, a ex-primeira-dama que está sendo velada hoje na Sala São Paulo, com sepultamento previsto para amanhã, no cemitério da Consolação, representa enorme perda não só para seus familiares, mas também para o mundo acadêmico brasileiro onde sempre foi extremamente respeitada e, realmente, com justiça.Sua formação, trabalho, atuação e os livros que publicou - sobre juventude, violência e cidadania entre outros temas - transformaram-na em uma das principais referências sobre antropologia no país. Nos dois governos de seu marido (1995/2002) fundou e dirigiu o Comunidade Solidária, uma ação de combate a pobreza e a exclusão social que tinha por princípio a participação do voluntariado e menor presença do Estado.
LUIS NASSIF
A morte de dona Ruth
Quando passei na Rua Rio de Janeiro e vi ambulância, corpo de bombeiros, parecia claro que o desfecho se dera.
Como primeira dama, dona Ruth foi um modelo. Jamais abriu mão das convicções políticas, exercitou a área social do governo com vontade da mudança, não se deslumbrou com o poder. Sua discrição, espírito público, seriedade serão lembrados para sempre.
Na história do Brasil moderno jamais existiu primeira dama que somasse tantas qualidades quanto dona Ruth.
REINALDO AZEVEDO
Ruth: altivez decorosa
Morre uma parte da civilidade, da inteligência, do rigor intelectual, da discrição, da altivez decorosa. Ruth Cardoso foi uma das melhores pessoas que conheci — escrevo isso como jornalista, não como amigo ou pessoa que privasse da intimidade do casal Cardoso, o que nunca aconteceu. Em junho de 1997, há exatos 11 anos, a revista República dedicou-lhe uma capa: era uma entrevista que eu havia feito com ela.Foi um encontro agradável, ameno, sereno. Seu marido, o então presidente Fernando Henrique, ela própria e o Comunidade Solidária, programa que presidia e ao qual continuou a dedicar boa parte de seu tempo mesmo depois que FHC deixou o poder (aí com o nome de Comunitas), eram alvos dos ataques da esquerda petista os mais boçais. Tentei arrancar dela uma palavra mais dura contra os detratores. Nada! Imperturbável, serena, expressava a convicção de que o presidente estava criando as bases para tirar o país do atoleiro do Terceiro Mundo e do terceiro-mundismo e defendia com energia o aspecto não-assistencialista do Comunidade Solidária. E estava certa nos dois casos. Ruth sabia ser dura sem ser estridente.Nada a irritava mais — e ela se encarregou de proibir tal tratamento — do que ser chamada de “primeira-dama”. Por que não? Ela me explicou: “Porque é uma tradução muito literal, imediata, do termo em inglês, que tem história. Não passaria pela cabeça de ninguém, nos EUA, dizer que não gosta da expressão first lady. Aqui no Brasil, dama não é um termo que se use...” E foi adiante, explicando que a expressão, em nosso país, designava um outro tipo de mulher. Segundo Ruth, a mulher de presidentes e chefes de governo, na modernidade, “são profissionais, pessoas que têm independência intelectual e pessoal”.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
O "Exército", as "famílias" e o pastor "surfista"
Para Ricardo Dominguez, soldado cuja família mora no Complexo de São Carlos é ligação com tráfico
Clarissa Thomé - Agência Estado
"RIO - O delegado-titular da 4ª Delegacia de Polícia (Central do Brasil), Ricardo Dominguez, afirmou que "está evidente a ligação deles (os militares envolvidos na morte de jovens no Morro da Providência) com o tráfico". Ele acredita que o elo seria o soldado José Ricardo Rodrigues, cuja família mora em uma favela do Complexo de São Carlos. Rodrigues, que é de outra companhia, foi chamado pelo tenente Vinícius Ghidetti para servir de guia até o Morro da Mineira."
Comentário do Blog:
É isso ai senhor Marcelo Crivela, senhor Nelson Jobim, senhor Inácio da Silva. Se conseguirem dormir bem esta noite agradeçam a Deus por não estarem entre estes onze, co-responsáveis que são por este crime bárbaro. Fica difícil não dizer que o Haiti já é aqui.
Há controvérsias...
"O HAITI NÃO É AQUI!
1. Se alguns imaginam que a presença do exército brasileiro no Haiti o capacita para a repressão ao narcovarejo nas favelas do Rio, está completamente enganado. Nada tem a ver as gangues de lá, com as gangues de cá. Rigorosamente nada, nem origem, nem organização, nem método, nem objetivos, nem espalhamento...
2. As gangues do Haiti são conhecidas pela denominação genérica de “Chimères” - nome em francês e creole, que significa "garotos maus". São bandos de jovens armados, que antes lutavam em defesa do governo do ex-presidente Jean Bertrand Aristide e que agora estão usando seu arsenal apenas para o crime. Foram organizadas por Aristide para enfrentar a oposição e manter-se no poder. Originárias das mesmas gangues que controlam a maior favela de Porto Príncipe (“Cité Soleil”), continuam a receber apoio de Aristide e estiveram por trás das grandes demonstrações em prol de Aristide e do movimento Família Lavalas.
3. Os Chimères estão sendo considerados aliados do Partido da Democracia do Haiti, liderado por James Morrell e fundado pela Família Boulos de marcada inclinação direitista. Mas as gangues que atuam na Cité Soleil não têm um ideal político preciso. Lutam pelo poder, debaixo do pretexto de desejar a volta de Aristide ao governo. São, em sua grande maioria, jovens, adolescentes e crianças do sexo masculino, pobres, ou miseráveis, e sem esperança. Mantém uma relação muito complicada com os demais moradores das favelas.
4. Os chimères são filhos dos moradores, mas a violência por eles promovida desarticula as redes de solidariedade e atrapalha as poucas instituições que funcionam, como escolas, igrejas e centros religiosos. Por outro lado, o povo também odeia a polícia nacional, que promove o terror, cobra propinas, mata e fere com impunidade. Fica essa população, então, em meio ao fogo cruzado entre os chimères e a polícia. Parte da população pobre e miserável ainda vê o poder de Aristide como a única força política que procurou estabelecer uma comunicação verdadeira com eles. Além disso, os Chimères, embora envolvidos pela criminalidade comum, não atuam no mercado ou no transporte de drogas ilegais."
O HAITI TAMBÉM É AQUI
Por Bira Di Oliveira
Embora a garotada do Haiti não atue na criminalidade comum, ou seja, no tráfico de drogas são violentos, garotos maus, nascidos ou envolvidos com "famílias" que há muito se estabeleceram por lá.
No Rio de Janeiro a chamada “criminalidade” ligada ao tráfico de drogas, como todos sabem nasceu da convivência dos ex-presos políticos com os criminosos comuns nos porões da ditadura.
Foi naquele momento, nos presídios que os traficantes de drogas da época receberam noções "políticas" de organização e começaram a se organizar em facções.
Estas facções, no entanto se não se comparam a "máfia" no refinamento das lideranças também geraram enormes "famílias". Comando Vermelho, ADA, Primeiro Comando, etc., etc. tiveram como "capos" grandes traficantes de drogas que se tornaram conhecidos na década de 80, e que a polícia prendeu quase todos em Bangu I.
Uma das principais características desses meliantes era a de ter muitas mulheres. Tiveram vários filhos, gerações de parentes surgiram, e se tornaram os "ídolos" de muitos até se iniciar a política de confronto do final da década de 90.
Há de se observar a capacidade de reação e mobilização das "comunidades" a qualquer ação de covardia do estado contra um dos seus "familiares”.
Como acontece nas elites, onde uma qualquer ação covarde contra um dos seus "filhos" gera imediata repercussão na imprensa, também nas favelas os "familiares" reagem às ações covardia policial contra os seus "filhos”.
Dificilmente se vê alguma reação quando a vítima é um sujeito trabalhador, de origem nordestina, por exemplo, sem nenhum relação "familiar" de amizade com o grupo.
Sempre a reação é contra um "familiar", primo, sobrinho, amigo... Sei lá, de um daqueles que conviveram com os grandes criminosos dos anos 80.
Tenho certeza que ao se pesquisar o origem dos grupos que protestam irá se confirmar esta relação.
Minha intuição me remete ao biótipo do grupo - em geral jovens grávidas com filho no colo, e uma garotada com cara de mau e rosto coberto.
Assim, sob certo aspecto o Haiti pode ser aqui, sim.
Existe um poder no morro, exercido por "garotos maus" que tem relação “familiar” com as facções, e que, assim como os da elite costumam dar suas carteiradas com a célebre frase: "Sabe com quem você está falando?".
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Onde está Crivela?
domingo, 15 de junho de 2008
Diogo Mainardi é mara!!!
O trivial de domingo acontecendo, gente na praia, festa junina na escola, milho cozido, crianças mil vestidas a caráter, e eis que me aparece na minha frente o terror da petralhada, Diogo Mainardi. Envolvido ecologicamente em levar as crianças de bicicleta para casa, causou um verdadeiro frison na Dona Mabel, fã de carteirinha, e além de tudo anti-Luis Inácio, anti-PT, anti-tudo, politicamente antenada que só compra a Veja por causa dele. Tentei aproximá-los para um abraço. Ela não quis, mas ele super simpático, celebridade de Ipanema não se furtou a mandar beijos e adeusinhos. Grande Diogo! Para não perder o encontro dei uma de paparazzo e registrei a imagem do homem num dia de super-pai.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Deu chabu: o sapo tá caindo fora da viola do urubu!
Dilma, a ministra que encolheu
"A seguinte avaliação é de um importante aliado do governo Lula no Congresso. Obviamente, ele pede a reserva do seu nome. "Se a Dilma não consegue enfrentar o Arthur Virgílio numa CPI, não dá para ser candidata a presidente. Isso é fichinha perto dos desafios que ela terá de enfrentar para disputar a Presidência. O presidente Lula pode e ainda vai insistir na candidatura dela, mas acho que ficou difícil."
A ministra da Casa Civil encolheu com o Dilmagate. A tendência é sua sobrevivência no cargo, com apoio de Lula, mas sem o poder e a expectativa de poder de outrora. No Palácio do Planalto, diz-se que a culpa é da imprensa. Fala-se que a mídia inventou um escândalo e quis derrubar Dilma.
Ora, o dossiê com gastos sigilosos foi feito dentro da Casa Civil. A número 2 de Dilma, Erenice Guerra, confirmou que deu a ordem para elaboração dos dados. O governo quer encontrar um culpado para o vazamento a fim de esconder o culpado pela confecção de um peça política que seria usada, sim, contra adversários políticos.
Em fevereiro, ouvia-se no Palácio do Planalto: "Se a oposição quer um Carnaval, vai ter um Carnaval e meio". Também se dizia: "O Lula não tem chef de cozinha como o Fernando Henrique tinha". Nos jornais, começaram a aparecer notas com dados sobre tucanos que soaram como tiros de advertência. Algo na linha: temos munição para perturbar vocês. Dilma foi a um encontro com empresários em São Paulo e disse, em tom ameaçador, que reunia dados sobre FHC.
E a culpa é da imprensa?
A culpa é da arrogância do governo.
Esse escândalo teve uso da máquina pública para luta política, mas não teve ladroagem, como no mensalão. No mensalão, o PT fez aliança com um bandido para consertar um buraco em suas finanças e aliciar parlamentares venais no Congresso. Ou será que Marcos Valério arrumou dinheiro para o PT porque acreditava na causa? O PT cuspiu na própria história.
Apesar de não ter havido ladroagem, o Dilmagate é grave porque dados sigilosos, importantes ou não, foram selecionados para servir de munição contra adversários.
Quem sofreu na pele as atrocidades da ditadura militar de 1964 deveria ter mais cuidado ao usar o poder do Estado contra opositores. Dilma tem uma biografia respeitável. Foi uma jovem que teve a coragem de arriscar a vida para enfrentar uma ditadura. Hoje, é muito fácil criticar os que optaram pela luta armada na virada dos anos 60 para os 70. Em 2008, parece claro que se tratava de uma batalha perdida. Mas aqueles jovens tiveram uma atitude heróica naquele contexto, por mais equívocos que tenham cometido.
O Brasil mudou desde então. Mudou para melhor. Não dá para avançar o sinal em nome da causa. Dilma avançou o sinal quando telefonou para a ex-primeira Ruth Cardoso a fim de negar a existência de um dossiê montado por sua principal auxiliar e com o seu conhecimento.
Repetindo: Dilma tem uma história de vida que merece respeito. Foi presa. Torturada. Difícil para alguém da geração que não pegou aquela barra pesada imaginar o que ela passou. No entanto, por mais que tenha sofrido, Dilma não tem o direito de esculhambar aos berros ministros, secretários-executivos, presidentes de estatais e auxiliares. Ela não gosta que se escreva isso e vive dizendo que até parece ser a única mulher dura cercada por homens meigos. Ou seja, se vitimiza. Mas quem já levou um sabão dela sabe como doeu. Alguns pediram para sair da Casa Civil. Outros se sentiram humilhados na frente de colegas de governo. Pior ainda: servidores em cargos mais simples, como secretárias e garçons, simplesmente suportam broncas calados.
Nesta semana, Dilma vestiu a roupa de vítima ao receber uma visita de "solidariedade" de um grupo de congressistas porque o senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que ela era uma "galinha cacarejadora" ao falar de sua participação em palanques do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Dilma voltou a usar a frase de que parece ser a única mulher dura no meio de homens meigos.
Mão Santa recorreu a uma expressão de mau gosto. Mas ela não tinha conotação sexual. Ele explicou o uso que os nazistas faziam da imagem para ilustrar a necessidade de alardear feitos. Mas foi conveniente para a ministra posar de vítima.
A cadeira de presidente da República tem botões que, se apertados, explodem o ocupante pelos ares. A elaboração do dossiê na Casa Civil é um exemplo de botão que o dono aciona e vai embora junto. Para disputar a Presidência, não falta a Dilma apenas a capacidade de enfrentar um tucano articulado, como Arthur Virgílio, numa CPI.
Faltam-lhe preparo político e pessoal mesmo.
Que abacaxi!
Já virou folclore no Palácio do Planalto a predileção de Dilma por suco de abacaxi. Na cozinha, servidores ficam em polvorosa provando abacaxis maduros. Se um garçon serve para a ministra um suco que ela acha meio azedo, a casa cai. Secretárias vivem em tensão. Se a ministra pede uma ligação, monta-se uma operação de guerra, porque o telefonema é para ontem. Na FAB (Força Aérea Brasileira), pilotos rezam para não serem escalados para os jatinhos das viagens da ministra. Ela detesta turbulências e, em voz alta, costuma se queixar da suposta falta de habilidade de pilotos para evitá-las.
Saída de emergência
No Palácio do Planalto, já se ouve que o governo deveria admitir que fez um levantamento específico para comparar gastos do casal FHC com despesas do casal Lula. E ponto. O vazamento de dados e a tentativa de intimidar a oposição continuariam a ser negados. Assim, argumentaria que fez um documento preventivo, para se defender em eventual embate na CPI dos Cartões.
Há dois problemas caso se recorra a essa saída de emergência. Os tiros de advertência que ministros e parlamentares petistas andaram dando para assustar tucanos. E a versão de Dilma de que fazia um inocente banco de dados. "
sábado, 22 de março de 2008
Fábulas do Inácio (11)
(Inácio da Silva durante a campanha de 1998 em carta assinada pelo próprio e entregue ao presidente da OAB, Reginaldo Castro.)
Fábulas do Inácio (10)
domingo, 9 de março de 2008
sexta-feira, 7 de março de 2008
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
O Canecão do Inácio
Só que o sujeito, um devedor contumaz da Previdência e outros impostos, inscrito no cadastro da dívida pública como mau pagador burlou a lei e apresentou para conseguir o patrocínio uma outra firma de nome "Canecão", tipo promotora de eventos, sem funcionários, escritório e tal, mas sediada onde fica a casa de espetáculos (que alías passou a perna na UFRJ conseguindo um tombamento para não ser despejada).
Agora o senhor Mario Prioli está sendo processado por estelionato e outros crimes pelo Ministério Público Federal.
Esta é mais uma das boas companhias do Inácio.
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Fábulas do Inácio (9)
Opinião do Blog: Por ilação, não existe Lula, existe Luis Inácio.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Fábulas do Inácio (8)
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Fábulas do Inácio (7)
FHC: o álibi do Inácio
Pode ser também que o mal do Fernando Henrique é pertencer a um partido de “mauricinhos”, e ele mesmo ser um. Ao invés de encarar o meliante e partir pra briga, mesmo sabendo que o outro é mais forte, grita alto, cospe no chão fica na dele pra não sujar a roupa nova que mamãe comprou, e ficar mal com a galera da escola que não xinga palavrão e acha que é pecado dizer pra todo mundo que a coleguinha é gostosa. Pra nós que vivemos os rescaldos da política, a qual incide sobre as nossas vidas assaltando os nossos bolsos, tudo isso parece muito estranho.
Contam que certa vez o Marechal Juarez Távora, candidato a presidência da república fez um comício no cais do porto, no Rio de Janeiro. E um gaiato de um estivador passou a mão na sua bunda. O militar não estrilou, mas depois como Ministro dos Transportes durante a ditadura acabou com a negada colocando em disponibilidade todo marítimo, estivador e ferroviário que via pela frente.
Será esse o problema do Fernando Henrique, medo de o metalúrgico passar-lhe a mão, e ele sem condição de reagir ficar no prejuízo (não tem mais idade pra voltar ao poder)?
Sei não...
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Fábulas do Inácio (6)
Parece mas não é...
Os cartões são entregues a seus titulares, quase sempre, sem que a despesa relativa tenha sido empenhada. O Banco do Brasil naturalmente debita nas contas do Tesouro, que dão cobertura automática. Mas os titulares não estão preocupados se há empenho prévio para estas despesas. Em geral a cobertura orçamentária é dada depois da despesa realizada. Realizar despesa sem empenho é grave irregularidade no setor publico. A forma de corrigir é o reconhecimento a posteriori da despesa e a justificativa de urgência, em cada caso. Nada disso é feito. Uma auditoria no uso desses cartões vai demonstrar isso: não há empenho prévio. Aqui no ministério é assim. Perguntei a colegas em outros ministérios, que confirmaram a mesma coisa. Se o TCU abrir auditoria vai ter muita gente tendo que responder a processo.
Fábulas do Inácio (5)
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Fábulas do Inácio (4)
Fábulas do Inácio (3)
* Quem é o responsável pela gestão dos recursos destinados a pequenas despesas e gastos emergenciais?
* Como é feita a distribuição de recursos aos servidores responsáveis pelas compras e contratações?
* Quais os tipos de despesas permitidas por cada órgão?
* Por que são feitas retiradas em dinheiro?
* Como é feita a prestação de contas? Quem confere? Quem fiscaliza?
* Como é possível saber se a despesa realizada não foi de caráter pessoal?
* Como saber se o gasto foi efetivamente realizado para a finalidade alegada?
* Onde ficam guardados os comprovantes e notas fiscais?
* Por que certos gastos da Presidência da República são sigilosos? Qual o perfil dos funcionários responsáveis pelo pagamento e fiscalização dessas despesas?
* Por que os cartões foram distribuídos a tantos funcionários espalhados por todo o país?
(Perguntas feitas pelo Secretário de Comunicação do Governo Inácio da Silva, Franklin Martins aos Ministros, talvez para emitir uma nota (ou explicação por escrito) pedida por este Blog, e ansiosamente esperada pela sociedade, para explicar a "farra dos cartões".
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Corporação não é súcia
Fábulas do Inácio (2)
São Paulo esclarece... Inácio da Silva não!
Enquanto isso o Governo do Estado de São Paulo divulgou na noite desta sexta-feira, 8, nota sobre os cartões de pagamento de despesas.
Leia o documento na íntegra:
"O Governo do Estado de São Paulo tem total interesse em esclarecer toda e qualquer dúvida relacionada às despesas efetuadas pelos órgãos da administração pagos pelo sistema de pagamento eletrônico via cartões de débito, que existe desde 2001. Note-se que o Governo de São Paulo, diferentemente do Governo Federal, não utiliza cartão de crédito corporativo.
Porém, para um adequado atendimento das demandas por informação é preciso cautela e responsabilidade no tratamento e observação das operações de compras a fim de evitar alarmismos e erros de interpretação desastrosos.
Para exemplificar, temos o caso das despesas efetuadas em uma churrascaria em Campos de Jordão, que foram interpretadas equivocadamente como um possível desperdício de dinheiro público. São despesas absolutamente normais, realizadas pelo Batalhão da Policia Militar de Taubaté que deslocou efetivo para Campos de Jordão em período de alta de turismo. Foram servidas, nesse restaurante, refeições para centenas de policiais militares, por R$ 8,00 (oito reais) cada.
Outro caso de distorção refere-se à compra de carnes em açougue da cidade de São Paulo, que tentou-se demonstrar como sendo uma despesa indevida. Na verdade, foi utilizada na alimentação das 70 crianças da creche dos filhos dos funcionários do Palácio dos Bandeirantes, onde trabalham cerca de 1.500 pessoas, em quatro secretarias. Ou, ainda, a despesa realizada pela Polícia Militar em Campinas, em loja de brinquedos, para compras de 12 kits de maquiagem como parte de uma ação cívica social da PM com crianças da favela Parque Oziel, localizada naquela cidade.
Para cada pedido de informação é necessário examinar o processo administrativo respectivo, sob guarda da unidade administrativa contratante. Para entender a complexidade dessas verificações é preciso esclarecer que em 2007, foram realizadas compras em cerca de 55.000 estabelecimentos comerciais no estado, executados por cerca de 20.000 de servidores públicos em todos os 645 municípios paulistas.
Por último, refutamos com veemência a tentativa do Partido dos Trabalhadores de São Paulo de criar confusão na opinião pública, tratando questões diferentes como se fossem iguais. É a estratégia típica desse partido: tentar justificar seus abusos com a idéia de que os outros partidos também os cometem. Com a idéia de que na política brasileira “é tudo farinha do mesmo saco”. Mas não é não, felizmente."
Governo do Estado de São Paulo
Fábulas do Inácio (1)
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Cadê a explicação do Governo Inácio da Silva?
"Não existe cartão corporativo no governo do Estado de São Paulo. Nenhum secretário, secretário-adjunto ou qualquer autoridade estadual possui cartões do governo para qualquer tipo de gasto. Nenhum servidor possui cartões para pagamento de despesas pessoais.
O que existe é um sistema eletrônico para a realização de despesas do dia-a-dia, como compra de combustíveis, peças para automóveis e suprimentos de informática, conforme legislação de 1968 e decreto de 2001 (que instituiu a Bolsa Eletrônica de Compras).
As secretarias com maior gasto (Saúde, Educação e Segurança Pública) são justamente as que se destacam na prestação de serviços diretos ao cidadão, e precisam manter as maiores estruturas de pessoal, viaturas e unidades. Não por acaso, na Secretaria da Segurança Pública a maior despesa realizada por esse sistema é com manutenção de viaturas, na Secretaria da Saúde, com pagamento de vale-transporte aos funcionários e, na Educação, com a manutenção das escolas e suprimentos de informática.
A variação dos gastos de 2006 para 2007 é, inclusive, inferior ao crescimento das despesas totais do Estado. O crescimento do orçamento do Estado foi de 9,98% enquanto o aumento com o uso dos cartões foi de 5,8%.
É importante esclarecer que o Estado não utiliza nenhum cartão de crédito. Os cartões de despesa são na modalidade débito, portanto atrelados ao limite de despesa fixado pelos órgãos. Cada cartão é emitido para apenas um tipo de despesa. O cartão utilizado para compra de combustíveis, por exemplo, não pode ser usado para envio de correspondência. O sistema não aceita a transação.
Para cada cartão é designado um gestor, que realiza as operações e é responsável pela prestação de contas. E cada servidor cuida de, no máximo, dois cartões (e por conseqüência, de dois tipos de despesa). Isso facilita o controle e a responsabilização perante o Tribunal de Contas do Estado. Para que o gasto seja realizado, é preciso haver uma previsão do órgão responsável, que estima antecipadamente as despesas com cada tipo de compra. Passados 30 dias da liberação, os valores não utilizados são automaticamente bloqueados e devolvidos ao Tesouro do Estado.
Há uma regulamentação rígida sobre as despesas que podem ser realizadas com saques. Aquisição de combustíveis, por exemplo, não é permitida. Já compra de vale-transporte e manutenção de viaturas da polícia podem ser feitas por meio de saque.
Assim como nos gastos com o cartão de débito, os saques não são realizados pelos servidores que farão uso do produto comprado, mas sim pelos ordenadores de despesas, e estão sujeitas à prestação de contas.
Para todas as operações, é obrigatória a apresentação de notas fiscais. Esses documentos são examinados pelo Tribunal de Contas do Estado, e as transações são registradas no Sigeo (Sistema de Gerenciamento Orçamentário), que é público."
Porque só São Paulo?
É incompetência mesmo!!!
Como o sujeito pode atrelar, para fins de relatório apenas a razão social do estabelecimento, sem identificar o que foi comprado, e para que fim? Sabendo-se que a razão social de uma firma pode ter uma atividade principal e inúmeras atividades secundárias estava na cara que ia dar confusão. Por muito menos, tentando ser "transparente" o ex-governador Garotinho viu sua candidatura presidencial ir para o brejo. No caso dele foram listadas um sem número de ONGs que colaboravam para a sua campanha, e que tinham prestado serviços ao Governo do Estado do RJ. No caso do governo Inácio da Silva a mesma incompetência está sendo demonstrada pelos “aspones” contratados para dar "transparência" ao que parecia uma boa idèia. Por exemplo: inúmeras farmácias hoje vendem material fotográfico, água mineral, doces e outras mumunhas mais. Acho até que devem ter entre suas atividades registradas até a fabricação de medicamentos, o que em princípio as categorizariam para fabricar e vender para o governo uma determinada marca de colírio, por exemplo. Aí o sujeito pega o CGC dessa firma numa concorrência - "Farmácia N.S.de Nazaré", por exemplo - e arma o maior banzé.
Claro que não vai ser fácil explicar como que aquela portinha do subúrbio participou de uma licitação milionária. Culpa de quem? Culpa da mente simplista e simplificadora de algum burocrata de plantão, que para ficar bem na fita achou que todos iriam pensar como ele, nas suas belas intenções. O problema do Inácio da Silva é que ele se juntou a um monte de deslumbrados com o poder. Parece o governo Collor, só falta a cerimônia da descida da rampa. Esse pessoal acha que tudo pode, e por isso perdeu o dom crítico que os faria escolher melhor com quem trabalham.
O rigor e a farra dos cartões
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Mesmo assim ele ganhou...
- NÃO SEJA LEVIANO... A MELHOR COISA QUE O GOVERNO FHC PODERIA TER INVENTADO FORAM OS CARTÕES CORPORATIVOS.
Mal sabia Alckimin que não se tratava de mais um eufemismo de candidato. A farra era tão boa que valia até citar o pai da criança.
A cortina de fumaça na "CPI do Cartões"
É o que informa o "Blog do Josias". Outras informações do TCU colhidas pelo jornalista:
"Os auditores partiram da análise de um arquivo eletrônico que continha 22.915 registros de despesas. Selecionaram, por amostragem, 254 notas fiscais. No curso da investigação, acabaram inspecionando 648 notas. Enviaram-se oficias às receitas dos Estados e dos municípios onde as despesas foram realizadas. Descobriram-se coisas como as que se seguem:
1. o Planalto alugou carros em Ponta Porão (MS). Gasto sigiloso. Por isso, o nome da firma não consta do relatório do TCU. Consultado, o fisco municipal informou que não autorizara a emissão das 25 notas levadas à prestação de contas arquivada no Planalto. Somam R$ 206.640,07. Anotam dois endereços diferentes. Num deles, o TCU não encontrou vestígio da empresa. Noutro, “encontraram-se evidências da existência da empresa à época da emissão das notas fiscais.” No Planalto, a prestação de contas tem aparência regular. Sem poderes para quebrar sigilos bancários e fiscais, o TCU encaminhou o papelório ao Ministério Público.
2. O Planalto alugou veículos também em São Luiz. Quatro notas. Total: R$ 30.147,09. Despesa sigilosa. Consultado, o fisco local disse não ter tomado conhecimento das notas. Nos registros do Planalto, tudo regular. Para apurar o indício de “elisão fiscal”, o TCU remeteu o caso à Receita de São Luiz, ao fisco federal e ao Ministério Público.
3. A presidência alugou veículos em Santana do Parnaíba (SP). Emitiram-se 46 notas fiscais. Dezessete foram “calçadas”. Exibem nas primeiras vias o valor de R$ 40.416,90. Nas vias grudadas ao talonário, o montante é bem menor: R$ 3.062,61. Diferença de R$ 37.354,29. Nos arquivos do Planalto, tudo regular. Na dúvida, os documentos foram enviados ao fisco municipal e ao Ministério Público.
4. O Planalto alugou automóveis numa empresa de São Paulo, com filial em Barueri. Gastos confidenciais, realizados entre 2004 e 2005. Valores “superiores a R$ 1 milhão”. Foram aos arquivos do Planalto “notas de locação” sem valor fiscal. Trazem no rodapé a seguinte inscrição: “Dispensada a emissão de nota fiscal de serviços conforme lei complementar nº 116 de 31/07/2003”. Dizem os auditores: “Utilização de documento não-fiscal para omitir receita tributável, com conseqüente dano ao erário público, associado ao possível cometimento de crimes fiscais.” Em visita à filial da empresa em Barueri, o TCU “não conseguiu obter informações confiáveis com os vizinhos sobre a existência da empresa no local.” Os papéis seguiram para o Ministério Público, “órgão que pode direcionar a investigação, inclusive com solicitação de informações protegidas por sigilo, para examinar a possibilidade de realização de operações não detectáveis pelo exame documental.”
5. o Planalto alugou carros em duas locadoras de São Caetano do Sul (SP). Uma emitiu 22 notas fiscais. Ouvido, o fisco municipal informou que os valores não lhe chegaram ao conhecimento. Em visita ao endereço mencionado nas notas, o TCU “não encontrou evidências da existência da empresa.” Em consulta no cadastro de pessoas físicas, descobriu endereço diferente. Nova visita. Verificou-se que, no local, “já funcionou uma locadora de veículos.” A segunda locadora emitiu sete notas. Consultado, o fisco local disse que é “desconhecido o paradeiro” da firma. Em visita ao endereço, o TCU “não encontrou evidências da existência da empresa no período da emissão das notas.” Os auditores foram ao cadastro de CNPJ. Traz outro endereço. Nova visita. Apurou-se que, no local, “já funcionou uma locadora de veículos.”. Tudo regular na prestação de contas do Planalto. O TCU enviou os papéis aos fiscos estadual e municipal e ao Ministério Público.
6. Os auditores identificaram indícios de irregularidades fiscais em outras cinco operações de compra realizadas com cartões de crédito do Planalto. Envolvem de compras em empresas fornecedoras de “material de expediente” a transação efetuada numa firma de confecção de chaves. Gastos miúdos. O mais expressivo (serviços de editoração eletrônica) soma R$ 800 reais. O mais inexpressivo refere-se a “despesa de refeição” realizada na Beline, uma panificadora chique de Brasília. Na via enviada pela casa de pães ao fisco do DF, o valor é R$ 9,44. Na via arquivada no Planalto, está anotado R$ 99,44.
O inquérito do Ministério Público, a cargo da procuradora Eliana Pires Rocha, foi solicitado pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) em dezembro de 2003. O pedido dormitou na gaveta por arrastados quatro anos. Só foi efetivamente acolhido depois que os extratos do cartão da ex-ministra Matilde Ribeiro (Integração Racial) foram pendurados nas manchetes dos jornais. Nesta quarta-feira (6), o governo aderiu à tese da CPI. Os papéis anexados ao inquérito são peças obrigatórias de qualquer investigação que se pretenda séria."
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Cartões Corporativos como moeda de troca política
sábado, 2 de fevereiro de 2008
O jornalismo raivoso
Para entender essa história tem que se ir mais fundo, e chegar na "guerra dos blogs".
Nos dias de “mensalão” a internet foi a grande editoria dos fatos.
Ricardo Noblat foi um que deitou e rolou, saindo do limbo que o CB o colocou pro “Estadão” e depois pro “Globo”.
Nascia ali, com a inércia do governo em produzir fatos, e os comentários de uns poucos petistas nos blogs o "jornalismo raivoso".
Os fundos de pensão, acionistas da Brasil Telecom saíram em socorro e adquiriram o "Portal IG".
Montou-se então uma trincheira de pesos pesados do jornalismo, comandados pela pena lacerdista do Paulo Henrique Amorim - conhecidos por alguns por PACO.
Turbinados por uma montanha de dinheiro despejado pelas estatais nos “diginews” de cada um criaram a mística da "mídia golpista", norteados pelo Diretório Central do PT. E elegeram seus alvos: ESP, FSP, O Globo, VEJA - o quarteto do mal, que demorou a reagir à estratégia.
VEJA, a última a perceber (e reagir) contratou Reinaldo Azevedo e deu voz a chamada “direita”.
Pronto... Foi a senha pra radicalização! Quem era PT começou a ser “petralha”, e quem era tucano, “tucanalha”.
Podres e mais podres começaram a vir a tona, sendo as estrelas PHA e Luis Nassif. Outros blogs surgiram na linha de um ou do outro, encejando a tal da TV-Pública, que desalojou das “trincheiras” uma porção de jornalistas 5 estrelas que insistiam em dizer que “não tinham cor política” (o bom dessa história é que agora já se pode reler o blog de todos eles sabendo-se de que lado estavam).
Ai foi fácil alinhar, de um lado “os que ganham algum de quem”, e do outro “os que querem algum de outros” (se é que me entendem).
O resto é conversa mole. O que está em jogo é ver quem agrada mais a quem lhe paga, apontando em “hits” de acesso a página de um ou outro, fomentando a turba ensandecida a enviar comentários e emitir opinião sobre essa ridícula guerra partidária que se instalou no jornalismo digital.